Publicado em
02/05/2021 - 13:53 Por Heloísa Cristaldo - Repórter da Agência Brasil -
Brasília
O presidente Jair Bolsonaro anunciou
neste domingo (2) que o governo da Rússia liberou Robson Nascimento
de Oliveira, ex-motorista do meia Fernando, atualmente jogador do Beijing
Guoan, a retornar para o Brasil após mais de dois anos detido em Moscou.
"Depois de uma longa negociação
com o governo Russo, foi anunciado no dia de hoje a liberdade do
Robson, que trabalhava com o jogador Fernando, do Spartak, de Moscou. Quero
agradecer ao governo russo por tê-lo liberado. O que Robson usava era permitido
no Brasil, um medicamento. Mas, lá na Rússia, não, e o governo russo seguiu a
legislação local", afirmou Bolsonaro, por meio das redes sociais.
Segundo o presidente, Robson chegará
ao Brasil na quinta-feira (6). O motorista foi preso no dia 17 de março de
2019 ao entrar na Rússia com caixas do medicamento Mytedon (cloridrato de
metadona). O remédio é usado no alívio da dor aguda e crônica intensa e é legalizado
no Brasil, mas proibido no país europeu. A defesa do motorista sempre alegou
que os remédios seriam para o sogro de Fernando, William Pereira de Faria. A
história teve grande repercussão nas redes sociais, e a informação sobre o
medicamento não chegou a ser confirmada pelo jogador de futebol e os seus
familiares ao governo russo.
"Foram dois anos que o Robson
passou detido na Rússia. Hoje, nós agradecemos ao presidente Putin, ao
embaixador russo no Brasil,[ Alexey Kazimirovitch Labetskiy], bem como ao nosso
embaixador que está na Rússia, [Tovar da Silva Nunes]", disse Bolsonaro.
Edição: Graça Adjuto
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Por Elder Dias
Artistas e políticos responderam com raiva à declaração do presidente no Twitter sobre o humorista, vítima da Covid-19; indignação fez com que um palavrão se tornasse um dos tópicos mais citados na plataforma
Não é uma prática na etiqueta social de Jair Bolsonaro cumprimentar a família pela morte de artistas nas redes sociais. Foi assim que “não aconteceu”, por exemplo, quando morreram João Gilberto, Beth Carvalho, Aldir Blanc, Moraes Moreira, Flávio Migliaccio, Nicette Bruno e outras referências do teatro, da música e das artes em geral.
O motivo da falta de solidariedade nesses casos? Uma tendência de artistas em geral serem de esquerda, o que causa repulsa ao próprio presidente e – o que mais o preocupa – a sua base radical.
A morte precoce de Paulo Gustavo, aos 42 anos, uma das celebridades da TV mais queridas e populares do País no momento, levou a outra atitude. Bolsonaro foi ao Twitter e publicou nota de condolências:
A foto escolhida (Paulo Gustavo segurando a imagem de Santa Dulce dos Pobres, a Irmã Dulce, canonizada pelo Papa Francisco) foi sintomática, mostrando que Bolsonaro continuava a sinalizar para os religiosos, grande parte de seu eleitorado mais fiel.
A reação de artistas, personalidades e críticos do presidente à publicação começou instantaneamente.
Para ter ideia da reação, mesmo o perfil oficial da Buzzfeed Brasil respondeu, lembrando a recusa recorrente da compra de vacinas:
Um dos artistas que se opõe de maneira mais incisiva ao governo, o cantor Tico Santa Cruz usou o adjetivo “canalha” para qualificar o post e citou a “incompetência” e o “projeto de morte” do presidente:
A escritora e influencer Kéfera foi bem sucinta na resposta:
A atriz Maria Bopp, que se notabilizou nas redes sociais com a personagem Blogueirinha do Fim do Mundo, respondeu ao tuíte de forma dura:
A revolta nas redes com a declaração – que, vinda de um presidente em tempos normais, seria vista com bons olhos ou, pelo menos, de forma neutra – levou a que um palavrão conhecido, (com as iniciais “vtnsc”), dirigido a Bolsonaro, se tornasse um dos principais tópicos do Twitter na manhã desta quarta-feira, 5.
Condolências de Bolsonaro à família de Paulo Gustavo revoltam redes sociais