O homem fantasiado pedia o fim do comunismo e do STF
23/04/2021 - 11:33
Por: Redação
Um homem foi fantasiado com uma roupa semelhante ao traje do grupo supremacista branco Ku Klux Klan em um ato a favor pró Jair Bolsonaro (sem partido) e contra os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), em Porto Alegre (RS). O caso ocorreu na última quarta-feira, 21,. As informações são do UOL.
Um vídeo que circula nas redes sociais, é possível ver o homem trajando uma espécie de túnica marrom (a da Ku Klux Klan é branca) com um capuz ponte agudo, com furos nos olhos, semelhante às vestes do grupo supremacista branco de extrema-direita dos EUA.
Homem vestido como Ku Kux Klan pedia "fim do comunismo" durante ato pró-Bolsonaro em Porto Alegre
No vídeo, o homem é chamado de “carrasco” por outra pessoa no microfone. Depois, ele próprio fala para diversos manifestantes pró-Bolsonaro, ao lado de bonecos pretos enforcados em uma árvore.
“O que nós viemos fazer aqui hoje, gente? Viemos acabar com o comunismo. Hoje é o fim do comunismo. Alguém quer o comunismo aqui ainda?”, diz o homem. E os manifestantes gritam respondendo: “Não!”. Ele continua incentivando os manifestantes: “Mais alto! Não ouvi. Fim do comunismo!”.
Durante o ato, que aconteceu na avenida Goethe, no Parque Moinhos de Vento. Parte dos bolsonaristas trajava camisas verde e amarelo e carregavam diversas bandeiras do Brasil.
Confira o vídeo:
Autuado por desmatar área de preservação, Nelson Barbudo
quer limitar multas ambientais a R$ 5 mil
IN BANCADA RURALISTA, DE OLHO NA POLÍTICA, DE OLHO NO
AMBIENTE, DESMATAMENTO, EM DESTAQUE, GOVERNO BOLSONARO, PRINCIPAL, ÚLTIMAS
DE OLHO NOS RURALISTAS
14/04/2021 - UPDATED 14/04/202112:51 PM
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Deputado bolsonarista, o pecuarista já ameaçou invadir terra
indígena, defende a exploração econômica dessas áreas e insultou Dom Pedro
Casaldáliga; foi ele quem apresentou frasco misterioso ao ministro da Ciência
como se fosse “solução contra Covid”
Por Lázaro Thor Borges e Luís Indriunas
O deputado federal Nelson Barbudo (PSL-MT) é autor de um
projeto de lei que prevê a limitação de multas ambientais em até R$ 5 mil. O
fazendeiro Nelson Ned Previdente, seu nome verdadeiro, foi autuado em R$ 78
mil, em 2005, por desmatamento em Área de Preservação Permanente (APP) dentro
de sua propriedade.
Deputado entrega frasco misterioso ao ministro da Ciência.
(Foto: Divulgação)
Boa parte do trabalho parlamentar de Barbudo é defender quem
desmata. Outro projeto de lei de sua autoria quer facilitar a liberação de
veículos e equipamentos apreendidos em fiscalização ambiental.
Deputado entrega frasco misterioso ao ministro da Ciência. (Foto: Divulgação)
Mas seu alvo preferido são os indígenas: “Ruralista sem terras, Nelson Barbudo é acusado de incentivar invasões de terra dos Xavante“. Quando morreu o bispo emérito de São Félix do Xingu, dom Pedro Casaldáliga, o político manifestou-se desta forma: “Bolsonarista, deputado Barbudo diz que Dom Pedro Casaldáliga “desencarnou para o inferno’”.
O religioso havia defendido a demarcação da Terra Indígena
Marãiwatsédé, do povo Xavante. Barbudo é autor de projeto de lei que prevê a
exploração econômica de terras indígenas.
O deputado ficou conhecido nacionalmente depois de
protagonizar uma cena constrangedora com o ministro da Ciência, Tecnologia e
Inovações, o tenente-coronel e astronauta Marcos Pontes. O deputado foi até o
gabinete do ministro apresentar uma suposta “solução” para a Covid-19 em um
misterioso pote cujo conteúdo nem o próprio Barbudo sabia do que se tratava.
Com as mudanças na Câmara após a eleição de Arthur Lira,
Barbudo tornou-se vice-presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária,
Abastecimento e Desenvolvimento Rural. A agenda tecnológica para o agronegócio
foi um dos temas discutidos no encontro com Pontes.
Enquanto isso, ele mantém o poder em Alto Taquari, onde sua
esposa Vânia Previdente foi eleita vereadora, em 2020. Para a Justiça
Eleitoral, ela declarou não possuir bens.
MULTADO, DEPUTADO NÃO APRESENTA PROJETO DE RECUPERAÇÃO
De Olho nos Ruralistas teve acesso ao processo
administrativo de multa contra Barbudo que deu origem à execução fiscal. O
acesso foi concedido através de pedido feito com base na Lei de Acesso à
Informação (LAI). O requerimento foi negado duas vezes pelo superintendente do
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama), Gibson Almeida Costa Júnior, sob a justificativa de que eram “dados
pessoais” do parlamentar. Ao ingressar com recurso em segunda instância, o
acesso foi concedido.
Alto Taquari (MS), onde Barbudo foi vereador, se orgulha de
iniciar o plantio de soja no Estado. (Foto: Prefeitura de Alto Taquari)
A multa foi aplicada em 2005, após uma fiscalização na
propriedade por desmatamento de 15 hectares. Na época, Nelson Barbudo era
vereador de primeiro mandato em Alto Taquari, município mato-grossense que fica
a 55 quilômetros do Parque Nacional das Emas, em Goiás. A região é conhecida
por ser uma das mais exuberantes áreas de Cerrado do país. A Prefeitura de Alto
Taquari fala com orgulho que foi o primeiro município a ter um pé de soja no
Mato Grosso.
De acordo com o auto de infração registrado no dia 17 de
julho de 2005 que consta no processo administrativo, Barbudo não realizou
nenhum licenciamento ambiental para fazer a construção dos drenos. Na época, o
valor da autuação ficou em R$ 25 mil. Após as atualizações do valor, a multa
cobrada na Justiça agora é de R$ 78 mil.
Em julho de 2020 ela já tinha sido inscrita em dívida ativa
e passou a ser cobrada em uma ação de execução fiscal ingressada pela União.
Após o pedido da defesa ser negado, o Ibama recebeu nova manifestação de Nelson
Barbudo sobre a multa. Foi em setembro de 2014, quando o ruralista justificou
que não havia construído drenos na área, mas apenas feito a “limpeza” de antigo
rego de água que “servia de dreno e impedia a inundação da área” na beira do
Rio Araguaia.
Em outra parte do processo, Barbudo afirmou que “a área está
totalmente recuperada diante do que a ocorrência foi mínima, ou seja, apenas
limpeza de rego já existente”. Apesar de alegar que a área foi “recuperada”,
ele recebeu em pelo menos três ocasiões diferentes notificações do Ibama, por
meio dos Correios, para apresentar Projeto de Recuperação de Danos Ambientais
(PRAD), o que nunca foi feito pelo parlamentar bolsonarista.
PECUARISTA DIZ SER PEQUENO PROPRIETÁRIO E NÃO DECLARA
FAZENDA
Em uma das peças de sua defesa, Barbudo pediu a redução de
90% da multa. Entre os argumentos, ele afirma ser um “pequeno” produtor e
enfatiza que não teria condições de pagar a multa aplicada pelo instituto. Na
época, ele recebia R$ 3 mil como vereador. Valor que, se corrigido pelo IGP-M,
representaria hoje cerca de R$ 8 mil.
Deputado não informou ao TSE a propriedade da Fazenda
Netinho. (Imagem: Reprodução/Sema-MT)
“Certo é que minha propriedade é de apenas 150,00 hectares,
sendo considerado pequeno produtor e se tiver que suportar a multa no seu valor
integral, jamais teria condições de pagar sem a perca (sic) da propriedade”,
afirmou, na época.
Em 2008, no entanto, quando se candidatou à reeleição para a
Câmara Municipal de Alto Taquari, Barbudo declarou a Fazenda Netinho, com 240
hectares de terras próximas do Araguaia, por R$ 250 mil. A fazenda foi a única
propriedade registrada por ele na Justiça Eleitoral.
Em 2018, quando se elegeu deputado federal, Barbudo não
declarou a fazenda. O único bem declarado foi uma carreta reboque. Só que, em
2019, a Fazenda Netinho aparece nos registros da Secretaria de Estado de Meio
Ambiente de Mato Grosso (Sema-MT), a partir do Cadastro Ambiental Rural (CAR),
com 617,4709 hectares e em nome de Nelson Barbudo e de seu irmão, Nilton Nei
Previdente.
Além disso, ele teria arrendado outros 3 mil hectares para
criação de gado.
Mesmo diante das incoerências em seu patrimônio, Barbudo
repete o presidente Jair Bolsonaro ao adotar uma postura de “humildade” diante
dos eleitores. Ele se deixou fotografar ainda em 2019 com um Fiat Uno ao chegar
na Câmara dos Deputados.
Durante todo o ano de 2020, Barbudo gastou R$ 416 mil da
cota parlamentar. Embora sempre tenha defendido o corte de gastos com dinheiro
público, é o segundo que mais gastou entre os oito deputados mato-grossenses.
Ele perde apenas para Carlos Bezerra (MDB), que teve uma despesa de R$ 459 mil.
POLÍTICO DESISTE DE PARTICIPAR DE ENCONTRO AMBIENTAL DA OAB
Barbudo com sua esposa, eleita vereadora em Alto Taquari
(MS), Vânia Previdente. (Foto: Divulgação)
Em junho acontecerá a Conferência Internacional de Direito
Ambiental da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Nelson Barbudo havia sido
convidado para palestrar, junto com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo
Salles. O convite veio da presidente da Comissão de Direito Ambiental da OAB
nacional, Ana Carolina Naves Dias Barchet. Ela pertence ao escritório Bertoldo
Barchet Advogados Associados, que defende o deputado contra a multa do Ibama.
O escritório tem em sua carteira de clientes diversos
políticos e ruralistas de Mato Grosso. Barbudo, acusado de destruir a área
perto do Parque Nacional, está entre os representados pelo escritório. A
família Barchet advoga para ele na ação de execução fiscal que tramita na 18ª
Vara Federal de Execução Fiscal da Justiça Federal, em Brasília.
No dia 13 de novembro, o advogado Houseman Thomasz Aguilari
ingressou com pedido de vista do processo administrativo do Ibama. Ele é sócio
do advogado Marcelo Bertoldo Barchet, marido de Ana Carolina Barchet.
Procurados pela reportagem, o deputado e os advogados não se
manifestaram.
|Lázaro Thor Borges é repórter em Cuiabá. |
|Luís Indriunas integra a equipe de editores do De Olho nos
Ruralistas. |
Foto principal (Reprodução): Nelson Barbudo parabeniza o
presidente Jair Bolsonaro pela eleição
Felipe Moura Brasil: Bolsonaro torrou dinheiro do povo com férias, novela e remédios ineficazes
2 de abr. de 2021
Morre de Covid-19 enfermeiro que atacava vacina e defendia
tratamento precoce
De acordo com a prefeitura, ele morreu no Hospital São José,
montado para atender pacientes com Covid-19
Por Folhapress
19/04/21 às 19H15 atualizado em 19/04/21 às 19H36
O enfermeiro Anthony Ferrari
O enfermeiro Anthony Ferrari - Foto: Reprodução/Instagram
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O enfermeiro Anthony Ferrari morreu no domingo (18), em razão de complicações da Covid-19. O profissional de saúde ficou conhecido nas redes sociais por divulgar informações falsas sobre vacinas e supostos tratamentos para a doença.
A morte foi confirmada pela Secretaria Municipal de
Comunicação de Duque de Caxias, cidade fluminense. De acordo com a prefeitura,
ele morreu no Hospital São José, montado para atender pacientes com Covid-19.
A infecção pelo coronavírus foi confirmada em publicação em sua página no Facebook assinada por sua mulher.
"Ele está SIM com Covid e segue internado, porém NÃO
ESTÁ entubado [sic]. Como esposa dele peço que respeitem esse momento onde os
familiares estão muito preocupados e essas notícias falsas causam muita
dor", escreveu a mulher do enfermeiro, Natalia Ferrari.
No fim do ano passado, Ferrari divulgou vídeo fazendo a
falsa afirmação que o médico voluntário no ensaio clínico da vacina de Oxford
teria sido "vítima da vacina". Ele também dizia, erroneamente, que o
imunizante poderia causar Alzheimer, doença degenerativa que afeta a memória, e
fibromialgia, que causa dor e fadiga.
Ele também defendeu o uso de ivermectina no combate à
Covid-19. Ele disse que a droga salva vidas, que há estudos que provam sua
eficácia e que a Etiópia e a Austrália têm poucos casos do coronavírus porque fazem
o uso profilático do remédio. Todas as informações são falsas. A família não se
pronunciou sobre a morte do enfermeiro até a publicação desta reportagem.
O lado b de Chorão: disputas com colegas, ameaça de morte a
repórter e equipe 'atônita'
Novo documentário faz retrato íntimo do talento, mas deixa
no ar relatos dos seus conflitos. G1 conversou com outras pessoas e buscou
registros na justiça para entender disputas.
Por Rodrigo Ortega, G1
09/04/2021 06h00
Atualizado há 2 meses
Chorão ao lado de Champignon no palco do Ceará Music, em Fortaleza — Foto: Fred Pontes/Divulgação
Uma das melhores histórias do rock brasileiro é como Chorão saiu de uma pista de skate de Santos para virar o último grande ídolo do gênero no Brasil. A ascensão do cantor com uma linguagem direta e composições marcantes é bem contada no novo documentário "Chorão: Marginal alado".
Mas há outra história igualmente fascinante e importante para o rock brasileiro: como Chorão entrou em conflitos que acabaram implodindo o próprio sucesso e colocou a banda com pista livre para o estrelato num caos do qual nem ele deu conta.
O documentário conta com a família e os amigos, incluindo
seu ex-advogado, para fazer um retrato íntimo. Mas muitos conflitos são
relevados nas entrevistas como fruto de "personalidade forte" ou de
uma "carapaça" bruta sob interior sensível. O produtor Rick Bonadio
simplifica mais: "roqueiro é assim".
Ações na justiça - As agressões de Chorão costumam ser
descritas como intempestivas. Mas o registro judicial mostra um combate que ia
além da explosão: ele manteve durante anos a defesa de sua cabeçada em Marcelo
Camelo e de xingamentos ao baterista Pinguim. Acabou ganhando as duas causas e
os músicos tiveram que pagar os honorários ao seu amigo e advogado. Ele também
já impediu que Champignon falasse sobre ele e o Charlie Brown Jr.
Rotina com colegas: O Charlie Brown tinha moral alta no rock
brasileiro quando Chorão trocou toda a banda em 2005. Ele era o ídolo, mas os
fãs gostavam dos colegas e amavam Champignon. O baixista voltou em 2008, mas
foi humilhado no palco. Em caso parecido, mas menos lembrado, Chorão ofendeu
Pinguim. O músico perdoou, lembra com carinho do cantor, e tenta explicar ao
G1: as variações de humor eram bruscas. A equipe nunca sabia o que esperar e
ele ficava "atônito".
Imprensa: Chorão é de uma era pré-digital com poderosos
impressos como a revista "Bizz", muito influente na música. Em uma
fase crucial para a banda, após o primeiro disco, ele se irritou com uma nota
simples e positiva sobre a banda, ligou para a redação e ameaçou a repórter de
morte. A reação foi tão exagerada que a revista teve que parar de falar da
banda.
O vício em cocaína, que o filme trata de forma honesta, sem
julgamentos nem moralismo, tornou a vida do cantor muito mais difícil - até que
ele foi vítima de uma overdose aos 42 anos, em 2013.
Mas os relatos mostram que os problemas iam além disso. Em
todos os casos, o cantor entrava sem razão clara em situações duras, que
dificultavam sua própria vida, mas eram amenizadas pelo carisma e a força das
músicas.
Incrivelmente, ele acabou saindo na capa da revista, fazendo
as pazes com colegas e até ganhando ações judiciais improváveis. Chorão era o
maior inimigo dele mesmo, e a briga entre o talento e a destruição era
acirrada. Leia os casos:
1 - Ações na justiça: o caso Camelo...
O fórum da Barra Funda, em São Paulo, guarda um documento
histórico do rock do Brasil: a disputa judicial entre Chorão e Marcelo Camelo,
vocalista dos Los Hermanos.
Marcelo Camelo em reportagem do 'Fantástico' em 2004 sobre briga com Chorão — Foto: Reprodução / TV Globo
Em julho de 2004, durante um voo das duas bandas para o festival Piauí Pop, em Teresina, o líder do Charlie Brown reclamou de críticas que os Los Hermanos faziam à música dele na imprensa.
Na escala, no aeroporto de Fortaleza, aconteceu a agressão a
Camelo: uma cabeçada no nariz e um soco no olho. Chorão alegou que também foi
ameaçado.
Muita gente conhece a história da cabeçada, mas pouca gente
sabe que Chorão morreu cobrando dinheiro dos Los Hermanos. E mais: a ação caiu
na mão de um desembargador que também era acusado de dar uma cabeçada em um
colega.
Foram dois processos. No Rio, Camelo pediu R$ 250 mil por
danos morais e materias, mais R$ 7.560,76 de despesa médica. No segundo, no
Tribunal de Justiça de SP, a banda pediu R$ 43 mil para compensar cachês
perdidos de dois shows desmarcados por causa da cirurgia que ele teve que
fazer.
A acusação argumentou que a agressão causou "sério dano
à imagem do autor (...) cuja preocupação é passar para seu público, constituído
na sua maioria de jovens, uma mensagem de paz e harmonia". A letra de
"O vencedor", dos Los Hermanos, foi incluída pela acusação como prova
disso no processo.
Para dar um exemplo da "paz" de Camelo, a acusação
incluiu os versos: "Eu que já não sou assim / Muito de ganhar / Junto as
mãos ao meu redor / Faço o melhor que sou capaz / Só para viver em paz".
A primeira decisão deu vitória ao autor de "O
vencedor", mas diminuiu a indenização para R$ 10 mil, mais o custo do
tratamento. Chorão recorreu e teve dois triunfos: reduzir a pena para R$ 2,5
mil e metade das despesas, e a declaração de culpa concorrente – ou seja, de
que os dois causaram a briga.
A segunda decisão foi do desembargador Bernardo Garcez.
Chorão pagou cerca de R$ 6,3 mil reais em 2008, disse ao G1 o advogado de
Chorão, Maurício Cury (que foi amigo de infância do músico e é um dos
principais entrevistados do novo documentário).
Chorão agride Marcelo Camelo no aeroporto de Fortaleza
Advogados de Camelo alegaram que Garcez não deveria ter
julgado a ação, pois foi réu na época em caso parecido. Ele era acusado de
acertar o juiz Gabriel Zéfiro com os mesmos golpes do caso de Chorão: um soco e
uma cabeçada. A briga no Rio foi tema de matéria de abril de 2004, de "O
Globo", com título "Os pitboys do Judiciário".
"É completamente incabível que um julgador tenha como
reação de um ato uma agressão física, ser réu em uma ação indenizatória em
virtude dessa agressão e ainda assim julgar em grau de recurso caso
semelhante", disse a parte de Camelo. Mas a decisão foi mantida.
Até a morte, a defesa de Chorão tentava cobrar do Los
Hermanos os honorários do processo de SP, de R$ 7.171,92 (mais que a
indenização que ele pagou no Rio).
Em 2015, foi finalmente estipulado o valor da causa que
deveria ser pago ao advogado de Chorão: R$ 12.127,84, com mais outra correção
monetária em seguida de R$ 2.111,48. Ou seja: além do olho roxo, Camelo saiu no
prejuízo financeiro.
... e o caso Champignon
A briga com Champignon, que morreu seis meses depois de Chorão,
, não ficou só no palco e nos camarins. Durante o período de separação
entre 2005 e 2008, o vocalista levou a disputa à justiça.
Champignon deu, em junho de 2005, uma entrevista à revista
"Jovem Pan", em que dizia que a saída dos músicos da banda não
aconteceu só por "divergências musicais", como dizia o vocalista, mas
por "desentendimento com o empresário, e o Chorão 'comprou a dele'".
O baixista também ficou magoado pelas declarações do cantor
de que ele fazia tudo na banda. "Ele falou no Faustão que faz 100% de
tudo. Isso é desrespeito com o Marcão, comigo e com o Pelado", ele
afirmava.
Chorão entrou com um processo pedindo uma multa de R$ 100
mil caso o baixista continuasse a falar da banda. Em 26 de janeiro de 2006, ele
foi atendido, mesmo que com um valor menor.
O juiz determinou "a proibição de os réus divulgarem e
concederem entrevistas que possam denegrir a honra, a imagem e a boa fama do
autor, a respeito do término da banda Charlie Brown Jr, proibindo os réus,
também, de divulgarem fitas, gravações, documentos e contratos que envolvam
quaisquer dos ex-integrantes da banda e o autor, que tenham por finalidade
denegrir a honra, a imagem e a boa fama do autor, sob pena de multa diária de
R$ 10.000,00 para cada um (a decisão incluía Champignon e o baterista Renato
Pelado)".
Em 2007 eles entraram em um acordo, que não é descrito no
processo, mas que extinguiu a disputa. Champignon só teve que pagar R$ 3.266,67
pelas custas do processo ao advogado de Chorão, Maurício Cury.
2 - Rotina com colegas: o caso Pinguim
Todo fã de Charlie Brown conhece a cena em que Chorão
humilhou Champignon no palco em 2012, quando o baixista voltou para a banda.
Ele diz que o colega deveria "ficar muito grato" por ter sido aceito
de volta.
Chorão diz ter tirado o microfone de Champignon para evitar
que o baixista falasse "um monte de mentira". "O cara toca pra
caralho, mas enganou vocês", diz ao público. "Não desejo mal nenhum
pra ele, mas é assim..." Chorão afirma: "Cê voltou por causa de
dinheiro".
Vocalista Chorão (à direita) dá bronca em baixista Champignon durante show do Charlie Brown Jr. neste sábado (8) — Foto: Reprodução/YouTube
Não foi o único xingamento a um colega durante um show,
diante dos fãs.
O baterista André Luís Ruas, o Pinguim, tocou no Charlie
Brown Jr. entre 2005 e 2008. Ao sair, pediu R$ 3,9 milhões de indenização
alegando vínculo empregatício.
Ele apontava também "insalubridade", por shows com
som alto que pode causar danos auditivos. O juiz não considerou o vínculo e
Pinguim perdeu a ação em 2010.
André Ruas, o Pinguim, é ex-baterista do Charlie Brown Jr. — Foto: Ivair Vieira Jr/G1
Outra ação, por danos morais, foi aberta após um show em
2009, em que Chorão falou no palco: "Tem um maluco que saiu da banda
recentemente e tá processando porque falou que ficou surdo de tanto rock'n
roll, não sei se é verdade isso". Ele incentiva o público a fazer barulho
"pra neguinho ver que o bagulho é alto mesmo". Depois, grita:
"Surdo é o c*, p* na sua b*, filho da p*".
No dia 4 de março de 2013, foi marcada para maio do mesmo
ano uma audiência de conciliação para tentar resolver o processo de danos
morais de R$ 500 mil, do baterista contra Chorão. O cantor morreu dois dias
depois.
Pinguim diz ao G1 que, quando o cantor morreu, eles estavam
se reaproximando. "Eu estava tentando me reconciliar. Ele morava perto da
minha casa. Ele ficava dando umas incertas e perguntava de mim. Ele tinha
andado com dois skatistas e eles contaram que ele tinha me procurado".
Ele diz que tinha uma boa relação com Chorão, elogia o
cantor, mas afirma que as drogas podem ter exacerbado o comportamento
agressivo. "Quando ele era do bem, era do bem; mas quando era do mal, eu
não sei se por causa da droga, ficava mal mesmo", lembra Pinguim.
O documentário tem cenas de ensaios em que Chorão briga com
Pinguim por causa do andamento das músicas na frente dos colegas.
"Eu demorava para sacar, porque estava nervoso,
tentando entender o que aconteceu. E no dia seguinte ele era extremamente
amoroso. Eu ficava meio atônito. Eu não entendia se isso tirava ele do prumo,
se de repente ele errava e falava que eu errava", ele diz.
Como baterista, que conduz a banda, a relação ficava ainda
mais sensível. "Eu era o trem, e se descarrilhar, vai desconduzir
tudo." E como era ser um trem com um Chorão em cima? "Muitos dias
eram legais, no outro não. Eu ficava tentando entender o que era aquilo",
diz o músico.
Pinguim aponta algo que vários entrevistados do filme dizem:
"Ele ajudava muitas pessoas. Se alguma coisa desse errado, isso
desconcertava ele", diz.
Ninguém sabia por que ou quando esse "lado b" de
Chorão ia aparecer. "Não explodia só para mim, explodia para todo mundo:
roadie, técnico, gente da banda, produtor. A gente tentava entender, e ele não
falava muito, e não abria os problemas, E no dia seguinte estava tudo
bem", ele descreve.
"Ele era um cara amoroso, mas tinham todas as coisas
que perturbavam a vida do cara", Pinguim tenta definir.
'Chorão: Marginal alado': veja o trailer
3 - Imprensa: o caso 'Bizz'
O Charlie Brown Jr. tinha acabado de lançar seu primeiro
disco, "Transpiração contínua prolongada", em 1997. A
"Bizz" (na época renomeada como "Showbizz") fez uma nota
positiva com título "Charlie casca-grossa", apresentando Chorão aos
leitores como skatista experiente, emotivo e fã de hardcore.
Em janeiro de 1998, Chorão entrou em outra reportagem sobre
os planos de ídolos para o ano que viria. Animado, ele dizia que queria montar
um selo e um evento para bandas novas. Em um trocadilho com o festival Lollapalooza,
ele disse que queria virar o "lulupaloso, ou melhor, o choropaloso".
A nota era positiva - e ainda por cima nem questionava
aqueles planos megalomaníacos. Ninguém na revista entendeu a reação fora de
tom. "Ele achou que era uma suprema ofensa. Ligou para a repórter e
ameaçou ela de morte, basicamente", conta ao G1 o então editor da
"Showbizz", o jornalista Pedro Só.
Pedro até hoje não sabe se Chorão achou ofensivo o
trocadilho que o cantor mesmo criou. A nota não era assinada, e o editor pede
hoje para não citar o nome da repórter. A decisão na época foi a seguinte: não
reagir, mas também não falar mais com ele.
Nota da edição de janeiro de 1998 da revista 'Showbizz' sobre Chorão. O cantor ligou para a redação e ameaçou a repórter de morte por causa do texto — Foto: Reprodução
"Eu já não tinha grande simpatia pela banda. E falei:
ele está ameaçando de morte, o que eu vou fazer? Nada, mas se conseguir viver
sem ele, melhor para nós", lembra o editor.
Nas seções de críticas, o Charlie Brown também não tinha
muita vez na imprensa em geral. A imagem do "Chorão poeta", que
muitos fãs mais jovens reproduzem hoje, não existia. Muito menos o relato de um
programador de rádio no novo documentário de que "ninguém cantava como
Chorão".
Outros artistas contemporâneos como Chico Science, Planet
Hemp e Raimundos tinham trabalhos mais vistos como originais. O Charlie Brown
fazia um skate rock que já era popular, e as resenhas não destacavam nenhum
sinal especial de poesia nas letras diretas de Chorão.
De volta à "Bizz", veio uma reviravolta que é a
cara da vida do Chorão: em julho de 1999, a banda ganhou a enquete de banda do
ano entre os leitores da revista. "Foi incontornável. Era prática de dar
capa com a banda que ganhou. A gente foi atrás disso", lembra Pedro Só.
"Teve uns dois ou três almoços de entendimento com
gravadora, empresário, para selar uma paz com o Chorão". Quando o próprio
cantor apareceu nos almoços, o papo foi truncado. "Ele chegou atrasado,
teve uma postura inicialmente hostil, mas depois foi melhorando", conta
Pedro.
Chorão topou, mas com exigências incomuns, como ter a foto
de capa andando de skate feita por um amigo fotógrafo que não trabalhava com a
revista. Pedro fez a maior parte da reportagem em uma viagem para Santos com o
cantor. Deu certo, apesar dos riscos.
"Foi engraçado porque na volta, a gente descobriu que
ele estava com o carro cheio de cocaína, não sei se pinos ou papéis. Estávamos
nós três (Chorão, Pedro e uma assessora da gravadora). Escapamos de ser presos
e perder nossos empregos", ele lembra aos risos.
A capa falava sobre "como o skatista Chorão venceu no
rock brasileiro falando a língua das ruas". O texto reforçava a
determinação do cantor, mas economizava outros elogios mais artísticos.
"Na época não era capaz de enxergar isso, mas ele tinha
uma sagacidade de jovem urbano. Depois, até pelo que ele teve de sucesso, como
bateu em várias gerações, tem que dar o braço a torcer que ele tinha esse
talento. Fala com o povo e falou para várias gerações", ele avalia hoje.
Chorão em imagem do documentário 'Marginal alado' — Foto:
Divulgação
Mulher mostra rosto desfigurado e diz que foi agredida em
abordagem policial; PM abriu apuração interna
Moradora de Bauru (SP) disse que estava com o carro
estacionado e foi agredida pelo policial ao tentar sair do veículo. Segundo
relato dos PMs, eles avistaram um carro transitando com os faróis apagados,
deram sinal de parada e ao se aproximarem os ocupantes estariam com forte odor
etílico, porém embriaguez não ficou comprovada.
Por G1 Bauru e Marília
Mulher ficou com rosto machucado após abordagem policial em
Bauru — Foto: Liliane Borges Monteiro/Arquivo pessoal
A Polícia Militar instaurou um inquérito para apurar a
conduta de policiais envolvidos em uma abordagem no bairro Fortunato Rocha
Lima, em Bauru (SP). A mulher abordada alegou ter sido agredida por um dos PMs
e ficou com o rosto desfigurado em decorrência das agressões.
Um boletim de ocorrência foi registrado por desacato,
embriaguez ao volante e lesão corporal decorrente de oposição à intervenção
policial depois da ação, ocorrida na madrugada do dia 5 de fevereiro.
A motorista, Liliane Borges Monteiro, de 49 anos, contou ao
G1 que estava com o veículo estacionado durante a abordagem policial e, por
isso, não havia como estar dirigindo embriagada. Disse também que o policial a
ofendeu durante a abordagem e como ela respondeu ao xingamento foi dada a voz
de prisão por desacato e as agressões teriam começado.
"Ele pediu para abrir a porta [do carro] porque eu
estava presa e quando abri ele já deu um murro no meu olho e me puxou pelo
shorts. Acabei batendo o nariz na porta do carro, ele me puxava pelo fundo do
meu shorts, pela minha blusa, tanto que minha blusa rasgou.", conta.
VÍDEO: PM apura suposta agressão de policiais durante abordagem em posto de combustíveis em Iacanga
Ainda de acordo com o relato de Liliane, ela foi arrastada
pelos cabelos enquanto tentava sair do veículo e o policial a jogou com o rosto
virado para o chão. Ela sofreu vários ferimentos, precisou levar pontos no
nariz e fazer uma tomografia. Ainda segundo a vítima, quando ela estava no chão
o policial chegou a colocar o joelho no pescoço dela.
Vítima precisou dar pontos no nariz e ficou com o rosto inchado após as agressões em Bauru — Foto: Arquivo pessoal
A mulher também afirma que em nenhum momento foi solicitado
a ela que fizesse o teste do bafômetro. A vítima disse ainda que procurou a
corregedoria da Polícia Militar para denunciar as agressões.
No boletim de ocorrência, os policiais informaram que
estavam em patrulhamento pelo bairro quando se depararam com um veículo
transitando com faróis apagados e o limpador traseiro ligado, apesar de não
estar chovendo. Ainda de acordo com o relato da PM, um dos policiais abordou a
motorista e teria constatado que ela e o passageiro apresentavam forte odor
etílico.
Porém, ainda segundo o relato no B.O, Liliane não
apresentava sinais de embriaguez no momento do registro da ocorrência, portanto
não foi solicitado pela autoridade policial a realização de exame médico para
constatar se houve consumo de bebida alcoólica.
Segundo o relato dos PMs no registro policial, eles pediram para que a motorista fizesse o teste de etilômetro, mas ela se recusou. Por isso, eles avisaram que ela seria autuada e que, se ninguém pudesse buscar o veículo, ele seria apreendido.
Veja os destaques do G1 Bauru e Marília desta sexta-feira, 16 de abril
Em nota, a PM informou ainda que, como ela se recusou a sair
do veículo, "um dos policiais segurou-a pelo braço pedindo para que saísse
do carro, porém, ela não obedeceu à ordem e investiu contra os militares, sendo
necessária a utilização do uso escalonado e moderado da força para
contê-la".
Segundo a Polícia Militar, foi instaurado um inquérito
policial militar para apurar a conduta dos policiais envolvidos na abordagem.
Morte, a tiro, de homem na Rua Lagoa Santa Helena, em M.
Claros. Ex-marido seria o suspeito
Sábado 17/04/21 - 6h48
Até agora, a polícia não liberou nenhuma informação oficial
sobre a morte de um homem, por volta das 22 horas de ontem, na Rua Lagoa Santa
Helena, no Bairro Carmelo.
EX-MARIDO
O que se sabe é que um homem foi morto dentro de uma
caminhonete, atingido por tiro na nuca supostamente disparado pelo ex-marido da
mulher com quem agora teria relacionamento. O suspeito fugiu.
ACABADO
O homem assassinado tinha 49 anos e, o acusado, 48, e foi
casado por cerca de 20 anos, tendo o relacionamento acabado há 4.
TUMULTUADO
Sua ex-mulher vinha namorando com a vítima, depois de um
casamento descrito como tumultuado.
NUCA
O crime aconteceu na porta da casa dela, onde o ex-marido
chegou de moto, e discutiu com a ex-mulher, terminando por atirar na nuca do
namorado dela.
https://montesclaros.com/noticias.asp?codigo=98124
“Defensor da família” e “fechado com Bolsonaro”, disse Dr. Jairinho em campanha para vereador
Publicado em 9 abril, 2021 8:46 am
Campanha do Dr. Jairinho para vereador
Preso pelo assassinato do enteado de 4 anos, o vereador Dr.
Jairinho afirmou ser “defensor da família” na campanha eleitoral de 2020.
Ex-líder do governo Crivella na Câmara dos Vereadores do Rio, Jairinho trazia o pacote completo do cidadão de bem: “Contra a ideologia de gênero”, “a favor do Escola sem Partido” e, por último mas não menos importante, “fechado com Bolsonaro”.
Em live com o ex-prefeito do Rio na época das eleições, ele
falou sobre como se importa com as crianças: “A gente tem que dar o exemplo e
isso daí vai levando para nossas gerações, para nossos filhos.”
Menos de seis meses depois, o vereador é acusado de matar
uma criança cruelmente.
O delegado que investiga o caso, Henrique Damasceno, disse
ter certeza de que Dr. Jairinho foi o autor das agressões que resultaram na
morte do garoto.
Comentarista da Jovem Pan cita frase de Hitler e reclama de
publicação bloqueada: “Não fiz ataque nenhum”
Fernando Conrado afirma que teve "50 posts
deletados" na semana passada. "As redes sociais são um
business", desabafa
Por Luisa Fragão 1 abr 2021 - 15:43
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Fernando Conrado (Reprodução)
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Veja abaixo:
O comentarista da Jovem Pan, Fernando Conrado, desabafou durante entrevista ao programa Pânico, nesta quarta-feira (31), sobre uma publicação sua que foi bloqueada nas redes sociais. Ele afirma que teria publicado uma frase de Adolf Hitler e que conteúdo não configura em um “ataque”.
“Semana passada, tive 50 posts deletados. Todos os meus
stories. Tive sexta-feira mais um, segunda-feira tive mais outro e assim
sucessivamente, mesmo eu não fazendo ataque nenhum”, desabafou Conrado.
Em seguida, o comentarista relata, aos risos, que a frase compartilhada por ele foi dita por Adolf Hitler. “Eu estava só dizendo: ‘para destruir um inimigo, tu não ataca a coragem dele, tu ataca a esperança’. Fui bloqueado. Quem falou isso foi Adolf Hitler”, completou.
Número real de mortes por Covid-19 no mundo é três vezes
maior do que registrado, diz OMS
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Fernando ConradoJovem Pan
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