Silveira defendeu a destituição de ministros do STF e fez apologia ao AI-5 em um vídeo publicado no YouTube
Preso em flagrante na noite de ontem (16), o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) passou a madrugada detido na sede da Polícia Federal (PF) no Rio de Janeiro (RJ). A prisão foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, após o deputado divulgar um vídeo fazendo apologia ao AI-5 – ato de repressão considerado o mais duro da ditadura militar -, e defendendo a destituição dos ministros do STF, o que é inconstitucional.
Daniel Silveira chegou ao prédio da Superintendência da PF por volta de 1h30 da madrugada, após ter sido detido no fim da noite em sua casa na cidade de Petrópolis, Região Serrana do Rio. Na decisão, Moraes determinou que o mandado deveria ser cumprido “imediatamente e independentemente de horário por tratar-se de prisão em flagrante delito”.
Vídeos
Antes de chegar à sede da PF, Silveira foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para passar por exames. No local, se recusou a colocar a máscara, de uso obrigatório em locais públicos, e desacatou uma funcionária que estava de plantão. Toda a situação foi registrada em vídeo por um assessor do deputado. Após a confusão, Silveira aceitou usar a máscara.
A prisão do bolsonarista ainda precisa passar pelo crivo da Câmara, mesmo tendo sido em flagrante e por crime inafiançável. Na manhã desta quarta-feira (17), em uma rede social, o presidente da Casa, deputado Arthur Lira (PP), afirmou que irá conduzir o processo com “serenidade e consciência de minhas responsabilidades para com a Instituição e a Democracia”.
Além disso, enfatizou que irá guiar toda a discussão por meio da “única bússola legítima no regime democrático, a Constituição”.
Em sua decisão, o ministro Alexandre de Moraes também determinou que o YouTube retire do ar o vídeo publicado pelo deputado, sob pena de multa diária de R$ 100 mil, e pediu que a polícia armazene uma cópia do material. Os pedidos serão analisados pelo plenário do STF na sessão desta quarta-feira (17).
O deputado federal Daniel Silveira se tornou conhecido em todo o Brasil após quebrar uma placa em homenagem a ex-vereadora do RJ, Marielle Franco, assassinada em março de 2018. A quebra da placa aconteceu durante uma manifestação em prol do então candidato a Presidente da República, Jair Bolsonaro, em outubro de 2018, do qual Silveira é apoiador.
Confira o vídeo postado pelo deputado:
Porto Alegre ainda tem pedras e blocos de concreto para
tentar impedir que moradores de rua se instalem sob viadutos
Reportagem flagrou medidas em pelo menos cinco locais da
Capital
09/02/2021 - 14h00min
Atualizada em 10/02/2021 - 17h26min
Tiago Boff
TIAGO BOFF
Lauro Alves / Agencia RBS
Morador de rua, Júlio dorme em meio a cocurutos enfileirados
no Viaduto da Conceição
Lauro Alves / Agencia RBS
Júlio dorme em uma das áreas mais movimentadas do centro de
Porto Alegre: enrolado em uma bandeira do Brasil, sob a proteção do Viaduto da Conceição.
Aos 31 anos, ele diz ter vergonha de falar o nome completo. Teme ser
reconhecido por quem o admirava. Profissional da construção civil, conta que
era encarregado de obras na Região Metropolitana. A coberta azul, verde e
amarelo foi deixada sobre ele na noite do último domingo (7).
— Tenho apreço pela pátria, mas estou bem decepcionado. Não
está significando muita coisa — diz, ainda deitado no piso irregular.
Thank you for watching
O ex-morador de Alvorada se instalou em um espaço cercado
pela chamada "arquitetura hostil": pedras concretadas ao solo com o
objetivo de inviabilizar a colocação de colchões, ou a construção de casebres
pelos sem-teto. Ao lado da Avenida Farrapos, há uma sequência de cocurutos
enfileirados.
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de rua
A arquitetura hostil voltou a debate no Brasil na última
semana. No dia 2 de fevereiro, as redes sociais foram tomadas por imagens do
padre Júlio Lancellotti, com uma marreta em mãos, destruindo blocos colocados
embaixo de viadutos da cidade de São Paulo. A repercussão levou a própria
prefeitura a retirar os paralelepípedos, e exonerar um funcionário apontado
como responsável pela intervenção.
Na capital gaúcha, as construções são mais antigas, conforme
o Paço municipal.
— Isso é agressivo e pouco atrativo para a população. Não
tem nenhuma utilidade. São criados somente para afastar o morador de rua. O
pior, não retira as pessoas da rua – aponta Rafael Pavan dos Passos, presidente
do Instituto dos Arquitetos do Brasil no Estado (IAB-RS).
Em Porto Alegre, a reportagem de GZH passou em cinco locais
e encontrou pedras pontiagudas, blocos enfileirados ou outras intervenções com
o mesmo objetivo debaixo de marquises.
No bairro Praia de Belas, o Viaduto Dom Pedro I tem uma das maiores incidências desse tipo de construção. O trajeto do Largo Telmo Thompson Flores (por baixo do viaduto) passa por uma espécie de pirâmide erguida com pedras, sob uma marquise.
Na rótula da Avenida Borges de Medeiros, o canteiro tem o
piso inclinado, intervenção que não surtiu o efeito esperado por quem a
idealizou: em um dos pilares, colchões, cobertas e lonas cobriam cerca de cinco
pessoas. Placas com pedido de ajuda financeira ou por um prato de comida
estavam no chão.
— Não é o apropriado ficar na rua. Têm locais para dormir,
mas aí com regras – argumenta a trabalhadora de varrição das ruas, Ana Clara,
39 anos.
Embaixo do Viaduto Tiradentes, sobre a Avenida Protásio
Alves, bairro Santa Cecília, as pedras prejudicam inclusive a caminhada. No
bairro Rio Branco, o Viaduto Engenheiro Ildo Meneghetti tem o mesmo projeto.
Na sede dos Correios (Rua Siqueira Campos, 1100), usuários
do Centro Histórico não podem se proteger da chuva ou do sol. O acesso é
dificultado por uma sequência de paralelepípedos. Procurado por GZH, os
Correios afirmaram que a instalação das pedras foi feita em 2001, "em
razão da ocorrência frequente de depredações e incidentes que comprometiam a
segurança do local na época". A estatal diz ainda que "trabalha em um
projeto para alterar esse espaço, que já foi aprovado pela prefeitura". A
proposta prevê a instalação de uma rampa de acessibilidade para a entrada
lateral da sede dos Correios.
Saída é arquitetura convidativa
Rafael Pavan dos Passos, presidente do IAB-RS, sugere
fachadas mais convidativas à ocupação pela população como uma saída à mudança
do cenário. Com locais mais agradáveis, se gera um cuidado espontâneo, afirma o
especialista.
O arquiteto e urbanista reflete sobre a questão, e pondera
que ela é mais social do que arquitetônica. E reitera que instalações desse
tipo levam a comportamentos também agressivos.
— Tem estudos comportamentais que demonstram que em
contextos diferentes as pessoas agem diferente. Essa arquitetura provoca uma
sensação de que a pessoa precisa se proteger, e convida a certa hostilidade. Se
o poder público propõe essa hostilidade, promove a mesma hostilidade — avalia.
O padre gaúcho Antonio Hofmeister trabalha e vive no
Vaticano. Convive com inúmeras pessoas que dormem sob as colunas da Praça de São
Pedro. Segundo o pároco, a dispersão do público em situação de rua já foi tema
no papado.
— O Papa pediu à polícia italiana que não interfira. Que
deixe os que preferem dormir ali para que o façam — diz o religioso.
Revisão das estruturas
A construção de passeios com impeditivos para circulação é
anterior a 2014, segundo o executivo municipal:
"Os viadutos mais recentes, construídos a partir de
2014, não apresentam tais elementos, pois decorrem de concepções ajustadas aos
conceitos de mobilidade integrada, focada principalmente na disponibilização de
calçadas, passeios e superfícies planas e sem obstáculos aos pedestres",
informa em nota a Secretaria de Obras e Infraestrutura, responsável pelas
"obras de arte especiais”, como são chamados viadutos, pontes e
passarelas.
A pasta afirma ainda que a prioridade é inspecionar as obras
com foco na segurança das estruturas. "Após, a secretaria trabalhará na
situação de cada um dos viadutos no tocante a existência de eventuais não
atendimentos às normas de calçadas públicas agregadas aos viadutos".
Ações de ONGs e da Fasc atendem população de rua
Devido à crise econômica gerada pela pandemia de
coronavírus, há a percepção de aumento no número de pessoas em situação de rua,
segundo a Fundação de Assistência Social e Cidadania (FASC). A estimativa é que
existam 2,8 mil adultos sem residência fixa, sobrevivendo como pedintes ou
recicladores e dormindo em locais provisórios.
Enquanto um mapa atualizado sobre a população vulnerável não
é finalizado, as equipes de abordagem da Fasc ouvem relatos de demissões que
levaram os trabalhadores à pobreza extrema, sem possibilidade de manter um lar.
Diretora técnica da fundação, Júlia Obst diz que até 2019 os
agentes encontravam poucas crianças nos semáforos. Com o fechamento de escolas
e queda na renda das famílias, esse público voltou às esquinas, segundo a
diretora.
Com 12 equipes na chamada Ação Rua, a Fasc se aproxima das
pessoas e oferece assistência em abrigos e albergues da própria administração
do executivo, ou a partir de convênios. Nos casos em que a pessoa está sem
documentação, é oferecida a reimpressão dos papéis.
— É prioridade trabalhar com a população de rua. População
que precisa de acompanhamento, e não de mais exclusão — diz Júlia.
Os serviços também podem ser solicitados por quem encontra
alguém em situação de vulnerabilidade, ou buscados diretamente pelos telefones
51 3289-4994 e no 156.
Outros contatos:
Abordagem noturna: população adulta, das 19h às 7h - 156 /
3289 4994
Albergue Acolher 2: Rua 7 de Abril, 315, bairro Floresta -
3737 2118
Albergue Dias da Cruz: das 19h às 7h, na Avenida Azenha, 366
- 3223 1938
ONG Morador de Rua Existe
Pelo quarto ano, um grupo de amigos leva à população de rua
um sábado mais digno. O "Morador de Rua Existe" distribui, com ajuda
de uma centena de voluntários, marmitas com galeto, salsichão, salada de
maionese, arroz e farofa. Em torno de 400 pessoas são atendidas em viadutos da
Capital.
A psicóloga social e organizacional Vanessa Oliveira, 26
anos, é uma das organizadoras. Durante a pandemia, diz ter conhecido projetos
semelhantes, nascidos ou ampliados para suprir as ações públicas. Convive há
quatro anos com a arquitetura hostil nos acolhimentos.
— Deparar com uma arquitetura que é construída para afastar
pessoas, para que não durmam em viadutos, teoricamente protegidos da chuva, por
exemplo, é frustrante. É muito triste.
Fraternidade O Caminho
Uma missão religiosa também pode ser vista nas ruas do
município. Com sete irmãs e 14 postulantes — jovens que estão se preparando
para serem irmãs -, a Fraternidade O Caminho distribui alimentos e leva
palavras de apoio. O serviço foi suspenso na pandemia, mas deve voltar às
atividades na próxima quinta-feira (11).
Irmã Maria Cândida Hóstia de Amor (sobrenome escolhido pela
irmã ao proferir seus votos religiosos) está à frente da fraternidade desde
2018.
— Infelizmente, na maioria das vezes o poder público não
facilita a vida dessa população das ruas. Esses anteparos colocados são
sobretudo nas vias mais vistas da cidade. Para aquela via não ser “manchada”,
como entende o poder público, em um ponto turístico ou de muita movimentação.
Cozinheiros do bem
Com mais de 300 voluntários cadastrados, o Cozinheiros do
Bem entrega mais de 1 mil pratos por semana, o equivalente a 15 toneladas,
segundo o ativista Júlio Ritta. À frente de ações com a população vulnerável
desde 2015, ele avalia essa arquitetura como elitista.
— O feio salta aos olhos, e claro que nenhum político quer
sua cidade mal falada. É mais fácil construir "muros" do que
albergues. Haja pedra para cobrir a "cama" dos milhares de seres
humanos que dormem pelas calçadas — diz o chef do Cozinheiros do Bem.
No mês de março, Ritta diz ter um encontro marcado com o
padre Júlio Lancelotti. Antes disso, promete, vai aos viadutos de Porto Alegre
retirar os blocos, em uma ação inspirada pelo religioso paulista.
Contratações do Atlético-MG para 2021: veja quem chega, quem
fica e quem vai embora do clube
Dispensas, empréstimos, transferências, sondagens e reforços
do Atlético; saiba tudo sobre as movimentações do Galo no mercado
Por Redação do ge — Belo Horizonte
Atacante Hulk foi o primeiro reforço do Galo para 2021 — Foto: Pedro Souza/Atlético-MG
Cuca: o treinador acertou com o Galo para substituir Jorge
Sampaoli no cargo de técnico. O contrato será de dois anos. Será uma volta após
sete anos da primeira passagem de Cuca no Atlético.
Hulk: o atacante de 34 anos estava livre no mercado após
deixar o Shanghai SIPG da China. Após longas negociações, foi anunciado pelo
Atlético com contrato de dois anos. Ele já treina com o grupo e poderá estrear
em março, na reabertura da janela internacional.
Dodô: estava igualmente livre no mercado. O lateral-esquerdo
ficou 2020 sem jogar, em litígio com o Cruzeiro. Conseguiu acordo com a Raposa
na Justiça do Trabalho e foi contratado por três temporadas pelo Galo. Também
está treinando com a equipe.
Nacho Fernández: o meia-atacante argentino que fez história
no River Plate também é reforço do Atlético para 2021. Quase uma semana depois
de a imprensa argentina noticiar o acerto, o jogador foi oficialmente anunciado
pelo Galo, com contrato de três anos. Nacho custará ao Atlético cerca de US$ 6
milhões (R$ 32 milhões).
Voltam de empréstimo
Matheus Mendes: o goleiro foi destaque da Série B pelo CSA,
ficou no quase na luta para subir de divisão, e foi reintegrado ao Atlético,
para suprir a lacuna deixada pelo ídolo Victor, que se aposentou.
Adriano: o volante havia sido emprestado ao Criciúma. Com
dois jogos no time principal do Atlético, também voltou a fazer parte do grupo
principalmente visando o início do Campeonato Mineiro. Se recuperou da Covid-19
que o deixou afastado dos jogos no começo da temporada.
Jorge Sampaoli: o técnico argentino, por meio de carta,
comunicou oficialmente que está fora do Atlético para a próxima temporada. O
treinador foi anunciado no comando do Olympique de Marseille.
Victor: um dos maiores ídolos do Atlético, terceira opção na
temporada passada, tinha contrato só até o fim da Série A. O goleiro fez o
último jogo na estreia do Galo no Campeonato Mineiro, diante da URT, e se
aposentou. Recebeu muitas homenagens. Após deixar os gramados, Victor foi
anunciado como gerente de futebol do Atlético.
Emprestados: Atlético resolveu futuro de jogadores que
estavam cedidos para times das Séries A e B. Mais recentemente, Maidana renovou
no Sport e Gustavo Blanco foi emprestado ao Fortaleza. O atacante Guilherme
Santos foi cedido ao Coimbra. Clique aqui e veja a situação dos 23 atletas
emprestados pelo Galo.
Rescisões: O volante Yago e o meia-atacante Capixaba
rescindiram amigavelmente com o Atlético e acertaram no Juventude, da Série A.
Matheus Stockl também rompeu o vínculo e foi pro CRB. Já o zagueiro Léo
Griggio, que estava emprestado ao Confiança, chegou ao término contratual no
clube mineiro, e não renovou.
Podem sair
Mariano: o lateral é reserva imediato de Guga no time
titular do Atlético, mas quase não é utilizado. Pode virar peça disponível no
mercado de transferências.
Bueno: tem contrato de empréstimo junto ao Kashima Antlers,
do Japão, até o meio do ano. Não é aproveitado na zaga e pode ser liberado
antes do fim do vínculo no Galo.
Renovações
Diego Tardelli: atacante renovou com o Atlético até 31 de
maio. Ele poderá jogar o Campeonato Mineiro e a fase de grupos da Libertadores.
Hyoran: estava emprestado pelo Palmeiras até o fim da Série
A, mas o Galo exercerá a compra de 50% dos direitos econômicos do
meia-atacante, por R$ 7,5 milhões. Ele assina contrato até dezembro de 2023.
Talison: o lateral-direito, do Sub-20, deve ser usado no
início do Campeonato Mineiro. Estava emprestado pelo PSTC, do Paraná, mas o
Atlético exerceu a compra por R$ 200 mil.
Calebe: o meia-atacante estava emprestado pelo São Paulo,
mas já teve prorrogação do vínculo no Galo publicada no BID. Novo contrato é
até fevereiro de 2024.
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