O comentário racista aconteceu durante uma live na segunda-feira (28). A vítima registou boletim de ocorrência na Delegacia Especializada de Repressão ao Racismo, Xenofobia, LGBTfobia e intolerâncias correlatas no Barro Preto, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte.
Por Maria Lúcia Gontijo, G1 Minas — Belo Horizonte
Comentário racista contra um advogado negro de BH durante uma live sobre preconceitos raciais. — Foto: Redes Sociais
O advogado negro e especialista em crimes raciais Gilberto Silva Pereira, de 42 anos, foi alvo de ataque racista, na segunda-feira (28), durante uma live nas redes sociais, que tratava justamente do crime de racismo no Brasil.
Durante a conversa sobre o tema, uma pessoa comentou "Uau, macacos falantes". O advogado viu o comentário racista e seguiu com o bate-papo.
O advogado disse que encontrou perfis da mesma pessoa em outras redes sociais e encaminhou para a Polícia Civil. A vítima prestou depoimento na tarde desta quinta-feira (1º). "Pelo que vi não são perfis fakes, a pessoa mostra a cara mesmo".
Em nota, a Polícia Civil informou que instaurou inquérito policial no dia 30 de junho e, "desde então, vem adotando as providências cabíveis na investigação que apura a prática em tese, de injúria racial contra um advogado nas redes sociais durante uma live".
"Os trabalhos policiais para identificar as circunstâncias e a autoria do fato estão em andamento na Delegacia Especializada de Investigação de Crimes de Racismo, Xenofobia, LGBTfobia e Intolerâncias, em Belo Horizonte".
'Eu sou ser humano'
Advogado Gilberto Silva Pereira, de 42 anos, foi alvo de ataque racista durante live na segunda-feira (28). — Foto: Redes Sociais
Diante dos ataques, o advogado disse que sente "dor e impotência".
"Uma dor e impotência, uma angústia, porque, apesar de estar à frente da luta antirracista, eu sou ser humano e não estou preparado para ser atacado. Quando isso acontece, sinto a dor dos meus ancestrais e até me questiono se a luta está sendo em vão (...) essas pessoas que nos atacam acham que não serão punidas", lamentou.
A Polícia Civil esclareceu ainda que a pena prevista em lei para esse crime é de reclusão de 1 a 3 anos e multa, arbitrada conforme entendimento do judiciário.
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