segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

Youtuber bolsonarista é condenado por associar CoronaVac à homossexualidade



Publicado em: 28/01/2022 18:30

 O youtuber conservador e bolsonarista Marcelo Frazão, de 54 anos, foi condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo pelo crime de homofobia, após gravar um áudio afirmando que o imunizante CoronaVac "poderia alterar o código genético" e causar "síndromes graves" como "câncer" e "homossexualismo".

                                                                 


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O áudio viralizou em redes como WhatsApp e Facebook em outubro de 2020. Na gravação, Frazão ainda afirma que a vacina é uma "pauta comunista que tem como objetivo reduzir a população mundial" e que "as pessoas que a tomarem vão passar a ter problemas gravíssimos de saúde".

"Os filhos e os netos vão ter problemas graves porque ela (a vacina) vai alterar o código genético", diz o bolsonarista em áudio. "Quando seu filho for ter o filho dele, ele vai nascer com problema. O menino pode deixar de ser menino, vai virar menina. A menina deixa de ser menina e vira menino."

O autor da fake news pegou 2 anos e 4 meses de reclusão em regime inicial aberto, entretanto, a pena foi substituída por prestação de serviços à comunidade, sendo uma hora de tarefa por dia de condenação.

O TJSP ainda o condenou ao pagamento de indenização por dano moral coletivo de 50 salários mínimos, o equivalente a R$ 60,6 mil. O acusado ainda pode recorrer.


                                                       



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Afirmação homofóbica e transfóbica, diz MP
O Ministério Público argumentou, na denúncia à Justiça, que Frazão "agiu de forma claramente preconceituosa". "O comportamento sexual, a orientação sexual e a identidade de gênero não são doenças e não podem ser provocadas por medicamentos ou cargas virais", declarou o promotor Willian Daniel Inácio.

O promotor reforçou, ainda, que "as mensagens de áudio e texto divulgadas pelo denunciado são homofóbicas e transfóbicas, revelando aversão odiosa à orientação sexual e à identidade de gênero de número indeterminado de pessoas, ao compará-las a doenças e ao sugerir sua ligação com questões genéticas".

Em defesa, o youtuber disse que não é homofóbico e que a fala foi "retirada do contexto", já que, segundo ele, corresponde a parte de uma suposta aula de genética. O condenado disse que não considera homossexualidade uma patologia, mas que só existem os sexos feminino e masculino.

Entretanto, no interrogatório, o bolsonarista disse não acreditar na existência da covid-19 e nem na vacina para a doença. "Ambos são assuntos políticos." Para Frazão, "a vacina é um crime contra a humanidade".

Com 170 mil inscritos, o canal no Youtube de Marcelo Frazão foi banido da plataforma.

https://www.diariodepernambuco.com.br/noticia/brasil/2022/01/youtuber-bolsonarista-e-condenado-por-associar-coronavac-a-homossexual.html

                                                          


Gabigol após racismo em jogo contra o Fluminense: ‘Orgulho da minha raça’

Durante o clássico Fla x Flu do domingo, circulou pelas redes sociais um vídeo em que a torcida rival recebe o atacante do Flamengo aos gritos de ‘macaco’. Família do jogador se manifestou: ‘inadmissível’

JG

Jéssica Gotlib

postado em 07/02/2022 10:57

"Jamais vou me calar, é inadmissível que passemos por isso!! Orgulho da minha raça, orgulho da minha cor", defendeu-se o atacante - (crédito: Marcelo Endelli/AFP/POOL)

Mesmo com a bola em campo, o futebol foi deixado de lado no clássico carioca entre Flamengo e Fluminense do último domingo (6/2) para dar lugar ao racismo. É que circula pelas redes sociais um vídeo da saída para o intervalo em que a torcida do Fluminense recebe o atacante do Flamengo, Gabigol, aos gritos de macaco. As repercussões começaram ainda durante a partida com comentários feitos por famosos e anônimos na internet perguntando quais serão as consequências.

  

“É impressão minha ou chamaram o @gabigol de “Macaco”? Caso seja isso mesmo, haverá consequências maiores ou só passada de pano com notinha do Fluminense pedindo desculpas?”, indagou o humorista Antonio Tabet, uma das pessoas que compartilharam a publicação.

 camisa 21 do Flamengo foi consultado logo após a saída do jogo se havia ouvido os insultos e confirmou a informação com um tom sarcástico: “impressão?”, disse à beira do campo. Mais tarde, Gabriel Barbosa, conhecido como Gabigol, usou as redes sociais para desabafar.

 

 

“Até quando? Até quando isso vai acontecer sem punição? Jamais vou me calar, é inadmissível que passemos por isso!! Orgulho da minha raça, orgulho da minha cor!!”, escreveu o jogador ao compartilhar a nota oficial do próprio clube.

No texto, o Flamengo classifica o episódio como “lamentável” e diz que “presta total solidariedade” ao atleta. A família do jogador também usou as redes sociais para apoiá-lo. “Sim, meu filho, inadmissível!”, escreveu Valdemir Silveira, pai do atacante, no stories do Instagram em que compartilha a publicação feita por Gabigol.

  

Em outra postagem na mesma rede, ele complementa na legenda do vídeo em que Gabriel é ofendido: “Triste, muito triste, ver essas cenas com o nosso mundo tão evoluído. Deus ilumine e dê sabedoria para essas pessoas de corações tão amargurados”.

 

Punição dos envolvidos

Ofensas racistas direcionadas a uma pessoa específica são crime tipificado no Brasil como injúria racial, com base na Lei nº 2.848, de 1940. A pena é de um a três anos mais multa. No caso deste domingo, o Fluminense emitiu uma nota atenuando os fatos. “O próprio autor da divulgação do vídeo diz que teve a impressão, sem certeza, de ter ouvido as supostas ofensas”, diz o texto do clube.

 

Apesar disso, a nota diz que vai colaborar com a investigação ao buscar as imagens do estádio e auxiliar “na identificação de eventual autoria”. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) não se manifestou sobre o caso. A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FFERJ), responsável pelo Campeonato Carioca, pelo qual a partida era válida, divulgou nota.

 

“A FFERJ prega a igualdade, o respeito e lamenta e repudia as ofensas dirigidas ao atleta Gabriel Barbosa, do Flamengo. A competência para avaliar o caso é do Tribunal de Justiça Desportiva-RJ”, diz o texto da entidade. Ainda não há manifestação da Justiça Desportiva do Rio sobre as investigações. Em caso de denúncia, o Fluminense pode ser punido a jogar com os portões fechados, sem torcida, nos próximos jogos.

https://www.correiobraziliense.com.br/esportes/2022/02/4983279-gabigol-apos-racismo-em-jogo-contra-o-fluminense-orgulho-da-minha-raca.html

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