sábado, 12 de novembro de 2022

Procuradoria pede ‘providências’ sobre manifestações contra resultado da eleição

 Ofícios pedem apuração das 'responsabilidades' pela incitação das Forças Armadas contra os poderes constitucionais

Bolsonaristas fazem manifestação em frente ao QG do Exército, em Brasília — Foto: Reprodução/Twitter
Por AgênciasPublicado em 12 de novembro de 2022 | 15h40 - Atualizado em 12 de novembro de 2022 | 15h40


O Ministério Público Federal (MPF) questionou o Ministério da Defesa, o comando do Exército e o governo do Distrito Federal sobre as medidas adotadas contra as manifestações antidemocráticas organizadas em Brasília após a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Protestos em frente ao Quartel General do Exército pedem intervenção das Forças Armadas para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A Procuradora Regional dos Direitos do Cidadão abriu na semana passada um procedimento para acompanhar as manifestações. A investigação tem como objetivo identificar os responsáveis pelos atos que pedem intervenção militar contra o resultado da eleição

O MPF deu cinco dias para a Secretaria de Segurança Pública e o Dentran do Distrito Federal informarem o que está sendo feito para liberar o trânsito na região e para coibir manifestações "ilícitas e/ou criminosas".

"A exemplo das que incitam agressão ou violência a candidatos eleitos, das que estimulam a obstrução do exercício regular das funções dos poderes constituídos, das que pregam a sublevação agressiva ou violenta e das que incitam a animosidade das Forças Armadas com os poderes constitucionais", escrevem as procuradoras Luciana Loureiro e Marcia Zollinger.

Os ofícios enviados ao ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, e ao chefe do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, pedem a apuração das "responsabilidades" pela incitação das Forças Armadas contra os poderes constitucionais. o MPF sugere a identificação dos responsáveis por organizar e financiar as manifestações.

"É certo que a manifestação de irresignação em face do resultado do processo eleitoral não pode ameaçar o Estado de Direito, as instituições democráticas e a ordem social, e que o exercício da crítica aos poderes constitucionais, por meio de passeatas, de reuniões, de greves, de aglomerações ou de qualquer outra forma de manifestação política, só é lícita quando exercida com autênticos propósitos sociais, nos termos da Lei no 14.197, de 2021, situação que não se coaduna com a ocupação ora observada em frente ao QG do Exército em Brasília", diz outro trecho do documento. (Estadão Conteúdo)

https://www.otempo.com.br/politica/governo/procuradoria-pede-providencias-sobre-manifestacoes-contra-resultado-da-eleicao-1.2765589

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