Pedindo justiça, familiares e amigos de Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, se reuniram, nesta quinta-feira, em uma manifestação contra a ação brutal da Polícia Rodoviária Federal (PRF) que resultou na morte da vítima por asfixia aguda. O ato reuniu dezenas de pessoas, que atearam fogo em pneus e interditaram uma via da BR-101 em Umbaúba, no Sergipe.
Em imagens divulgadas nas redes sociais, pessoas gritam por justiça enquanto seguram cartazes com críticas à PRF. Genivaldo morreu após uma abordagem de agentes, nesta quarta-feira. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que a vítima sofreu asfixia mecânica e insuficiência respiratória aguda. Ele era esquizofrênico e tomava remédios controlados há mais de 20 anos.
A Polícia Federal abriu uma investigação para apurar as circunstâncias da morte de um homem em Sergipe durante abordagem feita por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Sergipe. Segundo a entidade, "diligências acerca do caso já foram iniciadas, e a PF trabalha para esclarecer o ocorrido o mais breve possível".
Ao GLOBO, o presidente da OAB regional, Danniel Costa, afirmou que as gravações apontam para uma “clara negligência” e que a ação policial com abuso de força pode caracterizar crime de tortura. No entanto, apenas um inquérito policial poderá indicar os possíveis tipos penais cometidos pelos agentes.
Imagens da ação foram compartilhadas nas redes sociais e mostram a vítima sendo algemada no chão e depois colocada pelos agentes no porta-malas da viatura. Com a porta fechada, os policiais dispararam gás dentro do carro e é possível ver grande quantidade de fumaça saindo pela lateral da viatura. Depois disso, Genivaldo não teve mais reação.
O GLOBO procurou a Polícia Rodoviária Federal para pedir informações sobre o caso, mas ainda não obteve resposta. Até a última atualização, a PRF informou que abriu um procedimento disciplinar para averiguar a conduta dos policiais envolvidos. O comunicado afirmou ainda que técnicas de imobilização e instrumentos de menor potencial ofensivo foram empregadas para conter a vítima que, segundo a PRF, estava agressivo.
Procuradoria da República de SE e MPF acompanham o caso
Como revelado pela coluna do Ancelmo Gois, no GLOBO, nesta quinta-feira, o procurador da República Flávio Pereira da Costa Matias, da Procuradoria da República em Sergipe, abriu procedimento administrativo para acompanhar "os desdobramentos de abordagens ou ações da Polícia Rodoviária Federal". Em seu despacho, o procurador cita matérias jornalísticas e vídeos que dão conta de parte da operação que resultou na morte de Genivaldo.
O procurador deu prazo de 48 horas para que a PRF apresente inquérito policial que trata da morte de Genivaldo de Jesus Santos.
O MPF também requisitou as informações do inquérito policial aberto pela Polícia Federal para apurar os detalhes da morte na viatura da PRF, assim como as informações do procedimento administrativo aberto pela própria Polícia Rodoviária Federal.
Live do Sul21: ‘Quando a polícia tem carta branca pra matar, o passo seguinte é enriquecer’
Confira a íntegra da live:
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