Homem acredita que os atentados e ameaças sejam em função dos desafetos que acumulou na profissão
atualizado em: 25/01/2022 às 15:00
Um ex-policial penal, de 39 anos, foi alvo de uma tentativa de homicídio na noite dessa segunda-feira (24), no bairro Califórnia, na região Noroeste de Belo Horizonte.
De acordo com o homem, ele voltava da casa da mãe, pela BR-040, quando um outro carro tentou fechar o veículo em que ele estava e os disparos começaram. Ele correu com o veículo, entrou em uma mata, abandonou o carro e continuou sendo perseguido, mas conseguiu despistar os criminosos. Em seguida, ele procurou a polícia e registrou um boletim de ocorrência.
A vítima diz que já vinha sendo perseguido, ameaçado e sofreu outras sete tentativas de homicídio desde 2011. Ele contou que por conta dos atentados e das ameaças foi morar nos Estados Unidos em 2017, mas teve que voltar em outubro do ano passado por questões familiares. Desde então, sofreu pelo menos mais três tentativas. “Infelizmente isso só prejudicou a mim e a minha família. Ser honesto é muito difícil. Todo mundo que me conhece sabe que eu não uso droga, não bebo, não fico procurando briga, não tenho problemas fora do relacionamento, nada que desabone a minha conduta. Nunca fiz nada para ninguém, muito pelo contrário, eu punia quem precisava ser punido”.
A vítima acredita que a perseguição se deve ao fato de ele ter sido honesto e denunciado agentes corruptos e presos que recebiam regalias nos 11 anos que atuou como policial penal. “Acumulei bastantes desafetos devido ao fato de fazer investigações. Eu trabalhava como diretor de inteligência em presídios e descobríamos diversos agente corruptos, infelizmente, e vários presos que queriam facilitações. A gente investigou muito tempo os alvarás falsos, os agentes que entravam com drogas, celulares, tudo por meio de funcionários e de visitas”, conta.
O homem conta que não sabe o que fazer e que pensa em se mudar novamente. “Não sei o que eu faço agora, se me mudo de estado, se tento voltar para os Estados Unidos. Não tenho cabeça nenhuma, ainda estou meio em estado de choque, estou digerindo a informação para saber o que fazer”, desabafa.
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