quarta-feira, 6 de abril de 2022

Eduardo Bolsonaro ataca jornalista da Globo de modo cruel e inaceitável

 O filho do presidente Jair Bolsonaro não gostou de um artigo publicado pela colunista sobre as diferenças entre Lula e Bolsonaro. Orlando Silva afirmou que o PC do B abrirá uma representação contra ele

Publicado: 04 Abril, 2022 - 11h55 | Última modificação: 04 Abril, 2022 - 12h10

Escrito por: Redação CUT

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a atacar a jornalista Míriam Leitão neste domingo (3) em razão de um artigo em que a colunista de O Globo aponta que o ex-presidente Lula (PT) não pode ser igualado ao presidente Jair Bolsona ro (PT) por ter atuado devidamente como um líder democrático. 

Nas redes sociais, o filho do presidente debochou da tortura sofrida pela jornalista, reforçando o caráter fascista do clã Bolsonaro, segundo reportagem de Lucas Rocha, da Revista Fórum, e pode responder no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, diz a RBA. 


"Ainda com pena da cobra", escreveu Eduardo em seu perfil oficial no Twitter. A postagem faz referência à tortura sofrida pro Míriam Leitão durante a ditadura militar. Grávida, a jornalista foi colocada nua em um quarto escuro junto com uma cobra jiboia. 

A postagem repugnante veio após Míriam publicar o artigo "Única via possível é a democracia". " Como escrevi neste espaço em maio de 2021, não há dois extremistas na disputa, mas apenas um, Jair Bolsonaro. Semana passada, novamente, Bolsonaro provou que ele é um perigo para a democracia", disse. 

O comentário do deputado foi repudiado nas redes sociais. 

"Miriam Leitão foi torturada grávida pela ditadura que essa família apoia. O deputado federal por São Paulo faz um comentário nojento e indigno desse. A infâmia está tão normalizada que faz o que faz e não sofre nenhuma punição do conselho de ética. Pessoa baixa. A menção nojenta à cobra é porque a tortura à Miriam, grávida, se deu com o uso de uma jiboia. Se você referenda esse tipo de vagabundagem de um deputado filho de um presidente, você morreu por dentro", escreveu a jornalista Vera Magalhães no Twitter.

"Meu Deus. É até difícil encontrar palavras. Embrulha o estômago mesmo. O deputado decidiu debochar da tortura pela qual Miriam passou durante a ditadura. Na época, ela estava grávida. É aterrador. Minha total solidariedade a @miriamleitao. Que tristeza chegarmos a isso", tuitou a jornalista Renata Agostini, da CNN Brasil. 

"Nojento", reagiu o jornalista Xico Sá.

Na manhã desta segunda-feira (4), o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) afirmou que seu partido abrirá uma representação no Conselho de Ética da Câmara, segundo a RBA. Consultei o partido e faremos representação contra Eduardo Bolsonaro no Conselho de Ética da Câmara pelo deboche afrontoso e desumano à tortura sofrida pela jornalista Miriam Leitão. Esse canalha sórdido não ficará impune!”, tuitou.

Ainda hoje, em entrevista à rádio CBN, o parlamentar pediu desculpas à jornalista e disse que o Congresso está “constrangido”. “Quero pedir desculpas à jornalista Miriam Leitão pelo gesto abominável de Eduardo Bolsonaro, que ironizou algo tão bárbaro. A tortura é desumano. Por isso, vamos abrir essa representação, porque esse deputado, cada dia mais, viola o decoro parlamentar. É uma violência que constrange o Parlamento”, disse Orlando Silva.

https://www.cut.org.br/noticias/eduardo-bolsonaro-debocha-de-tortura-sofrida-por-miriam-leitao-59ac

                                                                   

Irmã acusa o Planalto de trocar cargos pela morte de Adriano da Nóbrega

Oficial foi morto em 2020, em meio a acusações de compor uma milícia e de ligação a um esquema de 'rachadinha' no gabinete de Flávio Bolsonaro

Ed

Estado de Minas

postado em 06/04/2022 16:25

Foragido, Adriano da Nóbrega foi morto em 2020, em meio a acusações - (crédito: Reprodução)

Daniela Magalhães da Nóbrega, irmã do ex-policial militar Adriano Magalhães da Nóbrega, morto em 2020, na Bahia, acusou o Palácio do Planalto de oferecer cargos em troca da execução do ex-capitão. O oficial tinha ligações com a família do presidente Jair Bolsonaro (PL) que, em 2005, no plenário da Câmara dos Deputados, o defendeu da acusação de matar um flanelinha no Rio de Janeiro (RJ). As informações são da "Folha de S. Paulo".

  

Adriano era suspeito de comandar uma milícia no Rio. Sobre ele, também pesavam indícios de participação em um suposto esquema de rachadinha no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro (PL). A "Folha" obteve gravação em que Daniela conversa com uma tia dois dias após a morte de Adriano.

 

No áudio, ela afirma à parente que o irmão soube de uma reunião sobre ele no Palácio do Planalto.

 

"Ele [Adriano] já sabia da ordem que saiu para que ele fosse um arquivo morto. Ele já era um arquivo morto para todo mundo. Já tinham dado cargos comissionados no Planalto pela vida dele, já. Fizeram uma reunião com o nome do Adriano no Planalto. Entendeu, tia? Ele já sabia disso, já. Foi um complô mesmo", disse a mulher.

 

Tatiana, outra irmã do capitão, chegou a afirmar em áudio que a ordem para matar Adriano veio de Wilson Witzel, então governador fluminense. "Foi esse safado do Witzel, que disse que se pegasse era para matar. Foi ele", falou.

As conversas entre parentes de Adriano da Nóbrega compõem os elementos da Operação Gárgula. A investigação é responsável por entender o esquema que garantiu a fuga do capitão do Rio de Janeiro. Na mira das autoridades, ele ficou foragido por cerca de um ano.

 

A despeito das acusações sobre a participação de Adriano em uma milícia, Tatiana, a outra irmã, chegou a garantir que o oficial não mantinha atividades paramilitares. A associação era feita, segundo ela, para associar Bolsonaro a milicianos.

 

"Ele não era miliciano, não. Era bicheiro. [...] Querem pintar o cara numa coisa que ele não era por causa de coisa política. Porque querem ligar ele ao Bolsonaro. Querem ligar ele a todo custo ao Bolsonaro", pontuou. "Aí querem botar ele como uma pessoa muito ruim para poderem ligar ao Bolsonaro. Aí já disseram que foi o Bolsonaro quem assassinou. Quando a gente queria cremar diziam que e a família queria cremar rápido porque não era o Adriano. Uma confusão", completou ela.

 

 

Em outro áudio, o sargento Luiz Carlos Felipe Martins, da PM do Rio, apontado como parceiro de Adriano, diz a um homem que o ex-capitão reclamava muito de perseguição por causa da relação com Bolsonaro.

 

"Ele falava para mim: 'Orelha, nunca vi isso. Estamos se fudendo por ser amigo do presidente da República. Porra, todo mundo queria uma porra dessa. Sou amigo do presidente da República e tô me fudendo'. Morreu por causa disso", desabafa.

 

As relações entre Bolsonaro e Adriano da Nóbrega estão explicitadas em cargos obtidos pela ex-esposa do oficial e pela mãe no gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa fluminense.

 

Segundo a "Folha", o Palácio do Planalto e a defesa de Daniela da Nóbrega optaram por não comentar os áudios.

https://www.correiobraziliense.com.br/politica/2022/04/4998724-irma-acusa-o-planalto-de-trocar-cargos-pela-morte-de-adriano-da-nobrega.html


                                                                           


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