Militar apontado pela família da vítima como autor do crime se apresentou na delegacia e negou ter matado José Luiz Borges Santos, de 41 anos.
Por g1 BA e TV Subaé
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Imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que o dono de um lava-jato foi morto a tiros, na segunda-feira (22), em Feira de Santana, a cerca de 100 km de Salvador. Um policial militar é apontado pela família da vítima como autor dos disparos. Ele nega a acusação. O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da cidade.
A vítima foi identificada como José Luiz Borges Santos, de 41 anos. As imagens, que são utilizadas pela Polícia Civil (PC) nas apurações, mostram que o empreendedor estava trabalhando ao lado de um funcionário, quando sofreu o ataque.
No vídeo, que foi obtido pela TV Subaé, afiliada da Rede Bahia em Feira de Santana, um homem, de capacete e com arma em punho, entrou no local às 15h55. Nesse momento, José Luiz lavava um carro na área externa do estabelecimento e, ao perceber a presença do suspeito, tentou se esconder no escritório, mas foi perseguido e baleado várias vezes.
José Luiz morreu na hora. A esposa da vítima também estava no lava-jato e pediu para o atirador não assassinar o companheiro. Ela ainda relatou que foi ameaçada pelo suspeito.
"Quando ele entrou logo, apontou a arma para mim. Eu levantei as mãos e gritei. Eu pedi, implorei [para ele não matar José Luiz]", contou a mulher, que teve a identidade preservada por motivo de segurança.
O suposto atirador é lotado na 22ª Companhia da PM, em Valença, no baixo sul, e foi identificado como Roberto Costa
Miranda. Ele também é advogado e estudante de medicina. No dia do crime, a Polícia Militar da Bahia emitiu nota e afirmou que o caso seria apurado na esfera administrativa, contudo, omitiu o nome do agente.
Depoimento do PM
Policial militar é suspeito de matar dono de lava-jato em Feira de Santana — Foto: Reprodução/TV Subaé
O PM se apresentou espontaneamente na delegacia, na terça-feira (23), e foi liberado após prestar depoimento. Conforme apurações da TV Subaé, ele estava acompanhado de dois advogados, negou ser o autor do homicídio e alegou que estava fora da cidade quando tudo aconteceu.
Ele não ficou preso porque, segundo a PC, estava fora do período de flagrante e não havia mandado de prisão preventiva contra ele. Por meio de nota, a Polícia Civil informou, nesta quarta-feira (24), que foram coletados elementos para reforçar as investigações, assim como a elucidação do crime.
Entre esses elementos está o par de tênis que o investigado calçava quando esteve na delegacia, pois análises das imagens da câmera de segurança mostram semelhanças do calçado com o que foi usado pelo suspeito da ação.
A PC também solicitou a pistola do agente, todavia, Roberto justificou não estar em posse, porque, segundo ele, a arma desapareceu há cinco dias.
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Versão da família
Um familiar da vítima, que não quis se identificar, contou que a desavença entre os dois começou ainda na segunda-feira, por volta de meio-dia, depois que José Luiz tomou conhecimento de que o suspeito havia mantido relações com uma filha dele, que agora tem 18 anos, mas na época tinha 17.
O PM, segundo essa pessoa, tem 30 anos. O pai se revoltou com a diferença de idade e com o fato da jovem ser menor quando tudo aconteceu. José Luiz procurou o homem para tomar satisfações e ameaçou denunciá-lo para a Corregedoria da Polícia Militar.
O agente respondeu que a denúncia "não daria em nada" e que iria "grandão" para cima do pai, caso sele procurasse a polícia.
José Luiz deixou duas filhas, uma de 18 e outra de 11 anos, além da companheira. O corpo dele foi sepultado sob forte comoção em Feira de Santana, na terça-feira (23).
José Luiz Borges Santos, de 41 anos, era dono de lava-jato e foi morto a tiros no estabelecimento — Foto: Arquivo pessoal
Nota da Polícia Militar
"As circunstâncias do crime, bem como a autoria e a motivação, estão sendo investigadas pela Polícia Civil.
A Polícia Militar, sempre que cientificada, apura as denúncias referentes a fatos de que integrantes da corporação sejam acusados. As apurações conduzidas pela instituição não excluem as investigações que sejam feitas ou que tenham sido iniciadas por outros órgãos, com as eventuais responsabilizações nas esferas administrativa e penal.
A PMBA reafirma seu compromisso com a transparência e a ética, garantindo que não serão toleradas ações que comprometam a confiança e o respeito da população."
Vídeo mostra momento em que dono de lava-jato é morto a tiros em Feira de Santana — Foto: Arquivo pessoal
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