Justiça de Minas Gerais aceitou denúncia do Ministério Público contra Michele Mendonça Dias Abreu.
Por g1 Minas — Belo Horizonte
Empresária e influenciadora Michele Mendonça Dias Abreu — Foto: Reprodução/redes sociais
A empresária e influenciadora Michele Mendonça Dias Abreu,
acusada de intolerância religiosa após associar a tragédia climática no Rio
Grande do Sul a religiões de matriz africana, virou ré.
A Justiça recebeu, nesta terça-feira (4), a denúncia do
Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) contra a mulher pelo crime de
praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor,
etnia, religião ou procedência nacional.
Na decisão, o juiz Paulo Victor de Franca Albuquerque Paes,
da 3ª Vara Criminal da Comarca de Governador Valadares, considerou que as
provas apresentadas justificam a instauração da ação penal.
Em vídeo publicado nas redes sociais, no dia 5 de maio,
Michele Mendonça disse que os temporais que afetaram 2,3 milhões de pessoas e
deixaram mais de 170 mortos no Rio Grande do Sul foram motivados pela "ira
de Deus".
"O estado do Rio Grande do Sul é o estado com maior número de terreiros de macumba. Alguns profetas já estavam anunciando algo que iria acontecer devido à ira de Deus. As pessoas estão brincando, [...] misturando aquilo que é santo, e Deus não divide sua honra com ninguém", disse Michele Dias na publicação.
As falas foram compartilhadas com quase 32 mil seguidores, e o vídeo chegou a 3 milhões de visualizações, segundo o Ministério Público.
O g1 não conseguiu contato com a defesa da influenciadora até a última atualização desta reportagem.
Pedidos negados
O MPMG também tinha solicitado à Justiça à fixação de medidas cautelares contra Michele Mendonça, como a proibição de novas postagens relacionadas a religiões de matriz africana e de deixar o país sem autorização judicial.
No entanto, o juiz indeferiu os pedidos. Ele considerou que a proibição de postar conteúdos criminosos é "desnecessária", uma vez que isso já é previsto na legislação.
Em relação ao impedimento de saída do país, o magistrado concluiu ser "desproporcional ao caso".
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