Sônia Guajajara, primeira candidata indígena à vice-presidência do Brasil, utilizou as redes sociais para denunciar que grupos armados invadiram terras e torturaram indígenas no Mato Grosso do Sul.
“O grupo armado da Fazenda Querência, município de Aral Moreira-MS, com mãos armadas cercaram e renderam os indígenas, agrediram e submeteram à tortura, lançando vários tiros perto dos ouvidos, deixando-os surdo”, afirmou Guajajara em publicação no Instagram na última terça-feira (16).
“Pedimos justiça e punição aos assassinos e mandantes”, conclui.
Leia íntegra do texto abaixo:
Comunicamos que à noite do dia 16 março de 2021, o grupo armado da Fazenda Querencia, município de Aral Moreira-MS, com mãos armadas cercaram e renderam os indígenas, agrediram e submeteram à tortura, lançando vários tiros perto dos ouvidos, deixando-os surdos. Os indígenas torturados e bem ensanguentados conseguiram escapar e correr do local torturadores. A vítima conta que desceram da caminhonete com revólver nas mãos dando tiros e falaram: “vocês vão morrer hoje”. Esse fato ocorreu na estrada em frente da Fazenda Querencia, proprietário envolvido no assassinato e ocultação de cadáver de caciques Nisio Gomes em novembro de 2011. Os indígenas rendidos e torturados são da terra em litígio Guaiviry onde foi assassinado o cacique Nisio Gomes. Até hoje não foi encontrado o cadáver do caciques Nisio Gomes. O fato de tortura promovido pelos fazendeiros foi denunciado ao MPF de Ponta Porã. Pedimos com urgência a investigação da Polícia Federal. Tendo em vista que o grupo armado das fazendas estão ameaçando a atacar os indígenas. Já recomeçou a ocorrer ataque armados aos indígenas de Guaiviry. Há risco iminente de ocorrer ataque às famílias indígenas Guarani e Kaiowa. Já comunicamos ao MPF para tomar providências cabíveis ao fato de tortura feita pelos fazendeiros. Pedimos justiça e punição aos assassinos e mandantes.
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