segunda-feira, 22 de março de 2021

COVID-19: MPMG apura tratamento precoce usado em São Lourenço

 Prefeito da cidade, Walter José Lessa afirmou que zerou internações no município com combinações de medicamentos sem comprovação científica

Prefeito Lessa defende tratamento precoce contra a COVID-19

(foto: Reprodução Internet)
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) vai investigar o tratamento precoce contra a COVID-19 que está sendo utilizado em São Lourenço, no Sul de Minas. Vídeo do prefeito da cidade, Walter José Lessa, explicando o procedimento e afirmando que zerou internações repercutiu nas redes sociais.
O caso ganhou repercussão depois que o prefeito da cidade, Walter José Lessa, gravou um vídeo explicando o procedimento que não tem comprovação científica. O prefeito afirmou que a combinação dos medicamentos: azitromicina, ivermectina, dexatametazona, zinco e vitamina D zerou internações de moradores do município. Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro comemoraram e apoiaram a ação.

 

“Deixar as pessoas morrerem sem fazer nada ou começar o tratamento tardiamente, então, nós instituímos um protocolo. Eu percebi que esses pacientes estavam evoluindo muito mal até começar o tratamento de fato”, afirmou prefeito.



Vereador de Uberlândia aparece junto com Lessa para falar do tratamento precoce
(foto: Reprodução Internet)
O prefeito também apareceu em um vídeo publicado pelo vereador Cristiano Caporezzo, de Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Lessa falou do tratamento que vem sendo aplicado no começo da síndrome gripal, antes de testar positivo, para evitar a evolução da doença.

 

“Esse foi o grande diferencial, o tratamento precoce deve ser instituído para evitar as complicações que levam o paciente à ala da COVID-19, em seguida UTI, com desfecho às vezes fatal", afirmou prefeito em vídeo publicado nas redes sociais.

 

Mesmo com o resultado positivo apontado pelo prefeito, a cidade está com ocupação máxima dos leitos de UTI e aderiu à onda roxa, fase mais restritiva do Programa Minas Consciente. Mas segundo a prefeitura, os casos são de pessoas da região e não de moradores da cidade.

De acordo com o último boletim municipal divulgado, São Lourenço tem 2.611 pessoas infectadas pela COVID-19, 50 mortes em decorrência da doença e três moradores suspeitos na UTI. Além disso, são 21 pacientes da região na UTI.

 

Investigação

 

MPMG vai investigar denúncias de tratamento precoce(foto: Reprodução documento)
Com toda essa repercussão, o Ministério Público abriu um procedimento para apurar as denúncias recebidas do tratamento precoce que vem sendo aplicado na cidade contra o novo coronavírus. O documento foi assinado pelo promotor de justiça, Pedro Paulo Barreiros Aina.

 

Na sequência, o prefeito Lessa gravou um novo vídeo afirmando os benefícios do procedimento.

 

“Desde que começou a ser aplicado, deu o seguinte resultado: dentre os moradores de São Lourenço, submetidos ao método do dia 3 a 20 de março de 2021, ninguém deu entrada na UTI com confirmação de COVID-19. E de 22 de fevereiro até hoje, 20 de março, não tivemos nenhuma morte entre as pessoas que tiveram o método aplicado. São 17 dias sem ocupar a UTI e 27 dias sem nenhuma morte entre as pessoas que passaram pelo nosso método. Isso é o que importante, isso é o que aconteceu e o que eu quero compartilhar com todo o Brasil, fico à disposição para ajudar, no que for possível, a prestar mais informações para ajudar a salvar vidas”, ressalta prefeito.

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