Brasil Urgente
PCC usa sistema e estrutura da máfia chinesa para lavar
dinheiro
A relação já havia sido revelada pela Operação Além Mar, da
Polícia Federal. Na ocasião, foram apreendidos cinco helicópteros, sete aviões,
42 caminhões, 35 imóveis e o bloqueio de mais de R$ 100 milhões.
Lucas Martins
Investigações feitas pelo Ministério Público e das policias
Civil e Federal apontam que a técnica de lavagem de dinheiro da máfia chinesa
que atua em São Paulo foi adotada pelo PCC.
O promotor Márcio Christino, que há anos acompanha
investigações contra a organização criminosa, revela que os mafiosos
brasileiros fazem adaptações, mas aplicam sistemas muito parecidos.
“Ele se aproveita das condições locais, da legislação local e dos meios que ele tem aqui pra fazer isso. Não é exatamente igual, mas é um caminho semelhante pela própria natureza”, disse.
A relação já havia sido revelada pela Operação Além Mar, da
Polícia Federal. Na ocasião, foram apreendidos cinco helicópteros, sete aviões,
42 caminhões, 35 imóveis e o bloqueio de mais de R$ 100 milhões.
A organização criminosa trazia cocaína da Bolívia pelo
Paraguai para enviar para a África e Europa por vários portos brasileiros.
A Polícia Federal descobriu células criminosas voltadas ao
narcotráfico em Recife, em Campinas e em São Paulo. Mas foi a lavagem de
dinheiro que mais chamou a atenção do Ministério Público.
Na região do Brás, de acordo com a investigação da Polícia
Federal, há uma espécie de banco paralelo que fornece uma rede de contas
bancárias para movimentação de dinheiro do crime com ampla presença de empresas
de fachada e empresas relâmpago: abertas e fechadas em poucos meses e depois
abertas novamente com outros nomes e outros sócios, criando uma emaranhado
fiscal onde o dinheiro do tráfico de esconde de uma forma que dificilmente pode
ser revelado pela polícia.
Um pedido de prisão da PF de Pernambuco aponta que uma
contadora, de origem chinesa, foi fundamental no esquema do tráfico de drogas
do PCC e também de contrabandistas chineses.
Um relatório da operação aponta o uso de salas vazias que
abrigaram várias empresas, que só existem no papel, e servem apenas para
justificar faturamentos milionários.
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