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Placa de Wall Street
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Nos Estados Unidos, é comum que grandes empresas doem grandes quantias de dinheiro a políticos

O bolso de alguns políticos republicanos já começa a sentir o impacto de suas ações no dia 6 de janeiro no Congresso dos Estados Unidos.

Mais de 20 grandes corporações dos EUA anunciaram a suspensão de suas contribuições de campanha, principalmente aquelas destinadas a parlamentares republicanos que se opuseram ao reconhecimento da vitória eleitoral do democrata Joe Biden.

No dia 6 de janeiro, a sessão conjunta do Congresso para certificar os votos do Colégio Eleitoral foi interrompida pelo ataque ao Capitólio por apoiadores violentos do presidente Donald Trump.

Após a retomada da reunião, mais de 100 deputados e quase uma dezena de senadores, todos eles do Partido Republicano, de Donald Trump, deram seguimento às suas objeções, sem que os violentos acontecimentos vividos minutos antes os fizessem mudar de postura.

Uma multidão se aglomera contra as forças de segurança perto do Capitólio em Washington
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Pelo menos cinco pessoas morreram como resultado do ataque ao Capitólio

A lista de empresas que anunciam a suspensão de contribuições cresce a cada dia. E outros doadores estão repensando suas estratégias depois que apoiadores de Trump invadiram o Capitólio.

Lista crescente

A política americana está inundada de dinheiro de Wall Street.

Nos Estados Unidos, é comum que grandes corporações façam doações para republicanos e democratas em apoio que geralmente está vinculado a questões de interesse específico de seus setores.

O ataque ao Capitólio, e especificamente as ações de parlamentares republicanos que se opuseram à vitória de Biden, levou várias empresas a reconsiderar as contribuições que fazem por meio dos comitês de ação política (PAC, na sigla em inglês) corporativos.

Placa do Marriott
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A rede de hotéis Marriott suspendeu as contribuições para parlamentares que se opuseram aos resultados da eleição de 3 de novembro

Algumas delas decidiram suspender todas as doações enquanto revisam suas políticas relacionadas a esse tema e outras corporações optaram por interromper as contribuições especificamente para membros do Congresso que se opuseram à certificação dos resultados do Colégio Eleitoral.

Neste segundo grupo, estes são os nomes que se destacam:

  • A multinacional financeira Morgan Stanley.
  • A rede de hotéis Marriott.
  • A empresa química Dow. A companhia também especificou que a suspensão vai durar um ciclo eleitoral: dois anos para os parlamentares da Câmara dos Deputados e até seis anos para os senadores.
  • A empresa de telecomunicações AT&T, uma das maiores contribuintes políticas dos Estados Unidos.
  • A General Electric, cuja suspensão vai durar até o fim de 2022. Depois disso, uma diretoria de funcionários que fiscaliza o PAC considerará, "caso a caso", os pedidos de apoio dos legisladores que se opuseram à certificação.
  • A fabricante de cartões de felicitações Hallmark. Essa empresa sediada no Kansas foi além e solicitou o retorno de suas contribuições de campanha do PAC aos senadores republicanos Josh Hawley (Missouri) e Roger Marshall (Kansas). "A Hallmark acredita que a transferência pacífica do poder é a base de nosso sistema democrático e abominamos a violência de qualquer tipo", explicou a empresa em um comunicado. "As ações recentes dos senadores Josh Hawley e Roger Marshall não representam os valores de nossa empresa."
Senador Josh Hawley
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A Hallmark exigiu que o senador do Missouri Josh Hawley devolva o dinheiro que doou a ele no último ciclo eleitoral

  • A plataforma de aluguel online AirBnB condenou a violência em Washington, dizendo: "Vamos atualizar nossa estrutura de ação e parar de apoiar aqueles que votaram contra a certificação dos resultados das eleições presidenciais."
  • A seguradora Blue Cross Blue Shield, cujo PAC tem favorecido os republicanos em todas as eleições desde 1996.
  • A Boston Scientific, fabricante de dispositivos médicos
  • A holding bancária Commerce Bancshares.

Suspensão de todas as doações

Outras empresas optaram por suspender todas as doações, tanto para quem votou pela manutenção dos resultados quanto para quem queria revertê-lo, tática que tem causado surpresa e incompreensão no campo democrata.

Este grupo inclui gigantes da tecnologia como Facebook, Amazon, Microsoft e Google, bem como outras grandes empresas como Coca Cola, Verizon, as entidades bancárias JPMorgan Chase, Citigroup e Goldman Sachs, a rede de hotéis Hilton, a empresa de serviços financeiros Charles Schwab e a empresa 3M.

As companhias de cartão de crédito American Express e Mastercard também disseram que estão suspendendo as doações, sem determinar quem será afetado pela medida.

Logo do Facebook e urna
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A rede social Facebook vai usar os primeiros três meses de 2021 para reavaliar sua política de contribuições a partidos

Outras empresas, como o Bank of America, FedEx e Wells Fargo, disseram que vão revisar a estratégia de contribuição.

Danos reais ou recurso publicitário?

Com algumas exceções, a maioria das empresas não especificou quanto tempo vai durar sua suspensão. Essa falta de precisão tem algumas vozes questionando o verdadeiro alcance dessas medidas, especialmente em um momento em que a atividade de arrecadação de fundos está em uma calmaria pós-eleitoral.

Isso dá às empresas e grupos tempo para decidir como abordar a situação.

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