A Polícia Civil de São Paulo prendeu parte de uma quadrilha que usava o nome do Ministério da Saúde para aplicar golpes na população.
De um lado da linha está uma pessoa disposta a ajudar a acabar com a pandemia. Do outro, bandidos que usam o nome do Ministério da Saúde para aplicar golpes.
“Ele se apresentou como sendo um funcionário do Ministério da Saúde que estava fazendo uma pesquisa com relação à Covid. Porque eles precisavam ter os dados mais precisos de quantas pessoas que tinham sido contaminadas. De como que tava realmente o grau de transmissão da doença”, conta uma das vítimas.
Antes de terminar a ligação, os bandidos dizem que a pesquisa só será validada após a pessoa enviar um código de confirmação que chegará por mensagem. É aí que os criminosos têm acesso ao celular da vítima e dão início a um novo ciclo do golpe.
Uma das troca de mensagens foi entre os bandidos e uma pessoa que tirou R$ 1.300 da poupança e transferiu para a quadrilha.
“Eu recebi a mensagem falando: ‘oi, tudo bem, você pode falar?’ e depois as mensagens de texto me pedindo dinheiro. Que ela tinha uma conta pra pagar, o boleto tava para vencer e tinha esgotado as transações bancárias. Eu até pensei: é a minha sogra”, relata a vítima.
Com medo do golpe, cerca de 1.200 pessoas já se negaram a participar da pesquisa que o Ministério da Saúde realmente está fazendo nas capitais e regiões metropolitanas.
A pesquisa faz ligações, envia mensagens e os agentes vão pessoalmente às casas. Para evitar recusas, o Ministério da Saúde teve que mudar a estratégia na coleta dos dados.
“O Ministério da Saúde nunca, em nenhum tipo da suas ações, ele solicita a confirmação, envio de código. Sempre que a gente faz contato com a população, é um contato pessoal, ou seja, vai existir uma pessoa do outro lado da linha pra falar com a pessoa, e nunca será solicitado envio de senha, código, de nenhum tipo de informação pessoal”, destaca Daniela Buosi Rohlfs.
A quadrilha está há nove meses aplicando o “golpe da Covid”. As investigações apontam que, usando o nome do Ministério da Saúde, pelo menos meio milhão de reais já foram roubados pelos bandidos.
A polícia identificou cinco pessoas que vão responder por associação criminosa, estelionato e invasão de dispositivo de informática.
“A gente não descarta que há hipótese sim da participação de outras pessoas, dentre elas até as pessoas que participavam emprestando contas bancária”, relata Rodrigo Aires, delegado do Deic.
Nenhum comentário:
Postar um comentário