Mortos por comida: tio e sobrinho que furtaram carne de supermercado foram executados. Ministério Público pede a prisão de 13 pessoas. Um funcionário do Atakarejo segue foragido. "Meu filho morreu com fome porque não teve coragem de me pedir comida", desabafa mãe
15/JUL/2021 ÀS 10:41
Dindara de Ribeiro, Alma Preta Jornalismo
O Ministério Público da Bahia (MP-BA) apresentou denúncia e o pedido de prisão preventiva de 13 pessoas acusadas de envolvimento na morte de tio e sobrinho suspeitos de furtar carne no supermercado Atakarejo, em Salvador.
As vítimas, Bruno e Yan Barros, de 29 e 19 anos, foram mortas no dia 26 de abril, quando seguranças e outros funcionários do supermercado levaram tio e sobrinho para serem executados por pessoas envolvidas com o tráfico de drogas no bairro do Nordeste de Amaralina.
As investigações também apontam que os funcionários pediram R$ 700 para liberar as vítimas. Os corpos de Bruno e Yan Barros foram encontrados com sinais de tortura e tiros dentro do porta malas de um carro.;
Um vídeo gravado no mercado também mostra o momento em que Bruno e Yan são agredidos por funcionários, que só foram afastados 11 dias depois do ocorrido, no dia 6 de maio.
A apuração do caso durou dois meses e contou com uma operação policial. O inquérito do caso foi concluído no dia 6 de julho, quando a Polícia Civil indiciou 23 pessoas, entre funcionários do mercado e suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas.
Dos 23 indiciados, dez já estão presos. Segundo a Polícia Civil, dos dez presos, seis são suspeitos de tráfico de drogas e quatro são funcionários do mercado. Além disso, 13 pessoas seguem foragidas, sendo que um deles é funcionário do Atakarejo. Os demais possuem envolvimento com o tráfico.
Denúncia
A denúncia foi apresentada pela promotora de Justiça e coordenadora do Núcleo do Júri (NUJ), Ana Rita Cerqueira Nascimento, que informou, em coletiva de imprensa, que as treze pessoas foram denunciadas com base em provas materiais obtidas pela promotoria. denunciadas por crimes de homicídio qualificado (por motivo torpe, meio cruel e sem possibilidade de defesa das vítimas), constrangimento ilegal, cárcere privado, extorsão e ocultação de cadáver.
O Ministério Público disponibilizou imagens do dia do crime, que mostram o momento em que os envolvidos no crime levam Bruno e Yan para um estacionamento, onde foram agredidos.
Entenda o caso
De acordo com o Ministério Público, foram acusados por homicídio qualificado, constrangimento ilegal e extorsão o gerente-geral do supermercado, Agnaldo Santos de Assis, o encarregado de prevenção de perdas do mercado, Cláudio Reis Novais, e o funcionário Cristiano Rebouças Simões, que aparece em imagens pegando o celular de Bruno.
Pelos crimes de homicídio qualificado e cárcere privado foram denunciados Victor Juan Caetano Almeida, David de Oliveira Santos e Francisco Santos Menezes, apontados como os responsáveis por entregar as vítimas a traficantes no bairro do Nordeste de Amaralina.
Já por homicídio qualificado, foram denunciados Lucas dos Santos, João Paulo Souza Santos, Alex de Oliveira Santos, Janderson Luís Silva de Oliveira e Rafael Assis Amaro Nascimento, identificados pela polícia como responsáveis pela execução de tio e sobrinho.
Por ocultação de cadáver, o MP-BA denunciou Michel da Silva Lins e Ellyjorge Santos Lima.
Dor da Família
No dia do crime, Elaine Costa recebeu fotos do filho morto dentro do carro. A mãe de Yan Barros, de 19 anos, Elaine Costa contou que ficou abalada e que a família ainda está muito triste com o que aconteceu. No entanto, disse que se sente contente com o andamento do caso.
“A Justiça está sendo feita, graças a Deus. Onde ele estiver agora, ele está vendo que eu estou correndo atrás de Justiça por isso que fizeram com ele”, disse Elaine.
Mãe solo de quatro filhos e autônoma, Elaine disse que Yan era o filho mais apegado a ela e que ele tinha o sonho de ser youtuber para ajudar a mãe.
“Ele dizia: “Não se preocupe não, minha mãe. Eu vou virar youtuber e dar uma vida melhor para a senhora […] Nunca imaginaria ter perdido ele dessa forma”, relembra a mãe.
Quatro dias depois do crime, a familía de Bruno e Yan Barros organizou uma manifestação em frente ao supermercado, localizado no bairro de Fazenda Coutos. A mãe de Bruno, Dionésia Pereira, passou mal e, aos prantos, questionou a morte do filho.
“Matar meu filho, o que foi que meu filho fez? Meu filho morreu com fome porque não teve coragem de me pedir comida”, desabafou a mãe ao G1 Bahia.
Ministério Público divulga imagens de tio e sobrinho entregues a traficantes para morrer
Tirullipa defende segunda chance a DJ Ivis e é criticado na
internet
Humorista cearense afirmou que músico vai "voltar
transformado" e que é preciso dar segunda chance; Ivis está preso por
agressões contra a esposa desde a quarta-feira, 14
BEMFICA DE OLIVA
11:15 | 17/07/2021
Humorista Tirullipa pediu segunda chance a DJ Ivis, preso por violência doméstica (Foto: Divulgação)
O humorista Tirullipa está sendo criticado nas redes sociais
após gravar vídeo em defesa de Iverson de Souza Araújo, o DJ Ivis. O músico foi
preso na quarta-feira, 14, acusado de violência doméstica contra a esposa.
DJ Ivis gravou vídeo pedindo perdão pouco antes de ser
preso; assista
Na gravação, o cearense diz que Ivis vai "voltar
transformado" e que o músico deve receber "outra oportunidade".
"Tem que perdoar, o mundo é do perdão", concluiu. Assista ao vídeo
clicando aqui.
O humorista pontuou que Ivis deveria ser desculpado pelas
agressões pois deve-se fazer "o que Jesus fez". O teólogo Leonardo
Boff respondeu ao vídeo dizendo que Jesus "sempre estava do lado da
vítima, no caso, da mulher que foi espancada".
Entenda o porquê de o DJ Ivis não responder pela Lei Maria
da Penha de imediato
DJ Ivis: o que se sabe sobre as acusações de agressão
A deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS) afirmou que
Tirullipa deveria usar seu alcance para incentivar que mulheres denunciem
violências sofridas. "Já parou para pensar que mulheres que morrem
diariamente queriam uma segunda chance também?", completou.
O cantor Tico Santa Cruz disse que o humorista estava
"tomando dor de espancador de mulher". A cantora Pocah pontuou que já
teve posições similares às de Tirullipa, mesmo sendo vítima de violência
doméstica, mas que "a chance de um agressor é ainda estar vivo e pagar
pelo que causou".
O Caso DJ Ivis
O caso de DJ Ivis ganhou repercussão no último domingo, 11,
quando a esposa do músico divulgou em suas redes sociais vídeo em que era
agredida pelo artista. As imagens foram gravadas no começo de julho.
A influencer Pamella Holanda, que tem uma filha com Ivis,
sofreu violência na frente da criança, de apenas nove meses, e de funcionários
do artista, que não intervieram na agressão. Ela registrou Boletim de
Ocorrência (BO) contra o músico e obteve medida protetiva que o proibia de se
aproximar dela e da filha.
Após grande repercussão, que incluiu artistas condenando a
ação de Ivis, demissão da empresa que gerenciava sua carreira e músicas sendo
retiradas de rádios e plataformas de streaming, o músico foi preso na
quarta-feira, 14. Na sexta-feira, 16, ele foi transferido para uma
penitenciária em Aquiraz.
Violência contra a mulher - o que é e como denunciar?
A violência doméstica e familiar constitui uma das formas de
violação dos direitos humanos em todo o mundo. No Brasil, a Lei 11.340,
conhecida como Lei Maria da Penha, caracteriza e enquadra na lei cinco tipos de
violência contra a mulher: física, psicológica, moral, sexual e patrimonial.
Entenda as violências:
Violência física: espancamento, tortura, lesões com objetos
cortantes ou perfurantes ou atirar objetos, sacudir ou apertar os braços
Psicológica: ameaças, humilhação, isolamento (proibição de
estudar ou falar com amigos)
Sexual: obrigar a mulher a fazer atos sexuais, forçar
matrimônio, gravidez ou prostituição, estupro.
Patrimonial: deixar de pagar pensão alimentícia, controlar o
dinheiro, estelionato
Moral: críticas mentirosas, expor a vida íntima, rebaixar a
mulher por meio de xingamentos sobre sua índole, desvalorizar a vítima pelo seu
modo de se vestir
A Lei 13.104/15 enquadrou a Lei do Feminícidio - o
assassinato de mulheres apenas pelo fato dela ser uma mulher. O feminicídio é,
por muitas vezes, o triste final de um ciclo de violência sofrido por uma
mulher - por isso, as violências devem ser denunciadas logo quando ocorrem. A
lei considera que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve
violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de
mulher.
LEIA MAIS | Veja como denunciar violência doméstica durante
a pandemia
Veja como buscar ajuda:
Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180
Delegacia de Defesa da Mulher de Fortaleza (DDM-FOR)
Rua Teles de Souza, s/n - Couto Fernandes
Contatos: (85) 3108- 2950 / 3108-2952
Delegacia de Defesa da Mulher de Caucaia (DDM-C)
Rua Porcina Leite, 113 - Parque Soledade
Contato: (85) 3101-7926
Delegacia de Defesa da Mulher de Maracanaú (DDM-M)
Rua Padre José Holanda do Vale, 1961 (Altos) - Piratininga
Contato: 3371-7835
Delegacia de Defesa da Mulher de Pacatuba (DDM-PAC)
Rua Marginal Nordeste, 836 - Jereissati III
Contatos: 3384-5820 / 3384-4203
Delegacia de Defesa da Mulher do Crato (DDM-CR)
Rua Coronel Secundo, 216 - Pimenta
Contato: (88) 3102-1250
Delegacia de Defesa da Mulher de Icó (DDM-ICÓ)
Rua Padre José Alves de Macêdo, 963 - Loteamento José
Barreto
Contato: (88) 3561-5551
Delegacia de Defesa da Mulher de Iguatu (DDM-I)
Rua Monsenhor Coelho, s/n - Centro
Contato: (88) 3581-9454
Delegacia de Defesa da Mulher de Juazeiro do Norte (DDM-JN)
Rua Joaquim Mansinho, s/n - Santa Teresa
Contato: (88) 3102-1102
Delegacia de Defesa da Mulher de Sobral (DDM-S)
Av. Lúcia Sabóia, 358 - Centro
Contato: (88) 3677-4282
Delegacia de Defesa da Mulher de Quixadá (DDM-Q)
Rua Jesus Maria José, 2255 - Jardim dos Monólitos
Contato: (88) 3412-8082
Casa da Mulher Brasileira
A Casa da Mulher Brasileira é referência no Ceará no apoio e
assistência social, psicológica, jurídica e econômica às mulheres em situação
de violência. Gerida pelo Estado, o equipamento acolhe e oferece novas
perspectivas a mulheres em situação de violência por meio de suporte
humanizado, com foco na capacitação profissional e no empoderamento feminino.
Telefones para informações e denúncias:
Recepção: (85) 3108.2992 / 3108.2931 – Plantão 24h
Delegacia de Defesa da Mulher: (85) 3108.2950 – Plantão 24h,
sete dias por semana
Centro Estadual de Referência e Apoio à Mulher: (85)
3108.2966 - segunda a quinta, 8h às 17h
Defensoria Pública: (85) 3108.2986 / segunda a sexta, 8h às
17h
Ministério Público: (85) 3108. 2940 / 3108.2941, segunda a
sexta , 8h às 16h
Juizado: (85) 3108.2971 – segunda a sexta, 8h às 17h
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