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quarta-feira, 6 de abril de 2022
Jovem negro e gay denunciado por injúria e homofobia é alvo da Justiça
Polícia Civil, ao cumprir mandados de busca e apreensão na casa do investigado, encontrou uma carta manuscrita com lista de pessoas que seriam alvo de vingança
Um jovem negro e homossexual de 22 anos – acusado, por várias vítimas, de cometer crimes de homofobia e injúria racial na internet – foi alvo de uma operação da Polícia Civil em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, na manhã desta terça-feira (5/4), para o cumprimento de mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça.
Então, a delegada Ione Barbosa, que também atua como presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, assumiu as investigações, levantando provas e ouvindo testemunhas.
Com a chegada da polícia, suspeito tenta fugir
Após meses de investigação, uma equipe da Polícia Civil mineira, sob o comando da delegada, realizou uma megaoperação nesta manhã na Região da Cidade Alta no município.
“Assim que chegamos à casa do suspeito para cumprimento do mandado de busca e apreensão, ele tentou fugir pulando por uma janela, mas nossa equipe conseguiu capturá-lo. Questionado sobre as acusações, ele negou os crimes, mas também entrou em contradição em muitos momentos e disse que as pessoas não gostam dele”, conta a delegada Ione Barbosa em entrevista ao Estado de Minas.
Carta manuscrita de vingança apreendida
Durante as diligências na residência do suspeito, os policiais apreenderam um computador, um notebook, um tablet, um celular e uma carta escrita de próprio punho. "Na folha, ele montou uma listagem de pessoas das quais ele queria se vingar – identificando elas, por exemplo, como mendigo, negro, macumbeiro, pobre, travesti, gay e morador de rua", conta Ione.
"O outro mandado foi cumprido na casa dos pais. Eles relataram que o filho tem problemas psiquiátricos, faz acompanhamento com profissional e estão tentando interná-lo de forma compulsória", acrescenta.
Pedido de prisão ainda não foi deferido
Além da autorização para cumprir os mandados de busca e apreensão, a delegada Ione Barbosa conta que também havia encaminhado à Justiça um pedido de prisão em desfavor do investigado.
“No entanto, neste momento, o juiz entendeu que uma medida cautelar diversa da prisão seria o suficiente. Este procedimento está previsto no artigo 319, inciso III, do Código de Processo Penal (CPP). Com isso, o suspeito não poderá fazer contato ou se aproximar das vítimas. Em caso de descumprimento, ele pode ser preso a qualquer momento”, finaliza.
A força e a voz de Graziele: para além da dor, o desejo de Justiça
“Macaca, preta, suja, usa drogas e só serve para sexo”. Estes foram alguns ataques com os quais Graziele Cláudia Matias Campos Batista, de 24 anos, foi surpreendida nas redes sociais, em Juiz de Fora. À época, em 18 de janeiro deste ano, a reportagem conversou com a estudante que, pela segunda vez, foi vítima de injúria racial praticada pelo agressor na internet.
Antes disso, em outubro do ano passado, ela foi surpreendida pela primeira vez em mensagens privadas no Instagram, quando decidiu gravar a conversa em chamada de voz pela rede social. "Volta pra África! Macaca! (...). Cabelo duro! (...). Você tem que ser estuprada. Só pra isso que você presta! Eu não ligo para o que preto pensa. Eu sou superior a você", disse o homem nas gravações publicadas pela reportagem à época.
O ataque aconteceu após Graziele tentar defender um amigo, que, vítima de homofobia, foi chamado pelo agressor de “pintoso” e “afeminado”.
“Eu senti um misto de sentimentos. Fiquei com muita raiva, mas também senti muito nojo. Não acredito que passei por isso. Sinto-me inútil por não saber quem é”, desabafou na oportunidade.
Ao denunciar o caso em suas redes sociais, Graziele foi abordada por algumas pessoas, em mensagens privadas, relatando que também foram alvos de ataques do mesmo indivíduo. Por meio de Graziele, a reportagem do Estado de Minas, na ocasião, conseguiu abordar outras vítimas que registraram provas das agressões, além de boletins de ocorrência junto à Polícia Militar.
Em um quase desfecho – e pouco mais de cinco meses após o primeiro ataque recebido em 28 de outubro de 2021 –, Graziele falou rapidamente, por telefone, com a reportagem na tarde desta terça-feira (5/4) e aquele misto de sentimentos ruins, relatados pela jovem na primeira entrevista, deu lugar à sensação de que valeu a pena lutar.
“Nossa, estou muito feliz e realizada. Tenho certeza que ele será preso em breve e pagará pelo que fez não só a mim, mas também às outras vítimas. O momento é de muita felicidade”, revelou Graziele, que deixou transparecer um sorriso em sua voz.
Em um intervalo de quatro horas, dois homicídios são
registrados em Nanuque
Os crimes aconteceram nos bairros Centro Industrial e
Getúlio Vargas. As vítimas tinham 23 e 51 anos.
Por g1 Vales de Minas Gerais — Nanuque
06/04/2022 17h30
Atualizado há 3 dias
Dois homicídios foram registrados em Nanuque, em um
intervalo de quatro horas, nesta quarta-feira (6).
De acordo com a Polícia Militar, um jovem de 23 anos e um
homem, de 51, foram mortos. Os crimes aconteceram nos bairros Centro Industrial
e Getúlio Vargas.
LMG-719
À 1h, a PM recebeu uma ligação anônima informando sobre o primeiro
homicídio, no bairro Centro Industrial. Alessandro Santos foi encontrado às
margens da LMG-719, com lesões no rosto e sangramento no ouvido.
A perícia esteve no local do crime e constatou que a vítima
apresentava três marcas de tiro no crânio, tórax e costas. Além disso, o corpo
tinha lesões no rosto, dedo, ombros e tórax, aparentemente, causadas por ponta
de cigarro.
O avô de Alessandro contou aos militares que o neto saiu de
casa na terça-feira (5), por volta das 15h, e não voltou mais. Informou ainda
que a vítima era envolvida com “coisa errada”.
Denúncias anônimas identificaram três suspeitos, porém,
ninguém foi detido. O corpo da vítima foi encaminhado ao Posto Médico Legal de
Teófilo Otoni.
Getúlio Vargas
O segundo homicídio foi registrado às 5h. Alberto Pereira de
Souza foi encontrado com machucados na cabeça, caído nos fundos da casa.
Ela contou aos policiais que acordou por volta das 4h e
voltou a deitar, após rezar e ver o filho dormindo. Uma hora depois, ela não
viu a vítima deitada na cama e começou a procurá-la.
Ao chegar nos fundos da casa, a mãe achou o filho deitado de
barriga para baixo e com os braços abertos. O Samu esteve no local e prestou
socorro à vítima, porém, o homem não resistiu aos ferimentos. Familiares
disseram aos policiais que Alberto usava drogas.
Segundo a PM, o corpo da vítima foi encaminhado ao Posto
Médico Legal de Teófilo Otoni. Os suspeitos do crime ainda não foram
identificados.
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