quarta-feira, 17 de março de 2021

Felipe Neto é intimado a depor por chamar Bolsonaro de 'genocida'...

 Felipe Neto em vídeo no YouTube, de camiseta preta

Felipe Neto em vídeo no YouTube; influenciador foi intimado a depor por chamar Jair Bolsonaro de 'genocida'

REDAÇÃO

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Publicado em 15/3/2021 - 20h34

Felipe Neto foi intimado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro a depor por suposto crime previsto na Lei de Segurança Nacional (LSN), instrumento legal remanescente do período da Ditadura Militar (1964-1985) que voltou a ser utilizado nos últimos meses. O youtuber afirmou que recebeu a intimação porque chamou recentemente o presidente Jair Bolsonaro de "genocida", acusação referente às ações do Governo Federal na pandemia do novo coronavírus. Neto também responderá por calúnia com base no Código Penal.

O youtuber compartilhou em suas redes sociais nesta segunda-feira (15) uma imagem de parte do mandado de intimação enviado pela Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI). No documento, aparece o nome do delegado Pablo Dacosta Sartori, responsável pela ação.

"Trouxeram intimação para que eu compareça e responda por crime contra segurança nacional porque chamei Jair Bolsonaro de genocida", escreveu o influenciador". Último instrumento legal da ditadura, a LSN foi retirada do ostracismo por Bolsonaro e, curiosamente, também chegou a ser usada contra o bolsonarismo, como na ordem de prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), emitida em fevereiro pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

O delegado Sartori é o mesmo que havia indiciado o influenciador digital em novembro do ano passado por supostamente divulgar conteúdos impróprios para menores em seu canal no YouTube, voltado a adolescentes, sem limitar a classificação etária. O caso foi arquivado após Felipe assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público do Rio de Janeiro, em que se comprometeu a fazer ajustes em seu conteúdo.

Ao Notícias da TV, a Polícia Civil informou que a intimação ocorreu após "o vereador Carlos Bolsonaro protocolar uma petição comunicando crime contra segurança nacional em que o presidente Jair Bolsonaro seria vítima". Também disse que "o caso será encaminhado à Justiça" após Felipe dar seu depoimento. 

O youtuber, que constantemente é vítima de fake news e ataques da família Bolsonaro e seus apoiadores, classificou o caso como "clara tentativa de silenciamento por intimidação" e reforçou que não teme o vereador carioca, que na semana passada entrou com uma queixa-crime contra Felipe e a atriz Bruna Marquezine "por supostos crimes contra o presidente da República".

"Já disse e repito: um governo deve temer seu povo, nunca o contrário. Carlos Bolsonaro, você não me assusta com seu autoritarismo. Não vai me calar. Ninguém será silenciado à força nesse país por criticar seu pai, Carluxo", declarou.

"Minha atribuição do termo 'genocida' ao presidente se dá pela sua nítida ausência de política de saúde pública no meio da pandemia, o que contribuiu diretamente para milhares de mortes de brasileiros. Uma crítica política não pode ser silenciada jamais", completou o produtor de conteúdo.

Em comunicado, a assessoria do influenciador afirmou que a "equipe jurídica está ciente do ocorrido e já está adotando todas as medidas cabíveis para cessar mais uma tentativa de silenciamento, fruto de uma clara perseguição de extrema-direita, obviamente desesperada pela ascendente perda de popularidade".

A reportagem tentou contato com a assessoria do vereador Carlos Bolsonaro, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.

Veja as publicações de Felipe Neto:


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