quinta-feira, 27 de maio de 2021

Covid: Estudo da UFMG busca vacina oral, mais barata e fácil de usar

 Primeiros testes in vitro realizados no Instituto de Ciências Biológicas se mostraram promissores. Com investimentos, imunizante poderia ficar pronto em até três anos.

Por CINTHYA OLIVEIRA

27/05/21 - 06h00

Várias pesquisas para a formulação de vacinas contra a Covid-19 estão em andamento em universidades públicas brasileiras, mas na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte, um dos estudos busca um caminho que seja mais barato e traga mais facilidade na aplicação em massa. 

Os primeiros estudos in vitro, realizados no Instituto de Ciências Biológicas (ICB), para um imunizante de aplicação oral ou nasal se mostraram promissores. Se os testes em pequenos animais forem bem-sucedidos, a pesquisa pode evoluir para o uso de cobaias maiores, com fisiologia mais próxima da humana – como primatas. Com investimentos, a vacina oral poderá ficar pronta em até três anos.Dawidson Assis Gomes, professor do Departamento de Bioquímica e Imunologia da UMG, explica que a intenção do projeto é desenvolver um imunizante que seja facilmente fabricado, sem depender da manipulação de vírus em laboratórios de nível de segurança altíssimo, tão raros no Brasil e em outros países em desenvolvimento. 

“Nossa pesquisa não envolve o uso de adenovírus ou de vírus inativado. Na verdade, pegamos pedacinhos da proteína spike, chamados de peptídeos, e verificamos se eles são capazes de estimular a produção de anticorpos. Os primeiros estudos em laboratório indicaram que, sim, vários peptídeos foram capazes disso, e vamos agora começar os estudos em animais”, relata Gomes, que realiza a pesquisa ao lado do aluno Vinícius Goes, da pós-graduação em bioquímica e imunologia.

Após os testes em animais, será possível verificar a viabilidade de uma versão oral ou nasal para o imunizante, que poderia ser mais facilmente aplicada na população, como acontece com a vacina contra a poliomielite (Sabin). “Vacina oral tem maior facilidade na manipulação e maior aceitação em uma população”, explica o professor.

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