Projeção em São Paulo pede o impeachment do presidente Jair
Bolsonaro pela gestão da crise
Nenhum país do mundo lidou de forma tão ruim com a pandemia
do novo coronavírus como o Brasil, segundo um estudo publicado nesta
quinta-feira (28/01) por um instituto australiano.
O Instituto Lowy, baseado em Sidney, abordou a reposta à
crise em 98 países, com base em seis critérios: mortes confirmadas; casos
confirmados; casos por cada milhão de habitantes; mortes por milhão de
habitantes; casos em proporção à testagem; testes por cada mil habitantes.
Dentro desses critérios, o instituto colocou a Nova Zelândia
como o país que deu a melhor resposta à covid-19, com fechamento de fronteiras,
lockdowns pontuais e um estrito programa de testagem por parte do governo da
social-democrata Jacinda Ardern.
Na outra extremidade do ranking, em último lugar, aparece o
Brasil, com mais de 220 mil mortes confirmadas, provável subnotificação de
casos e um governo de extrema direita que, durante toda a pandemia, minimizou
seus perigos e ignorou as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Na parte debaixo do ranking, antes do Brasil, aparecem
México, Colômbia, Irã, Estados Unidos e Bolívia. Na de cima, a Nova Zelândia é
seguida por: Vietnã, Taiwan, Tailândia, Chipre, Ruanda, Islândia e Austrália.
O melhor país latino-americano no ranking é o Uruguai, em
12º. Da União Europeia (UE), a mais bem colocada é a Letônia, na nona
colocação. A Alemanha, maior economia do bloco e que conseguiu controlar a
primeira onda da covid-19 com relativo sucesso, viu as mortes dispararem desde
o fim de 2020 e ocupa apenas a 55ª posição na lista dos 98 países avaliados.
"Alguns países administraram a pandemia melhor que
outros, mas a maioria se destacou apenas por um desempenho
insatisfatório", diz o estudo.
"Democracias tiveram um sucesso relativamente
maior"
A China - onde o vírus surgiu - não foi incluída no ranking.
O motivo é, segundo o instituto, a falta de dados disponíveis sobre testes.
Durante a pandemia, Pequim tentou controlar a percepção
externa sobre sua gestão da crise e mostrar que seu sistema, de controle
estrito de movimentação, muitas vezes com supressão de liberdades e cerceamento
a vozes críticas, seria preferível às democracias ocidentais, muitas das quais
falharam durante a crise.
"Em média, os países com modelos autoritários não
tiveram nenhuma vantagem prolongada na supressão do vírus. De fato, apesar de
um início difícil e algumas exceções notáveis, incluindo os EUA e o Reino
Unido, as democracias tiveram um sucesso relativamente maior do que outras
formas de governo no tratamento da pandemia durante o período examinado. Em
contraste, muitos regimes híbridos, como a Ucrânia e a Bolívia, parecem ter
sido menos capazes de enfrentar o desafio", observa o estudo.
O Instituto Lowy diz que não houve um vencedor claro quando
se tratou de qual sistema político lidou melhor com a pandemia. Mas países
pequenos, com populações abaixo de 10 milhões de pessoas, mostraram ter algumas
vantagens.
"Em geral, países com populações menores, sociedades
coesas e instituições capazes têm vantagem em lidar com uma crise global, como
uma pandemia", diz o relatório.
No total, os casos já ultrapassaram 100 milhões no mundo
inteiro. Cerca de 2,2 milhões de pessoas morreram devido ao novo coronavírus
desde que o coronavírus causador da covid-19 foi detectado pela primeira vez,
em dezembro de 2019.
rpr/lf (afp, ots)
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- Data 28.01.2021
- Assuntos relacionados Coronavírus, covid-19
- Palavras-chave pandemia de coronavírus, covid-19, coronavírus
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rpr/lf (afp, ots)
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