'Eu também tenho que ter uma companhia, né? Se eu morrer amanhã, minhas coisas ficam todas para o Estado', justificou o empresário,
Por Felipe Freire, Leslie Leitão, Guilherme Santos, TV Globo
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O administrador de imóveis Luiz Marcelo Ormond, encontrado morto dentro de casa no Engenho Novo, Zona Norte do Rio, chegou a dizer para uma amiga que o motivo de assumir uma união estável com Júlia Andrade Cathermol Pimenta, que está foragida por suspeita do crime, era não ter ninguém para deixar os seus bens, caso morresse.
“Mas eu também tenho que ter uma companhia, né? Se eu morrer amanhã, minhas coisas ficam todas para o Estado. Não tenho ninguém para deixar as minhas coisas”, justificou Luiz Marcelo para a amiga.
O corpo de Luiz Marcelo foi encontrado dentro do apartamento dele no dia 20 do mês passado, já em estado avançado de decomposição. A suspeita é que ele tenha sido assassinado pela namorada com um brigadeirão envenenado.
Antes do crime, ele ainda teria dito à amiga que queria fazer tudo com calma, mas admitiu que Júlia estaria fazendo pressão para que oficializassem logo a união.
“Não é nada para ontem não. Ela que está na maior pressão. Já foi lá no cartório na segunda-feira para ver negócio de casamento. Mas eu tô segurando. Eu não vou fazer nada pra ontem não. Até porque, tem que gastar grana pra fazer isso, entendeu?”, disse Luiz Marcelo.
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Segundo o delegado que investiga o caso, Júlia agiu com extrema frieza. Em seu depoimento, a suspeita disse que Luiz serviu o café da manhã dela na segunda de manhã, o que é impossível de acordo com a necropsia, já que o empresário já estava morto.
"Ela teria permanecido no interior do apartamento da vítima, com o cadáver, por cerca de 3, 4 dias. Lá ela teria dormido ao lado do cadáver, se alimentado, ela teria inclusive descido para a academia, se exercitado, retornado para o apartamento onde o cadáver se encontrava”, disse o delegado Marcos Buss.
Júlia Cathermol já é considerada foragida da Justiça.
Motivação econômica
O delegado Marcos Buss, da 25ª DP (Engenho Novo), afirmou
que Júlia Cathermol, suspeita de matar o empresário Luiz Marcelo Ormond, teve
motivação econômica para a prática do crime.
Segundo o investigador, Júlia não gostou de saber que o namorado havia desistido de formalizar a união estável com ela. A suspeita está foragida da Justiça.
"A motivação é econômica. Nós temos elementos que a Júlia estava em processo de formalização de uma união estável com a vítima. Mas, em determinado momento, o que nos parece, é que a vítima desistiu da formalização da união", comentou Buss.
"Isso até robustece a hipótese de homicídio e não de um latrocínio, puro e simples, porque o plano inicial me parecia ser realmente eliminar a vítima depois que essa união estável estivesse formalizada", analisou o delegado.
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