Ivana só faz contato pelo Whats: clientes questionam sobre o preço da hora e os dois marcam encontros em hotel: de sexo a apenas um acompanhamento
Keka Werneck
Ivana Almeida, 28 anos, de Cuiabá, estudante de Nutrição, é também garota de programa. Já trabalhou na "pista", por bem pouco tempo, mas não faz mais rua. Contatos com clientes, hoje em dia, apenas pela internet. De corpo escultural, cobra R$ 150 o programa. Preço que varia de acordo com os pedidos feitos pela clientela, que segundo diz é 90% formada por homens casados. Ao contrário dela, que não esconde a profissão, todos pedem sigilo absoluto.
Não querem separar, amam as esposas ou pelo menos sentem-se confortáveis com a vida familiar, porém não estão satisfeitos com o desempenho na cama em casa. "Nos procuram apenas para satisfação sexual, somos um objeto de prazer. Outros querem nossa companhia, apenas conversar, desabafar, pedem massagem".
Fora do risco das ruas, onde a prostituição se mistura ao tráfico de drogas e outros crimes, de dentro de casa, pela internet, o bate-papo rola sem constrangimento, pelo whatsApp, entre ela e os clientes, inclusive os casados.
O cliente analisa o nível de beleza das mulheres em sites e aplicativos de prostituiçao, que são muitos. Para entrar em alguns, é preciso pagar mensalidade.
Segundo Ivana, muitas garotas de programa são universitárias - de Direito, Odontologia, Fisioterapia e outros cursos - e, assim como ela, são também prostitutas assumidas, que usam disso para pagar os estudos. "Hoje em dia é tão banal, tão comum, a gente ouvi-las falando: eu sou acompanhante também e tal. Virou uma bagunça, todo mundo está fazendo (programa) agora".
Uma mentira, segundo Ivana, é dizer que a prostituição "ferve" à noite. Pode até ser, mas não com casados. Estes combinam programas geralmente de manhã cedo, na hora do almoço ou quase no final do dia - 17h30, 18h, pouco antes de ir para casa. "É horário do trânsito, sabe (insinuando que esta seria uma boa desculpa para dar em casa, sobre possível atraso)".
Garota de programa, prostituta, acompanhante, acomanhante de luxo, suggar baby, o nome não importa. São "modinhas", diz Ivana. É sempre a antiga prostituição.
"Conheci a prostituição aos 15 anos, nas noites da vida, nas baladas e na necessidade de ter dinheiro, por eu não conseguir um trabalho fixo, então o meio que tive era me prostituir. Queria uma vida melhora para mim e também bancar meus estudos e eles não são baratos e possivelmente não teria condições financeiras de bancá-los ganhando um salário mínimo".
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