A utilização de helicópteros do governo pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, para iniciativas particulares, representa um grave desvio de função e um evidente ato de improbidade. Mas quem vai representar contra o presidente?
Por RAIMUNDO DE HOLANDA
02/05/2021 19h57 — em Bastidores da Política
É correto o presidente Bolsonaro utilizar helicópteros da Força Aérea para sobrevoar com assessores manifestações a seu favor e fazer vídeos para seguidas postagens em rede social? Não estará se utilizando de um bem público para um propósito politico particular?
Claro que a utilização dessas aeronaves para iniciativas particulares representa um grave desvio de função e um evidente ato de improbidade. Mas quem vai representar contra o presidente?
O Brasil vive um momento delicado, em que a Procuradoria Geral da República compromete sua independência funcional, essencial para a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, carecendo de ações que demonstrem o restabelecimento de interesses republicanos.
A realidade é que os atos de Bolsonaro evidenciam a distorção do interesse público, sem a resposta da PGR, que tem o papel constitucional de ser fiscal da lei e órgão de sua execução.
Mas não peca sozinha. O Congresso Nacional não reage, com seus caciques apostando no desgaste de um presidente que não seria competitivo em 2022… Não foi o que as imagens das manifestações de sábado mostraram: 1 milhão de pessoas nas ruas de São Paulo, outras centenas de milhares país afora, em apoio a Bolsonaro.
Os políticos continuam com uma visão vesga, equivocada, do momento porque passa o Brasil.
Há, nisso tudo, não apenas omissões. Há o risco de se tornarem rotineiras perseguições politicas e prisões. O Judiciário não pode ser desatento ao analisar pedidos de prisão, busca e apreensões, porque neles tem sido incluídos - e agora com mais frequência - entre supostos culpados, inocentes que, por exigência do poder, devem ter suas biografias maculadas.
Caminhamos para um estado policial, e é precisa denunciar, gritar. Esse silêncio de agora, dos políticos e das instituições, é cúmplice. Mas tem um som: o da morte da liberdade e da democracia. Tudo o que precisamos evitar a qualquer preço
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