Uma das catarinenses presa na quinta-feira (7) durante a busca por foragidos da Operação Lesa Pátria, responsáveis pelos ataques de 8 de janeiro em Brasília, teria rejeitado um convite de bolsonaristas para fugir para a Argentina. A informação da defesa da investigada foi divulgada pelo portal UOL e confirmado pela reportagem da NSC.

A cabeleireira Dirce Rogério foi detida nesta quinta-feira, em Rio do Sul, e levada para a delegacia da Polícia Federal, em Florianópolis. A alegação do mandado de prisão seria de possível “risco de fuga”.

Dirce foi condenada a 16 anos de prisão pelos atos de 8 de janeiro, mas recorre da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

O advogado de Dirce, Helmar Amâncio, confirma que ela teria recebido um convite de pessoas que também participaram dos atos de 8 de janeiro para fugir e pedir refúgio a países como Argentina e Uruguai, mas que por orientação dele decidiu rejeitar o convite para a fuga. Na ocasião, a defesa entendeu que ainda haveria recursos possíveis para alterar a condenação.

Na avaliação dele, o novo pedido de prisão surpreendeu porque ela não estaria descumprindo as medidas cautelares.

— Fomos surpreendidos com esse pedido de recolhimento dela sob alegação de que havia risco iminente de fuga. Desde quando foram implementadas por meio do ministro [Alexandre de Moraes, do STF] as restrições para que ela pudesse fazer uso da tornozeleira, em momento algum ela se absteve das obrigações imputadas a ela, sempre comparecendo todas as segundas-feiras na Vara Penal que foi determinado. Causou-nos bastante estranheza — afirmou.

Dirce está detida em uma unidade prisional de Ituporanga, no Alto Vale. O advogado pontua que pretende apresentar nos próximos dias um recurso para tentar a liberação da cabeleireira.

Segundo informações da PF, a operação desta quinta-feira tinha ao menos sete alvos com mandados de prisão em aberto para serem cumpridos em diferentes cidades de Santa Catarina. No total, três das 49 prisões efetivamente feitas no país teriam ocorrido no Estado.

As fotos que ajudaram a condenar catarinenses pelo 8 de janeiro

Grupo de bolsonaristas teria fugido para a Argentina

Reportagem de maio do portal UOL revelou que um grupo com pelo menos 10 bolsonaristas investigados ou condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro teriam violado medidas cautelares e fugido para a Argentina. Entre eles estariam os catarinenses Ângelo Sotero de Lima, de Blumenau, Gilberto Ackermann, de Balneário Camboriú, e Raquel Lopes de Souza, de Joinville.

Nesta semana, a Polícia Federal foi às ruas em 18 estados e no Distrito Federal para cumprir 208 mandados de prisão contra alvos investigados por possível fuga ou descumprimento de medidas cautelares, como uso de tornozeleiras eletrônicas e comparecimento em juízo. Até a sexta-feira, 49 desses alvos haviam sido presos.

Nesta sexta-feira (7), o UOL informou que mais de 60 brasileiros teriam pedido refúgio político ao presidente da Argentina, Javier Milei, político de direita e aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo especialistas, o pedido pode ser suficiente para impedir a prisão momentânea dos alvos.

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