quinta-feira, 6 de junho de 2024

Influenciadora acusada de intolerância religiosa após associar tragédia no RS a religiões de matriz africana vira ré

 Justiça de Minas Gerais aceitou denúncia do Ministério Público contra Michele Mendonça Dias Abreu.

Por g1 Minas — Belo Horizonte

Empresária e influenciadora Michele Mendonça Dias Abreu — Foto: Reprodução/redes sociais

Empresária e influenciadora Michele Mendonça Dias Abreu — Foto: Reprodução/redes sociais

A empresária e influenciadora Michele Mendonça Dias Abreu, acusada de intolerância religiosa após associar a tragédia climática no Rio Grande do Sul a religiões de matriz africana, virou ré.

 

A Justiça recebeu, nesta terça-feira (4), a denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) contra a mulher pelo crime de praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.

 

Na decisão, o juiz Paulo Victor de Franca Albuquerque Paes, da 3ª Vara Criminal da Comarca de Governador Valadares, considerou que as provas apresentadas justificam a instauração da ação penal.

 

Em vídeo publicado nas redes sociais, no dia 5 de maio, Michele Mendonça disse que os temporais que afetaram 2,3 milhões de pessoas e deixaram mais de 170 mortos no Rio Grande do Sul foram motivados pela "ira de Deus".

"O estado do Rio Grande do Sul é o estado com maior número de terreiros de macumba. Alguns profetas já estavam anunciando algo que iria acontecer devido à ira de Deus. As pessoas estão brincando, [...] misturando aquilo que é santo, e Deus não divide sua honra com ninguém", disse Michele Dias na publicação.

As falas foram compartilhadas com quase 32 mil seguidores, e o vídeo chegou a 3 milhões de visualizações, segundo o Ministério Público.

g1 não conseguiu contato com a defesa da influenciadora até a última atualização desta reportagem.

Pedidos negados

O MPMG também tinha solicitado à Justiça à fixação de medidas cautelares contra Michele Mendonça, como a proibição de novas postagens relacionadas a religiões de matriz africana e de deixar o país sem autorização judicial.

No entanto, o juiz indeferiu os pedidos. Ele considerou que a proibição de postar conteúdos criminosos é "desnecessária", uma vez que isso já é previsto na legislação.

Em relação ao impedimento de saída do país, o magistrado concluiu ser "desproporcional ao caso".

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