segunda-feira, 12 de julho de 2021

MRV, Tim, Magalu: Veja empresas que deixaram programa de Sikêra Jr....

O apresentador Sikêra Jr., da RedeTV - Reprodução/RedeTV!

O apresentador Sikêra Jr., da RedeTVImagem: Reprodução/RedeTV!

Imagem: Reprodução/RedeTV!

Colaboração para o UOL, em São Paulo

29/06/2021 15h01Atualizada em 30/06/2021 10h48

MRV, Tim, HapVida, Magazine Luiza, Nivea e Ford anunciaram que deixarão de patrocinar o programa e outros canais de comunicação do apresentador Sikêra Jr., da RedeTV.

Sikêra é acusado de homofobia depois de criticar, no ar, uma campanha da rede Burger King. No comercial, crianças dão seu ponto de vista sobre homossexualidade, ao lado dos seus pais.

"Vocês são nojentos. A gente está calado, engolindo essa raça desgraçada, mas vai chegar um momento que vamos ter que fazer um barulho maior. Deixa a criança crescer, brincar, descobrir por ela mesma. O comercial é podre, nojento", disse Sikêra.

As empresas anunciaram que deixarão de patrocinar o programa depois de serem questionadas pelo perfil Sleeping Giants Brasil, movimento que luta contra o financiamento do discurso de ódio, nas redes sociais.

Caixa, Ultrafarma e Americanas são algumas das empresas que também foram questionadas pelo perfil, mas não se manifestaram até agora.

A hashtag #DesmonetizaSikera chegou a ficar em primeiro lugar entre os assuntos mais comentados no Twitter ontem.

Marcas desembarcam do programa

Entre as marcas que já avisaram que não patrocinarão o programa nem farão anúncios nas redes sociais do apresentador, estão MRV, Tim, HapVida, Nivea, Ford e Magazine Luiza.

A MRV afirmou que "acredita na diversidade e não compactua com qualquer forma de preconceito. O programa Alerta Amazônia/Nacional já não faz mais parte dos nossos planos de mídia".

O Magazine Luiza informou nas redes sociais que não anunciará mais no programa: "O Magalu é contra qualquer forma de LGBTfobia e nunca admitiremos isso. Não patrocinamos o programa, mas havia anúncios sendo exibidos de forma automática pelo YouTube no canal. Eles já foram bloqueados e não serão mais exibidos".

A operadora Tim disse que realizou a suspensão da veiculação de comerciais na semana passada e que "não está ligada a movimentos nem compactua com disseminação de notícias falsas e discursos de ódio".

A HapVida declarou que não apoia "forma alguma de preconceito, seja social, de credo, raça, gênero ou orientação sexual" e que suspendeu, "no momento", o patrocínio ao programa Alerta Amazonas/Alerta Nacional.

No Twitter, a Nivea disse que "não compactua com a propagação de fake news e de discursos de ódio" e que já providenciou a suspensão do anúncio, assim como o bloqueio do canal.

A Ford, por sua vez, afirmou que "defende e valoriza a diversidade e reforça o compromisso com a comunidade LGBTQIA+". Além disso, "agradece o alerta" e diz que a campanha questionada foi veiculada por um dos parceiros regionais da empresa e já foi encerrada.

As redes sociais de Sikêra Jr., além do canal do apresentador no YouTube, usam um tipo de sistema muito comum em quase todos os sites, chamado "mídia programática".

A ferramenta permite que empresas veiculem seus anúncios a partir dos dados dos usuários. Os donos dos canais, assim, recebem por visualizações e cliques em anúncios exibidos em suas páginas.

MPF entra com ação contra apresentador

O Ministério Público Federal do Rio Grande do Sul entrou com uma ação civil pública contra Sikêra Jr. e a RedeTV por causa dos comentários do apresentador. O órgão pede que eles paguem uma indenização de R$ 10 milhões.

Segundo a ação, o apresentador "estimula a violência, caracterizando discurso de ódio e menosprezo pelo ordenamento jurídico e pelas instituições".

Ao colunista Ricardo Feltrin, do UOL, a RedeTV afirmou que "não tem ciência deste processo", e que "não comenta processos judiciais em andamento".

 Errata: o texto foi atualizado
A hashtag que chegou a ficar em primeiro lugar entre os assuntos mais comentados no Twitter é #DesmonetizaSikera. A matéria foi corrigida.

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