'Rei do bitcoin' é preso suspeito de desviar R$ 1,5 bilhão
A Polícia Federal (PF) do Paraná deflagrou uma operação nesta segunda-feira (05) contra o grupo Bitcoin Banco e seu criador, Cláudio Oliveira. O empresário e autoproclamado "rei do bitcoin" foi preso, acusado de desviar R$ 1,5 bilhão em negociações de criptomoedas. Estima-se que a fraude tenha lesado milhares de investidores.
Bruno Ignacio
A operação batizada de Daemon ocorreu nesta manhã em Curitiba. A PF cumpriu 22 mandados de busca e apreensão, um mandado de prisão preventiva e quatro de prisão temporária. Oliveira foi preso junto a sua esposa, um alto executivo do grupo e dois outros investigados que teriam colaborado com o esquema.
Inicialmente, a PF não havia divulgado o nome da empresa investigada. Porém, o delegado responsável pelo caso, Filipe Hille Pace, confirmou que se tratava da Bitcoin Banco em uma coletiva de imprensa.
O "rei do bitcoin" e seu grupo administravam três corretoras de criptomoedas. Em comunicado, a PF destacou que, "com pesado investimento em estratégias de marketing, passaram a atrair diversos clientes para que investissem recursos pessoais nas plataformas do grupo empresarial".
O esquema ocorreu principalmente ao longo de 2018, quando Oliveira ficou conhecido por ficar rico com investimentos em criptomoedas. Porém, no início de 2019, todos os saques das corretoras do grupo foram travados. Segundo a empresa, a plataforma teria sofrido um ataque de hacker. A Polícia Civil do Paraná então iniciou uma investigação que se estendeu por dois anos.
Oliveira já possui uma condenação na Suíça por crimes de estelionato e falsificação de documentos. A PF também acredita que o acusado tenha participado de crimes similares em diversos outros países da Europa e nos Estados Unidos.
Com a nova operação da PF, acredita-se que o empresário desviava os valores das certeiras de clientes para si próprio. Ele está sendo acusado de crimes falimentares, lavagem de dinheiro, prática de estelionato, organização criminosa e delitos contra economia popular e sistema financeiro nacional.
Milhares de investidores entraram com processos judiciais contra o grupo de Oliveira. Mesmo com confissões de dívidas, nenhum valor foi devolvido. O caso foi levado para a Justiça Federal após ser constatado que os acusados ofereceriam planos de investimento sem a autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Na operação de hoje, a PF apreendeu veículos de luxo, incluindo uma Lamborghini. Imóveis foram revirados em busca de provas e para tentar reaver o prejuízo deixado pelo grupo de cerca de R$ 1,5 bilhão.
"As ordens judiciais cumpridas na data de hoje visam não apenas a cessação das atividades criminosas, mas também a elucidação da participação de todos os investigados nos crimes sob apuração, bem como o rastreamento patrimonial para viabilizar, ainda que parcialmente, a reparação dos danos gerados às vítimas", afirmou a PF.
Com informações do Valor Econômico.
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