No dia em que o Brasil alcançou a trágica marca de 400 mil mortos pela Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro lamentou apenas a perda de Levy Fidelix – caricato dirigente partidário conhecido por ideias homofóbicas e pelo 'Aerotrem'
Guilherme Mendes, Congresso em foco
Jair Bolsonaro se esquivou de fazer qualquer comentário a respeito da marca de 400 mil mortes pela covid-19 no Brasil, alcançado nesta quinta-feira (29). Durante sua live semanal nesta quinta, o presidente lamentou uma única morte – a de Levy Fidélix, presidente nacional do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), falecido no último sábado (24).
O dirigente partidário de extrema-direita, conhecido por suas posições homofóbicas e por sua ideia do Aerotrem, Fidélix foi lembrado por Bolsonaro como uma pessoa que também dividia com ele o pensamento conservador.
Relembre:
Levy Fidelix: “Preconceito é o que fazem comigo. Me chamar de nanico”
O desabafo homofóbico de Levy Fidelix e a reação de Eduardo Jorge
Homofobia de Levy Fidelix é bancada com dinheiro público
Tiririca responde Levy Fidelix: “Abra sua mente, gay também é gente”
“Perdemos uma pessoa que vai deixar saudades em todos nós“, disse Bolsonaro, se referindo ao dirigente do mesmo partido do general Hamilton Mourão, vice-presidente da República. Fidélix estava internado desde março pela covid-19.
A marca de 400 mil mortos, fruto em grande parte da inação do próprio governo federal, é um dos principais objetos da CPI da covid, instalada essa semana no Senado Federal. Apesar de todos os ex-ministros da Saúde de Bolsonaro estarem escalados juntos com o atual titular, Marcelo Queiroga, para depor na semana que vem, o presidente buscou dar certo ar de normalidade à investigação.
“Não estamos preocupados com essa CPI“, disse, antes de criticar novamente o ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a abertura da comissão após o requerimento ter conseguido o número necessário de apoio entre senadores.
Saiba mais:
Brasil tem a pior gestão mundial da pandemia, diz consultoria britânica
“Brasil não levou a pandemia a sério e muitos morreram desnecessariamente”, diz Nobel de Medicina
O foco da fala do presidente foi uma série de assuntos caros a ele e seu eleitorado: exploração de nióbio e minérios em terras indígenas (a fala foi acompanhada de dois indígenas e do presidente da Fundação Nacional do Índio Marcelo Xavier), além de uma ação do diretor da Ceagesp, Ricardo Mello Araujo, enviando alimentos à cidade de Araraquara – que diminuiu o número de casos e mortes por covid-19 graças a um rigoroso lockdown.
O presidente anunciou que irá inaugurar uma ponte entre os estados de Rondônia e Acre na próxima semana, e também revelou ter o desejo de aterrisar, de helicóptero, em algum garimpo. “Mas não é para prender ninguém“, revelou.
Mais recentes
Gás Natural: Privatização do setor ameaça transição energética do Brasil
1º de maio marcado pela criminalização da pobreza e o desrespeito com a classe trabalhadora
Recrutada na escola, favorita do dono das Casas Bahia morreu aos 22 anos
Senador governista surpreende e faz o pedido mais embaraçoso na CPI da Covid
Desemprego no Brasil bate recorde e chega a 14,4%
Variante indiana da Covid-19 pode ter se tornado a mais agressiva
"Necropolítica" de Bolsonaro é destaque no parlamento europeu
A esquerda cai na armadilha e salva o programa Manhattan Connection
Jovens acusados de furtar comida foram entregues por supermercado a traficantes
Rodrigo Pilha é torturado na prisão: "Não tem vergonha de ser um vagabundo petista?"
“Eu quero conversar com o pessoal, ver como ele vive lá, para ter uma noção do quanto sai de ouro lá“. O objetivo seria, segundo o presidente, regularizar a atividade e colocar uma agência da Caixa Econômica próximo a mina, para comprar o minério extraído.
Live de quinta-feira (29/04/2021)
Tags
Brasil chega a 400 mil mortos; Bolsonaro lamenta apenas Levy Fidelix
Nenhum comentário:
Postar um comentário