Foi informado na última quarta-feira (24) que a produção de carros da linha Onix (hatch e sedã), da Chevrolet, será suspensa por cerca de três semanas em março. O motivo seria a falta de insumos e componentes essenciais para produção.
A falta de suprimentos para a montagem da linha Onix acontece na planta de Gravataí (RS), que é a fábrica da Chevrolet mais produtiva no mundo. Além do Brasil, a planta abastece também o mercado sul-americano.
O engenheiro e especialista em Eletrônica e Telecomunicações, Antônio Jorge Martins, em entrevista à Sputnik Brasil, destacou que os problemas que hoje ocorrem com a GM dizem respeito não somente a essa montadora, mas a todas elas de uma forma geral.
"Nós tivemos ao longo do ano passado, no início da crise, durante os meses de março a junho, uma paralisação quase total de toda a produção brasileira. Isso fez com que realmente todas as montadoras desfizessem suas programações anuais junto aos seus fornecedores não somente nacionais, como também internacionais", afirmou.
O especialista observou que, com o retorno das atividades, houve um crescimento muito forte da demanda nacional e, em consequência, de toda a produção de forma a atender a essa demanda. Segundo ele, o problema principal que tem atingido o mercado diz respeito à falta de itens eletrônicos.
"Isso fez com que essas empresas tentassem reprogramar seu volume de autopeças, mas sendo difícil, porque na prática, quando você faz uma programação, você faz programação anual, são poucos os itens que você faz programação trimestral, principalmente no que concerne à importação, onde você tem que fazer um planejamento de sua produção, até para que você fique importando quase que tudo de uma única vez", explicou.
Antônio Jorge Martins apontou que, após paralisação nos meses de março, abril e maio, o retorno da produção nacional aconteceu com um volume muito forte, alcançando praticamente o volume que tinha tido ao final do ano de 2019. De acordo com ele, houve um crescimento da produção que partiu de 60 mil nos primeiros meses da pandemia até chegar a 220-230 mil no final do ano passado.
O engenheiro observou também que a suspensão da produção de carros da Chevrolet não tem nenhuma relação com a saída da Ford do Brasil. Segundo ele, isto acontece por conta um "replanejamento de produção por parte das montadoras nacionais e, em particular, nos itens semicondutores, que tem tido uma demanda super aquecida".
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"Algumas montadoras se ressentem basicamente desse item, e de outros mais, mas tudo tem sua relação com o problema que aconteceu durante a pandemia no mercado brasileiro. Na prática, o problema dos semicondutores deve-se única e exclusivamente a uma reprogramação das montadoras de automóveis e, ao mesmo tempo, com o reaquecimento da demanda de celulares", completou.
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