quinta-feira, 12 de agosto de 2021

História das Ciências Forenses

 A História é o registo das vidas das pessoas e de todas as suas actividades, incluindo-se neste património, todos os actos e factos concebidos pela humanidade. Assim sendo, as Ciências Forenses também têm a sua história.


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O primeiro registo da Prática Forense data do século VII, na China onde Ti Yen Chieh se tornou famoso por utilizar a lógica e as provas forenses para resolver crimes. Mais tarde no século XII, também na China, foi escrito um livro que explicava como reconhecer sinais de afogamento e estrangulamento, e como as feridas podiam revelar o tipo e o tamanho da arma utilizada.

A ciência forense deve grande parte do seu arsenal de instrumentos e métodos à ciência ocidental dos séculos XVI a XVIII. Em meados do século XVII já se ensinava medicina forense em várias universidades da Europa. Os instrumentos que foram surgindo progressivamente da revolução científica foram implementados rapidamente na luta contra o crime.

A fotografia, por exemplo, tornou-se um meio muito importante na recolha de informação. Foi Thomas Byrnes, detective de Nova Iorque, que, em 1886, utilizou este método para divulgar fotografias de criminosos, para que a população pudesse identifica-los e, deste modo, protegerem-se.

Durante a evolução das Ciências Forenses podemos também assistir à criação de algumas pseudo-ciências, como por exemplo a Frenologia, ciência criada por Dr. Pranz Josef Gall, que visa descrever o carácter de uma pessoa através da forma do seu crânio. Depois de a sua prática ter caído em desuso, a Frenologia voltou a ter êxito quando Cesare Lombroso, ex-Cirurgião Militar e director de um asilo, analisou mais de 6000 casos criminais e lançou um livro, onde afirmava ser possível ligar características físicas com tendências penais (por exemplo, os pirómanos tinham a cabeça pequena ou ainda que os salteadores de caminhos eram muito velozes). Esta ciência durante alguns anos teve bastantes adeptos e chegou mesmo a ser usada como prova para alguns crimes, mas com o passar dos anos foi perdendo adeptos, até desaparecer definitivamente.

No entanto, foi a partir dessas ideias que o francês Alphonse Bertillon utilizou as medidas corporais para identificar com precisão criminosos. Apesar de as suas ideias terem escassos momentos de glória, foram novamente utilizadas quando se intentou o retrato falado, no qual se descrevia um rosto segundo as suas partes: testa, nariz, queixo, olhos e ouvidos. Com o surgimento dos arquivos computorizados, por volta da década de 50, esta técnica tornou-se inutilizada.

O século XIX foi, sem dúvida, revolucionário no que diz respeito às Ciências Forenses.


 


 

Patrizi criou a luva volumétrica, uma espécie de detector de mentiras primordial, que registava as mudanças na pressão sanguínea (associadas à tensão emocional). Contudo, este aparelho demonstrou ser pouco fiável.

 

 

Fig. 1 detector de mentiras actual

 

 


 

A reconstrução do esqueleto facial realizada actualmente pelos antropólogos forenses teve como precursor um anatomista suíço chamado Wihelm His, que trabalhou toda a sua vida para conseguir reconstruir um rosto através da sua estrutura óssea.

Fig. 2 reconstrução facial a partir da estrutura óssea

 

 


 

Henres Goddar foi o primeiro a conseguir relacionar as balas com a pistola que as disparou, sendo, por isso, o criador da balística forense.

O barão Dupuytren, um cirurgião francês, deu os primeiros passos para a toxicologia forense ao escrever um livro, onde enunciava a lista de venenos mais comuns usados pelos criminosos. A partir desse momento, fizeram-se vários avanços nessa área. Por exemplo, o químico inglês James Marsh, desenvolveu uma técnica infalível para detectar rastos de arsénico, uma substancia que permanece no corpo da vítima mesmo depois da morte.


 


 

Desde os primeiros passos de Marsh, as provas para detectar venenos ou drogas tornaram-se extremamente sofisticadas: cromatografia de gás, cromatografia líquida de alta precisão ou de filtração por gel, espectómetros de massa, etc. Actualmente, graças às técnicas de ensaio imunológico, podem detectar-se quantidades ínfimas dessas substâncias.

Outro exemplo de sofisticação moderna são os explosivos. Nenhum explosivo, por mais potente que seja, se consome totalmente numa explosão e, por isso, deixam sempre resíduos que, através de máquinas específicas, podem ser facilmente identificados.

Quem não se recorda de ver detectives dos filmes a passar um lápis sobre uma página em branco de um livro para conseguir ver com a luz o que foi escrito em páginas superiores que terão sido arrancadas? Os técnicos forenses aplicam um método mais sofisticado: colocam cada página de um livro sobre uma rede electrónica que manda uma carga electrostática e é aplicado um tipo de tinta de fotocopiadora. O texto vem à luz.

As falsificações, por exemplo, são cada vez mais difíceis de conceber, pois métodos de autenticação são cada vez mais sofisticados. Com a chegada dos computadores, as particularidades das máquinas de escrever mecânicas perdeu-se. As impressoras de jacto de tinta ou as impressoras a laser não apresentam diferenças entre si e, por isso, devem procurar-se outras formas de relacionar o autor com o documento. Localizar os ficheiros no disco rígido de um computador, apesar de terem sido eliminados pelo autor é tarefa dos novos técnicos forenses informáticos.

Novos tempos, novos crimes, novas técnicas forenses.



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