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VALE DO JEQUITINHONHA
Bolsonaro veta recurso para pavimentação da BR-367, obra que lançou em dezembro
Trecho que atravessa região mais pobre de Minas Gerais tem
60 quilômetros de terra batida e buracos. Rodovia é considerada um obstáculo
para o desenvolvimento da região e pesadelo de milhares de motoristas
Por MARCELO DA FONSECA
27/04/21 - 07h00
BR-367 no Vale do Jequitinhonha
Foto
Foto: Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes
(DNIT)/Divulgação
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Apenas quatro meses após o presidente Jair Bolsonaro (sem
partido) ter lançado a pedra fundamental para a pavimentação da BR–367, entre
Salto da Divisa e Jacinto, no Vale do Jequitinhonha, ele mesmo vetou os
investimentos previstos no Orçamento deste ano para a rodovia.
A decisão, publicada no “Diário Oficial da União” da semana
passada, caiu como um balde de água fria para milhares de motoristas que
trafegam pelo trecho de mais de 60 km de terra batida em uma das regiões mais
pobres do Estado.
Parlamentares mineiros cobram do governo uma nova fonte de
recurso para a obra e prometem até mesmo uma articulação para derrubar o veto
presidencial no Congresso.
Em dezembro, Bolsonaro esteve em Jacinto, município de 13
mil habitantes que fica próximo da divisa com a Bahia, ao lado de duas dezenas
de políticos mineiros, para anunciar que o asfalto aguardado há mais de 50 anos
chegaria à BR–367.
A promessa do governo era investir R$ 157 milhões para
pavimentar o trecho que vai até Salto da Divisa e tem grande movimento de
carros e caminhões (principalmente os que carregam eucalipto e abastecem as
fábricas de celulose na região). A previsão do governo era que a obra durasse
dois anos e fosse finalizada ainda em 2022.
“Essa obra chega em boa hora, há muito ela foi prometida e,
lamentavelmente, a obra não chegou aqui. E agora vai chegar em nosso governo.
Importante concluir obras e fazer aquelas que podemos concluir ao longo do
nosso mandato, não deixar para depois”, afirmou Bolsonaro durante a visita.
Atrasos
A pavimentação da BR–367 foi prometida pela primeira vez
pelo então presidente Luiz Inácio Lula (PT), em 2010. A obra chegou a ser
incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e os projetos
executivos começaram a ser executados.
No entanto, bloqueios de verbas no Orçamento e problemas com
a liberação de licenças ambientais foram adiando a chegada do asfalto por mais
de uma década. Até hoje, os motoristas que passam pelo trecho enfrentam uma
rodovia em péssimas condições, de terra batida e esburacada. Em período
chuvoso, o trecho fica praticamente inviável.
Insatisfeitos com o veto presidencial, deputados mineiros
falam de uma mobilização para derrubar o veto e voltar a incluir os recursos da
obra no Orçamento.
“Essa informação chegou há pouco tempo para a gente. Estamos
avaliando e buscando resposta. Já pedi audiência no Ministério (da
Infraestrutura) para saber se o governo vai proceder com esse veto. Se
proceder, não tem outro caminho que não seja derrubá-lo. Não vamos abrir mão dessa
obra, ela é importantíssima. Passei 26 anos rodando nessa estrada, sei como é
sofrido”, afirma o deputado Igor Timo (Podemos).
“A promessa que ouvimos foi que a obra seria entregue até o
final do ano que vem. Esperamos que ela seja cumprida e que os recursos sejam
descontingenciados. Minas tem sido sempre muito prejudicada com esses bloqueios
no Orçamento”, avalia o deputado Fábio Ramalho (MDB). Segundo ele, uma das
opções, caso o recurso não seja liberado, é partir para a derrubada do veto de
Bolsonaro.
Prioridades
A reportagem procurou o Ministério da Infraestrutura para
saber, após os vetos no Orçamento, se o governo federal pretende destinar algum
recurso para a pavimentação da BR–367, mas a pasta não informou sobre valores
ou previsão de aditivos.
“Num cenário de restrições orçamentárias, o ministério está
atualizando sua planilha de investimentos considerando duas premissas: obras
prioritárias, em função do seu impacto social e econômico; e a conclusão de
obras iniciadas. Estamos empenhados em garantir a infraestrutura, mesmo com o
contingenciamento sofrido, e não conseguimos precisar os impactos nas obras no
momento”, diz a pasta.
Montagem diz que já foi feito em
5 de jan. de 2021
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