quinta-feira, 18 de março de 2021

Zema: 'não há mais médicos no Brasil para chamar'

 Governador diz que está preocupado com um possível colapso no sistema de saúde do estado

Cerca de 80 cidades mineiras entram na onda roxa, estado mais rigoroso do programa Minas Consciente
(foto: D.A.Press)

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou, nesta quarta-feira (3/3), que não há mais profissionais de saúde disponíveis para a contração no Brasil para trabalhar na linha de frente contra a COVID-19. A fala foi durante anúncio de medidas mais restritivas para as regiões do Triângulo Norte e do Noroeste de Minas Gerais.
“Mas agora nós chegamos em um ponto no Brasil que não há mais médicos. Inclusive, já fizemos chamamento, mas não há mais profissionais de saúde”, afirmou o governador.
 
 
Zema completou que não será possível uma eventual ampliação de leitos em razão da escassez de profissionais. "Chegamos num ponto em que não há mais médicos disponíveis para atender qualquer ampliação de UTIs (Unidade de Tratamento Intensivo). E quem trabalha na saúde está em momento de exaustão, já que estamos há um ano com esses profissionais trabalhando em sobrecarga”, explicou.
 
Nesta quarta-feira, o governo do estado anunciou a criação da onda roxa do programa Minas Consciente, que endurece as medidas de combate ao novo coronavírus. Cerca de 80 cidades nas regiões Noroeste e Triângulo Norte aderiram ao protocolo. 
 
Durante o anúncio, o governador mostrou preocupação com o sistema de saúde do estado: “Temos visto que em algumas regiões, caso a curva permaneça, teremos colapso no sistema de saúde. E não podemos perder o controle. Deixar ocorrer em Minas o que vimos com tristeza em outros locais. Tudo o que podia ser feito foi feito”.
 
Nesta quarta-feira, Minas registrou 6.565 infectados e 227 óbitos nas últimas 24 horas, conforme o último balanço da Secretaria de Estado de Saúde. O número de óbitos foi o segundo maior desde o início da pandemia, perdendo apenas para o dia 10 de fevereiro (243). O estado continua com percentual abaixo de 80% em ocupação das UTIs. 

Entenda a onda roxa:

 
*Estagiária sob supervisão do subeditor Eduardo Oliveira  

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Manifestantes presos por faixa ‘Bolsonaro genocida’ em protesto são liberados

Cinco pessoas foram presas sob o argumento de infringirem a Lei de Segurança Nacional

 Por Redação RBA

Publicado 18/03/2021 - 17h00

 

Entre os detidos, estão os responsáveis pelo canal do YouTube Botando Pilha, entre eles o criador do site, o ativista Rodrigo Pilha

  

São Paulo – Cinco manifestantes foram presos pela Polícia Militar do Distrito Federal por abrirem uma faixa com a frase “Bolsonaro genocida” na Esplanada dos Ministérios, na manhã desta quinta-feira (18). A faixa continha ainda uma suástica nazista. Segundo a polícia, eles foram levados por infringir a Lei de Segurança Nacional (LSN). Entre os detidos, estão os responsáveis pelo canal do YouTube Botando Pilha, inclusive o criador do site, o ativista Rodrigo Pilha. Erico Grassi, irmão de Rodrigo, disse que os manifestantes foram levados por policiais militares à Superintendência da PF. Todos foram liberados posteriormente.

  

Ao chegarem ao local, tiveram apoio de parlamentares do PT. “Estamos num Estado de exceção já. Precisamos ficar atentos e alertas, sem ninguém soltando a mão de ninguém”, lamentou Erico. Os deputados federais Alencar Santana (PT-SP), Paulo Pimenta (PT-RS), Natalia Bonavides (PT-RN) e Gleisi Hoffmann (PT-PR) acompanharam as prisões e protestaram diante do prédio da PF com os dizeres “Bolsonaro Genocida”. Natalia Bonavides disse que a Polícia Federal está usando a LSN “para perseguir e prender opositores e manifestantes do presidente Jair Bolsonaro”.



Bolsonaro genocida

Alencar Santana (PT-SP), Natalia Bonavides (PT-RN), Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Paulo Pimenta (PT-RS) protestam em frente à PF com cartazes de “Bolsonaro Genocida” (Reprodução)


LSN usada contra opositores


Horas depois, outros dois militantes foram presos por entrar no prédio também com cartazes de “Bolsonaro Genocida”. “O que está acontecendo é que vocês vão ter de prender todo mundo (que exibir cartazes com “Bolsonaro Genocida”)”, disse Paulo Pimenta, que só não foi detido por ter imunidade parlamentar, embora tenha dito ao agente da PF que abririam mão dela.

 

  

“Está virando moda”, disse Gleisi Hoffmann. “Se nós não pararmos com isso agora, vão ser crescentes atitudes como estas”, disse a presidenta do PT. Ela mencionou o caso de Felipe Neto, intimado pela Polícia Civil do Rio a depor, também por “crime” contra a LSN, após queixa de Carlos Bolsonaro, o filho 02 do presidente. Nesta quinta, a juíza Gisele Guida, da 38ª Vara Criminal do Rio, suspendeu a investigação.

 

Redigida durante a ditadura e duas vezes modificada, a LSN segue em vigor até hoje, e havia sido pontualmente utilizada desde a redemocratização. No entanto, a partir de 2020, a lei começou a ser evocada com uma constância que até então não havia sido observada. Declarações que associam o governo Bolsonaro a um ‘genocídio’ também motivaram reações contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes e o ilustrador Renato Aroeira.

 

O professor de Direito da Universidade de São Paulo (USP) Conrado Hubner classificou a ação como “milicartismo”, numa referência ao regime de repressão a comunistas que vigorou nos Estados Unidos, nos anos 1950, auge da Guerra Fria. “Militantes do PT são presos por faixa contra Bolsonaro e enquadrados na Lei de Segurança Nacional. Está nas mãos de Gilmar Mendes, na ADPF 799, interromper essa violência diária. Um genocida está presidente”, disse, citando a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental que questiona a constitucionalidade da LSN.


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