sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

Espionagem ilegal da Abin atingiu 30 mil pessoas e dados foram guardados em Israel, diz chefe da PF

 Corporação investiga monitoramento ilegal por parte da Agência Brasileira de Inteligência durante o governo Bolsonaro. Ex-comandante do órgão, deputado federal Alexandre Ramagem – próximo da família do ex-presidente – é alvo de buscas nesta quinta-feira (25).

São Paulo

Suspeita é que Abin tenha monitorado aproximadamente 30 mil pessoas

Suspeita é que Abin tenha monitorado aproximadamente 30 mil pessoas

Suspeita é que Abin tenha monitorado aproximadamente 30 mil pessoas

A Polícia Federal estima que 30 mil cidadãos brasileiros tenham sido monitorados de forma ilegal pela Agência Brasileira de Informações (Abin) durante o governo Jair Bolsonaro (PL), segundo o diretor-geral da PF, Andrei Passos.

Nesta quinta-feira (25), a PF faz buscas contra o ex-diretor-geral da Abin, deputado federal Alexandre Ramagem (PL) – um amigo próximo da família Bolsonaro – e contra outros servidores da agência suspeitos de envolvimento com a espionagem ilegal.

Ramagem não se manifestou até a publicação deste post.

Segundo as investigações, o monitoramento era feito com o software israelense FirstMile – e, por conta disso, os dados eram armazenados fora do país.


"A investigação tem apurado que de fato houve durante um período o monitoramento de muitas pessoas, estima-se em torno de 30 mil pessoas, clandestinamente, ou seja, de maneira ilegal", disse o chefe da PF em entrevista ao Estúdio i, da Globonews, em 4 de janeiro. "Esses dados de monitoramento dos cidadãos brasileiros estavam armazenados em nuvens em Israel, porque a empresa responsável por essa ferramenta é israelense."

Em regra, segundo Passos, os alvos eram pessoas de posição contrária ao governo anterior – juízes, políticos, mas também professores, jornalistas e sindicalistas.

Ferramenta permite invasão de celulares, diz chefe da PF

Segundo Andrei, a ferramenta é capaz de monitorar aparelhos usando dados de GPS dos aparelhos, o que permitia não só acompanhar a movimentação das pessoas monitoradas, mas também descobrir quem se encontrava com quem.

A obtenção dos dados era feita por meio da invasão de aparelhos celulares – e não apenas via dados de antenas de celular.

“Ela [ferramenta] permite o rastreio mediante a invasão dos aparelhos. não é apenas monitoramento de antena. Ou seja, há monitoramento telefônico de sinais que apontam a localização exata que essas pessoas estão. E aí, a partir de cruzamento de informações [...] posso concluir que eles se encontraram em determinado momento e em determinadas circunstâncias. Portanto, isso traz uma série de consequências.
Ramagem (à esq.) ao lado de Bolsonaro em julho de 2019, quando foi nomeado diretor-geral da PF – ele não checou a assumir o posto. — Foto: Adriano Machado/Reuters

Ramagem (à esq.) ao lado de Bolsonaro em julho de 2019, quando foi nomeado diretor-geral da PF – ele não checou a assumir o posto. — Foto: Adriano Machado/Reuters

                                                                     

                                           

Quantos países ainda aplicam a pena de morte e quantas pessoas são executadas assim?.


Mulher segura cartaz em inglês que pede fim das execuções

CRÉDITO,GETTY IMAGES

Legenda da foto,De acordo com a Anistia Internacional, 11 países executam pessoas de maneira contínua
  • Author,Da Redação
  • Role,BBC Verify

AVISO: Esse texto contém descrições explícitas de métodos de execução, o que pode ser perturbador para alguns leitores.

Um assassino condenado nos Estados Unidos se tornou na quinta-feira (25/1) a primeira pessoa no mundo a ser executada com gás nitrogênio.

Também na quinta, um japonês foi condenado à morte por enforcamento por um incêndio criminoso que matou 36 pessoas.

número de execuções está aumentando a nível mundial, apesar de muitos países terem abolido a aplicação da pena capital.

Quantos países usam a pena de morte?

De acordo com os últimos números compilados pela Anistia Internacional, em 2022:

  • 55 países previam a pena de morte em sua legislação
  • Nove desses países aplicaram a pena de morte apenas para os crimes mais graves, como homicídios múltiplos ou crimes de guerra
  • 23 países previam a pena de morte na legislação, mas não a utilizam havia 10 anos.

Quantas pessoas são executadas todos os anos?

Os dados da Anistia Internacional são uma combinação de números oficiais, de dados dos meios de comunicação e de informações repassadas por pessoas condenadas à morte e pelas suas famílias e representantes.

A China não divulga informações sobre a aplicação da pena de morte.

Excluindo a China, a Anistia Internacional registrou 883 execuções em todo o mundo em 2022.

Esse número é 53% maior em relação às 579 pessoas executadas em 2021 e é o maior número de execuções desde 2017.

No entanto, é muito inferior aos números de 1988, 1989 ou 2015, quando mais de 1.500 pessoas foram executadas num único ano.

Arte mostra número de execuções ao redor do mundo ao longo dos anos

A Anistia Internacional afirma que pelo menos 2.016 sentenças de morte foram decretadas em 2022, em 52 países.

Em 2021, 56 países decretaram ao menos 2.052 sentenças de morte.

Muitos prisioneiros passam anos ou até mesmo décadas no corredor da morte antes de serem executados.

Quais países mais usam a pena de morte?

Vinte países executaram pessoas em 2022, em comparação com 18 em 2021.

A Anistia Internacional acredita que a China usa a pena de morte mais do que qualquer outro país. Acredita-se que o país executa milhares de pessoas todos os anos, mas isso não pode ser confirmado.

Além da China, os países que mais executaram pessoas foram o Irã, a Arábia Saudita, o Egito e os Estados Unidos.

Gráfico mostra lista de países que mais executam pessoas no mundo

Como mudou o número de execuções em diferentes países?

A Anistia Internacional lista 11 países no mundo que executam pessoas de forma contínua todos os anos.

Eles incluem China, Egito, Irã, Iraque, Arábia Saudita, Estados Unidos, Vietnã e Iêmen.

Acredita-se também que a Coreia do Norte “provavelmente usa a pena de morte de forma contínua”, mas não é possível confirmar isso de maneira independente.

Mapa mostra países que executaram pessoas de maneira contínua entre 2018 e 2022

O número de execuções na Arábia Saudita em 2022 foi o mais alto dos últimos 30 anos.

Cinco países – Bahrein, Comores, Laos, Níger e Coreia do Sul – condenaram pessoas à morte em 2022, e estavam sem aplicar a pena há vários anos.

No entanto, o número de execuções nos Estados Unidos diminuiu desde o pico de 98 execuções em 1999.

Quantas pessoas são executadas por crimes relacionados a drogas?

A Anistia Internacional afirma que houve 325 execuções por crimes relacionados a drogas em todo o mundo em 2022, incluindo:

  • 255 no Irã
  • 57 na Arábia Saudita
  • 11 em Cingapura

Em 2023, Cingapura executou a primeira mulher em quase 20 anos. Saridewi Djaman foi condenada por tráfico de heroína em 2018.

Quantos países aboliram a pena de morte?

A pena de morte não é aplicada em 112 países, comparado com 48 em 1991.

Seis países aboliram a pena de morte total ou parcialmente em 2022.

Quatro – Cazaquistão, Papua Nova Guiné, Serra Leoa e República Centro-Africana – aboliram a prática completamente.

A Guiné Equatorial e a Zâmbia afirmaram que a pena de morte passaria a ser usada para os crimes mais graves.

Em abril de 2023, o parlamento da Malásia também votou pela eliminação da pena de morte obrigatória para 11 crimes graves, incluindo homicídio e terrorismo.

O parlamento de Gana votou pela abolição total da pena de morte em julho de 2023.

Como os países ao redor do mundo aplicam a pena de morte?

A Arábia Saudita foi o único país a listar a decapitação como método de execução em 2022.

Outros métodos incluíam enforcamento, injeção letal e morte por tiro.

Cama com cintos usados para imobilizar pessoa a ser executada

CRÉDITO,GETTY IMAGES

Legenda da foto,Cama com cintos usados para imobilizar pessoa a ser executada

O Estado americano do Alabama deve executar nesta quinta Kenneth Smith, condenado por assassinato, usando gás nitrogênio.

Ele será a primeira pessoa a ser executada usando esse método. Os advogados de Smith defendem que essa forma nunca experimentada é uma punição “cruel e incomum”.

O Alabama e dois outros Estados americanos aprovaram o uso de nitrogênio porque os medicamentos mais comumente usados em injeções letais se tornaram mais difíceis de encontrar.

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