Minas Gerais: Homossexual atacado por 4 pessoas teve substância injetada no pescoço, foi mutilado na região do ânus e teve uma suástica marcada no rosto. A vítima foi internada no Hospital Santa Casa de Misericórdia
14/JUL/2021 ÀS 16:33
(Imagem [dir] da casa da vítima)
Um homem foi alvo de crime de ódio na cidade de Itaguara, região metropolitana de Belo Horizonte, na última terça-feira. O rapaz de 48 anos, que é homossexual, foi dopado, mutilado e teve uma suástica desenhada no rosto por um grupo de 4 pessoas.
De acordo com informações do jornal O Tempo, o crime aconteceu durante a noite. A vítima explicou em depoimento à polícia que conversava com uma senhora, para quem presta serviços, na porta de sua casa.
Quando a mulher deixou o local, o grupo aproximou-se e, com uma seringa, injetou em seu pescoço uma substância que o deixou desacordado. Ao despertar, o homem assustou-se com as manchas de sangue em seu corpo.
A vítima, então, examinou-se e encontrou a suástica desenhada em seu rosto, além de diversos cortes pelo corpo. Em seu peito, o grupo ainda deixou uma mensagem ameaçadora: “Na próxima, você morre”.
Com a ajuda de vizinhos, o rapaz conseguiu chamar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e a Polícia Militar. Ele foi internado no Hospital Santa Casa de Misericórdia do município.
“Nós fomos acionados pelo Samu, que encontrou o homem caído no chão da casa e muito confuso. Os suspeitos fizeram esses cortes nas costas dele, até na região do ânus, parecendo que estavam tentando fazer a cruz suástica”, explicou o sargento Sandro Rocha.
No depoimento, a vítima disse acreditar que o crime foi motivado por homofobia. Isso porque ele garantiu ter sido hostilizado pelo mesmo grupo há cerca de uma semana. Na ocasião, os criminosos teriam o perseguido e o chamado de “porco gay”.
O rapaz também disse à polícia que os criminosos tinham tatuagens pelo corpo – inclusive uma suástica no pescoço –, olhos e peles claros.
A Polícia Civil de Minas Gerais informou que um inquérito foi instaurado para investigar o crime de lesão corporal.
“A Polícia Civil de Minas Gerais instaurou inquérito policial para investigar o crime de lesão corporal, registrado nesta terça-feira (13), em Itaguara. Após os fatos, a vítima foi encaminhada para atendimento médico e, a princípio, não há testemunha que possa colaborar com informações. A investigação tramita na 9ª Delegacia de Polícia Civil em Itaguara, onde os trabalhos investigativos estão em andamento para apurar as circunstâncias, o motivo e a autoria do crime. Outras informações serão repassadas em momento oportuno, para não atrapalhar o andamento da investigação”, diz a nota.
Embora haja indícios de homofobia e apologia ao nazismo, o inquérito cita apenas crime de lesão corporal. Sobre essa questão, a corporação argumentou que a “ocorrência foi registrada, a princípio, como lesão corporal, mas que não descarta nenhuma linha investigativa.”
Segundo a advogada Bruna de Andrade, o que configura crime de homofobia ou LGBTfobia é um crime de ódio direcionado a pessoas em razão da sexualidade ou da identidade de gênero deste grupo.
O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou, em 2019, a criminalização da homofobia e da transfobia. Atos preconceituosos contra pessoas LGBTQIA+ são enquadrados no crime de racismo pela Lei 7.716/1989 até que o Congresso Nacional aprove uma lei específica sobre o assunto. A pena para quem comete o crime é de três anos, além de multa.
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Horizonte e região metropolitana
Polícia investiga vereador por falar que 'ativismo LGBT visa
destruir a família' em sessão no Dia do Orgulho Gay
Denúncia foi registrada por um grupo de ativistas da causa
LGBTQIA+ no dia 7 de julho.
Por TV TEM
Polícia investiga vereador por falar que 'ativismo LGBT visa destruir a família' em sessão no Dia do Orgulho Gay — Foto: Câmara de Itatiba/Reprodução
A Polícia Civil instaurou um inquérito para apurar denúncia
contra o vereador de Itatiba (SP) William Soares (Solidariedade) por prática de
discriminação. A denúncia foi registrada por um grupo de ativistas da causa
LGBTQIA+ no dia 7 de julho.
De acordo com o documento, o vereador disse que o
"ativismo LGBT visa destruir a família", durante a sessão da Câmara
de Itatiba que ocorreu no dia 28 de junho, Dia Internacional do Orgulho Gay
(assista abaixo).
"Então, o ativismo LGBT visa isso, destruir a família,
e aqueles que são conservadores tem que se posicionar e eu me posiciono. Aqui,
vale a gente lembrar, não é nenhuma questão pessoal ou de você ter uma
homofobia , não se trata disso, mas se trata de um posicionamento. Se é destruir
a família, se é causar dano a família, como é que nós podemos concordar e
aceitar?", afirmou
"Não, porque aquilo que as pessoas tem de mais, aquilo que prezam mais, que é mais caro para nós, aí você vai ver nas passeatas, nas paradas, as pessoas se utilizando de elementos que são considerados sacros, santo, para fazer as suas manifestações. Então isso é bastante difícil de aceitar."
À TV TEM, o vereador informou que já prestou depoimento, se
defendeu e disse que apenas manifestou um pensamento enquanto exercia a função
pública.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo
informou que o vereador foi ouvido nesta quarta-feira (14) e o inquérito
policial foi encaminhado para apreciação da Justiça, junto à Vara Criminal do
município.
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