Segundo as informações levantadas pela Polícia Militar Rodoviária, a vítima fatal é o padre José do Nascimento Balbino. O falecimento foi confirmado pela Diocese de Governador Valadares em uma postagem feita em uma rede social.
Por g1 Vales de Minas Gerais
Batida envolveu carro e caminhão — Foto: Polícia Militar Rodoviária
Padre dirigia o carro — Foto: Diocese de Governador Valadares
Nota da Diocese
A Diocese de Governador Valadares lamentou o falecimento do padre José do Nascimento Balbino e informou que os locais do velório e enterro ainda não foram definidos. As informações serão divulgadas assim que forem definidas.
“Que Deus, na sua misericórdia, acolha esse nosso irmão na fé e no ministério sacerdotal em seu Reino e conceda a todos nós, familiares e amigos, o conforto espiritual, que vem da nossa fé na ressurreição dos mortos!”, divulgou por meio da postagem.
O que se sabe sobre as 3 mortes por raiva humana em um mês
em Minas Gerais
As vítimas viviam em uma aldeia indígena, no Vale do Mucuri;
um quarto caso ainda segue sob investigação da Secretaria de Estado de Saúde.
Por Guilherme Pimenta, g1 Minas — Belo Horizonte
04/05/2022 06h01
Atualizado há uma semana
Indígenas vítimas da raiva viviam na aldeia Maxakali, em Bertópolis, no Vale do Mucuri — Foto: Secult-MG/Divulgação
Dois adolescentes de 12 anos e uma criança de 5 anos
morreram vítimas da raiva humana em Minas Gerais. Os três casos confirmados da
doença surgiram após 10 anos sem registros da doença no estado. A Secretaria de
Estado de Saúde (SES-MG) investiga mais um caso suspeito. Trata-se de uma
menina de 11 anos.
Veja o que se sabe até agora sobre a doença:
1 - Quem são as vítimas
Os adolescentes e a criança vítimas da doença eram da mesma
família. Eles eram da etnia Maxacali e viviam na reserva indígena de Pradinho,
em Bertópolis, na Região do Vale do Mucuri.
O acesso à aldeia só é possível por meio de uma estrada
vicinal, com 38 km de extensão. Conforme a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo
(Secult), há cerca de 1,5 mil indígenas na região. Eles vivem de artesanatos e
da produção agrícola.
Os maxacali mantém rituais religiosos e têm idioma próprio.
2) Como ocorreu a infecção?
Notificação ocorreu após família informar aos médicos que adolescente foi atacado por morcego. — Foto: Divulgação
De acordo com o Ministério da Saúde, a raiva é transmitida
aos humanos por meio da saliva de animais infectados, principalmente por meio
da mordedura. Mas ferimentos provocados por arranhões desses animais também
podem transmitir a doença.
Foi exatamente dessa forma que Zelilton Maxakali, de 12
anos, contraiu a raiva humana. A família contou aos médicos que ele havia sido
atacado por um morcego 10 dias antes. Ele foi atendido no dia 3 de abril e
morreu em menos de 24 horas.
Minas Gerais chega a três mortes por raiva humana em um mês
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A menina de 12 anos também apresentou sintomas e o caso foi notificado à SES-MG no dia 5 de abril. Na data seguinte, foi transferida de Bertópolis para o Hospital Infantil João Paulo II, em Belo Horizonte, onde permaneceu internada por 24 dias. Ela chegou a ocupar um leito de UTI, mas morreu no dia 29 de abril..
Minas Gerais chega a três mortes por raiva humana em um mês
No dia 17 de abril, a SES-MG tomou conhecimento da morte de
uma criança de 5 anos que também vivia na aldeia. Ela não apresentou sintomas
da doença, mas como havia parentesco próximo com as outras vítimas, o estado
passou a investigar o caso, que foi confirmado em 26 de abril. As investigações
continuam para saber como ocorreu a infecção.
Uma menina de 11 anos, da mesma comunidade indígena, está
internada em Minas Gerais com febre e dor de cabeça. A SES-MG também investiga
se ela está com raiva humana. O caso foi considerado suspeito no último dia 21
de abril e aguarda resultado dos exames laboratoriais.
3) Quais são os sintomas da doença?
A doença pode não apresentar sintomas durante um intervalo
de 45 dias. Mas segundo o Ministério da Saúde, o tempo de incubação pode mudar
de acordo com diferentes fatores. Entre eles, a parte do corpo e a profundidade
da mordida; e se a vítima for criança – quando a doença se desenvolve mais
rapidamente.
O vírus provoca:
mal-estar geral;
pequeno aumento de temperatura;
perda de apetite;
dor de cabeça;
náuseas;
dor de garganta;
fraqueza;
irritabilidade;
inquietude;
sensação de angústia.
Os sinais podem permanecer de 2 a 10 dias após o período de
incubação.
4) Como se prevenir?
Vacina antirrábica é principal mecanismo para prevenção à doença. — Foto: Reprodução/TVCA
Para evitar a contaminação, é preciso receber a vacina
contra a raiva. O imunizante é aplicado em humanos e, também, nos animais
domésticos.
Anualmente, o governo faz campanha de vacinação antirrábica.
A aplicação das doses em cães e gatos evitam a infecção de animais domésticos e
prováveis transmissões para humanos.
Até o dia 28 de abril, das 1.037 pessoas da comunidade de
Pradinho, em Bertópolis, 802 já tinham recebido duas doses da vacina
antirrábica humana.
5) Histórico
Casos de infecção por raiva em humanos da última década no Brasil — Foto: Reprodução/Ministério da Saúde
Nos últimos 10 anos, o Brasil registrou 40 casos de raiva
humana, uma média de quatro casos por ano. As notificações partiram de
diferentes estados, com casos isolados.
No estado do Pará, em 2018, o Ministério da Saúde registrou
10 casos da doença na região. Em todas as notificações, segundo o Ministério, os
morcegos foram transmissores.
Em 2008, Pernambuco registrou o primeiro caso de cura da
raiva humana. Um segundo caso deste tipo foi registrado em 2017, no estado do
Amazonas.
Em Minas Gerais, não havia registros de raiva humana desde
2012. Um paciente foi diagnosticado com a doença em Rio Casca, na Zona da Mata
mineira.
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