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sexta-feira, 2 de julho de 2021
Autora de declaração de amor escrita nos anos 1980 em parede de escola mora na Suécia e revela emoção: 'Coração mole'
Mensagem da artista plástica Adriana Mayr, a Ruiva, tinha com destinatário o Ki-Suco, e foi descoberta na parede de uma escola de inglês em São Vicente, no litoral paulista. Destinatário era o administrador de empresas Fabio Blume, que ganhou o apelido ao estrelar uma propaganda de TV.
Por Ivair Vieira Jr, G1 Santos
Foto antiga da Ruiva e a mensagem que ela escreveu na parede de uma escola em São Vicente, na década de 1980, para o Ki-Suco — Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal
Há alguns dias, a descoberta de uma declaração de amor escrita nos anos 1980 na parede de uma escola de inglês em São Vicente, no litoral paulista, despertou a curiosidade e imaginação dos internautas, que queriam saber quem eram Ki-Suco, alvo do recado, e a Ruiva, que assinou a mensagem.
Primeiro, o G1 localizou o administrador de empresas Fabio Blume, de 52 anos, que conquistou o apelido ao estrelar uma propaganda para a TV na época e se mostrou surpreso com o achado. E, nesta quinta-feira (1º), foi encontrada a autora das palavras apaixonadas – a artista plástica Adriana Mayr, de 49 anos, que ficou emocionada com a descoberta ("sou bem coração mole com essas coisas").
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Na mensagem romântica, Ruiva dizia: "Se a chuva representasse o amor, só mesmo um maremoto diria o que sinto por você". Ela foi descoberta durante obras na escola por Marcelo Omena, de 57 anos, atual responsável pela unidade. O texto estava preservado sob três camadas de tinta. Omena tirou uma foto e publicou nas redes sociais – a imagem gerou grande repercussão (veja mais no vídeo abaixo).
Adriana e Fabio estudavam no mesmo colégio, e ela até chegou a deixar um recado lá também – mas este não sobreviveu ao tempo. Restou apenas aquele escrito onde Ruiva cursava inglês (e que dificilmente seria lido por Ki-Suco, já que ele não era aluno do local).
Ela revelou ao G1 o que falaria hoje a Fabio, após a repercussão da história:
"Eu diria que foi muito divertido. O Fabio era muito engraçado, eu morria de rir com ele. É muito bom saber que ele constituiu uma família feliz. Fico muito feliz com isso. E que ele também se comoveu com a história. Demonstra que ele também tem o romantismo dentro do coração".
Ruiva diz que pintava o cabelo
Adriana Mayr, de 49 anos, a Ruiva, atualmente mora na Suécia — Foto: Arquivo Pessoal
Adriana explica que o apelido Ruiva foi adotado por ela mesma, por conta do cabelo tingido de vermelho
"Eu nunca fui ruiva, era pintado. Na época, eu mesma me intitulava, ninguém me deu esse apelido, principalmente quando escrevia coisas de forma incógnita, eu colocava o pseudônimo. Naquela época, tinha muito essa brincadeira de escrever nas carteiras, paredes, e eu usava esse nome, era divertido".
A artista plástica conta que escreveu a mensagem por ser tímida, e por não ter coragem de fazer a declaração de forma direta ao Ki-Suco. O objetivo era que alguém comentasse com ele.
"Eu acho que ele sabia, mas não aconteceu nada. Na cara dele, nunca falei, eu era mais tímida. Nunca assumi para ele que eu era a Ruiva. E, se ele sabia, nunca me falou. Essa história ficou um mistério que durou todos esses anos, e essa é a parte divertida", conta Adriana.
Ela ainda lembra: "Naquela época, a gente não tinha a liberdade que se tem hoje, de chegar em um rapaz, era diferente. Ele tinha um fã-clube, era um cara muito extrovertido, fazia piada com tudo, todos riam com ele, era o carinha popular da escola"
Mas não foi a popularidade do jovem que a atraiu: "Quando cheguei à escola, não sabia que ele era garoto propaganda da Ki-Suco. Achava que era só apelido. Depois que fui saber que era, por colegas. Nunca fui dessas coisas, de olhar para o cara porque é famoso, olhei para ele porque achei ele bonitinho"
Veja, abaixo, imagens de Ki-Suco na época e hoje em dia
Fabio (esq.) fazia propagandas e era conhecido na cidade de São Vicente como Ki-Suco — Foto: Arquivo Pessoa
Fabio Ki-Suco ao lado da esposa, que o incentivou a falar sobre o caso — Foto: Arquivo Pessoa
Ruiva emocionada
Adriana relata que ficou emocionada ao ver a mensagem que escreveu há décadas, e feliz por ver a repercussão positiva.
"Eu achei o maior barato, fiquei bem emocionada de ver que uma pessoa encontra uma coisa dessas na parede e também se comove, de ver uma coisa antiga. Eu sou bem coração mole com essas coisas. Mexeu, não por nenhum sentimento pelo Fabio, porque realmente foi uma coisa muito de adolescente, daquelas nossas paixonites, mas por tudo que eu vi nos comentários das pessoas. As pessoas se comoveram com o romantismo, com o amor. Passei meu dia vendo, foi uma surpresa bem bacana"
A artista plástica mora há sete anos na Suécia com dois filhos: um de 5 anos, que nasceu lá, e outro de 21, que é brasileiro. Ela diz que a vida no país europeu é "solitária", e que a descoberta da mensagem foi um alento
"A gente é muito solitária aqui na Suécia. É muito frio, apesar de estarmos no verão agora. Mas é uma vida muito solitária. Então, quando a gente sente esse calor humano das pessoas, o interesse por uma história que não é dessas pessoas, que é de desconhecidos, a gente fica acreditando que ainda tem jeito, que as pessoas ainda têm coração
Adriana Mayr, de 49 anos, a Ruiva, atualmente mora na Suécia — Foto: Arquivo Pessoa
Declaração será preservada
Marcelo Omena, o administrador da escola que descobriu a mensagem na parede, também destacou ao G1 a importância do romantismo despertado pelo episódio
"O que valeu mesmo, o que achei interessante, foi a mensagem de amor. É algo que poucas pessoas fazem para outras hoje, deixaram muito isso, de uma pessoa fazer uma mensagem de amor para outra. A mensagem me deixou mais curioso, porque a data poderia ser de 70, 80 ou 90", comentou.
Omena reiterou que publicou a foto nas redes sociais para levar uma mensagem de amor às pessoas. "A gente tem visto tantas coisas ruins na internet, nos meios de comunicação, então, acho que algo de amor ajuda um pouco. É só muita tristeza, também temos que ver o lado bom das coisas nas redes sociais", disse
De acordo com o administrador, a parede da escola passará por uma nova pintura, mas a declaração será preservada, com um recorte e destaque no que está escrito.
Declaração escrita nos anos 80 foi descoberta durante obras em parede de escola — Foto: Arquivo Pessoa
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