quinta-feira, 9 de maio de 2024

Chuva no RS: mesmo após abertura de investigação, governador de SC posta fake news sobre a tragédia

Em vídeo publicado em suas redes sociais, Jorginho Mello afirma que caminhões com doações são multados nas estradas por excesso de carga e evasão de pedágio

Por Rafaela Gama* — Rio de Janeiro

 

O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL-S), publicou um vídeo em que afirma que caminhões de suprimentos advindos do seu estado com destino ao Rio Grande do Sul foram barrados e multados em postos de fiscalização nas estradas. No post desta quarta-feira, o político apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro classificou o episódio como "vergonhoso". A informação, no entanto, foi desmentida ontem pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

Por conta de alegações parecidas, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG) e o influenciador Pablo Marçal foram incluídos em uma lista de propagadores de "fake news", enviada pelo Palácio do Planalto para o Ministério da Justiça e da Segurança Pública.

  • Em vídeo postado no Instagram e no X (antigo Twitter), o governador aparece ao lado de um servidor da Defesa Civil de Florianópolis que teria sido parado em um dos pontos de pesagem de veículos na estrada. De acordo com o governador bolsonarista, o agente público foi multado duas vezes nessa ocasião, sendo a primeira por excesso de mercadoria e a segunda por não ter aceitado pagar o valor cobrado pelo pedágio, antes de poder prosseguir até o seu destino final.

"Quero fazer essa manifestação: a ANTT precisa revisar urgentemente os seus procedimentos. Não é fake news, é um absurdo o que está ocorrendo. Acho que a pessoa tem que ter discernimento, quem está nesses postos, para ver como isso aconteceu", diz Jorginho no vídeo.

Em nota publicada ontem, a ANTT negou reter veículos de carga nas vias de acesso ao estado gaúcho durante o período da tragédia. O órgão também esclareceu que os caminhões que transitam nas rodovias que acessam o estado passam por um procedimento simplificado de fiscalização e são liberados para seguir viagem. A agência também afirmou que não há solicitação de nota fiscal e nem aplicação de multas sobre veículos que transportam doações.

Investigações por fake news sobre o Rio Grande do Sul

Em publicações semelhantes feitas em nas redes sociais, o influenciador Pablo Marçal teria alegado anteriormente que a Secretaria da Fazenda do Rio Grande do Sul estava barrando os caminhões de doação, impedindo a distribuição de comida e marmitas. A mesma informação foi repetida pelo senador Cleitinho Azevedo. Já o deputado federal Eduardo Bolsonaro criticou a ajuda do governo federal ao RS, ao mencionar que os reforços teriam demorado quatro dias para chegar até a região.

Os nomes desses políticos e do influenciador foram incluídos em uma lista de responsáveis por postagens apontadas pelo Palácio do Planalto como "fake news". Após identificar os conteúdos falsos, o governo enviou um ofício ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, com um pedido de investigação sobre possíveis "crimes" cometidos pelos autores. Nesta quarta-feira, a Polícia Federal instaurou inquérito para investigar o caso.

De acordo com a colunista Bela Megale, a Advocacia-Geral da União (AGU) também teria apresentado uma ação judicial para ter o direito de resposta diante de publicações falsas feitas por Pablo Marçal sobre as enchentes.

*Estagiária sob supervisão de Cibelle Brito

https://oglobo.globo.com/blogs/sonar-a-escuta-das-redes/post/2024/05/chuva-no-rs-mesmo-apos-abertura-de-investigacao-governador-de-sc-posta-fake-news-sobre-a-tragedia.ghtml

                                                               


                                   

Por isso, no dia 30, VOTE 2 2 22 Presidente BOLSONARO 22 Governador JORGINHO MELLO #JorginhoMello #FechadoComBolsonaro
Facebook · Jorginho Mello · 29 de out. de 2022




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