A medida se deve a preocupações diante do quadro da crise sanitária e a variante brasileira da covid-19
Por Cláudia Motta, para a RBA
Publicado 13/04/2021 - 18h11
Existem ainda outras 59 nações com restrições específicas à entrada de brasileiros ou pessoas que aqui estiveram nos últimos 15 dias
São Paulo – O Brasil, epicentro da pandemia do novo coronavírus, está se tornando pária em todo o mundo. A França avisou nesta terça-feira (13) que vai interromper todos os voos com o Brasil. O motivo, anunciou o primeiro-ministro, Jean Castex, são as preocupações diante do quadro da crise sanitária e a variante brasileira da covid-19.
“Notamos que a situação está piorando e, portanto, decidimos suspender todos os voos entre o Brasil e a França até novo aviso”, disse o premiê. Assim, voos que saem daqui não poderão pousar na França. Nem sairão aviões do território francês com destino ao solo brasileiro. A França suspende voos a pedido de especialistas do país europeu, que alertavam sobre o perigo da entrada do vírus no país, informa o El País.
Levantamento feito pelo site Poder 360, a partir de dados da Associação Internacional de Transporte Aéreo, informa que o mesmo ocorre em pelo menos outros 15 destinos internacionais, das Américas, Ásia e Europa. São eles, Alemanha, Arábia Saudita, Áustria, Colômbia, Coreia do Sul, Espanha, Estados Unidos, Japão, Marrocos, Omã, Paquistão, Peru, Portugal, Reino Unido e Turquia.
Esses países não aceitam nenhum voo que saia do Brasil ou mesmo passe pelo país. Segundo esse levantamento, existem ainda outras 59 nações com restrições específicas à entrada de brasileiros ou pessoas que aqui estiveram nos últimos 15 dias.
Preocupação mundial
A reportagem do El País lembra que a França suspende voos com o Brasil porque a crise sanitária no maior país da América Latina só se agrava, em vez de melhorar, como já ocorre em outros lugares do mundo. E menciona os “seguidos recordes de mortes diárias” e os 354.617 óbitos e 13,5 milhões de casos confirmados desde o início da pandemia.
“A nova variante brasileira já se tornou fator de preocupação em outras partes do mundo, como o Canadá, que registra o maior número de casos da P1 fora do Brasil. Na França, ainda que a variante brasileira seja minoritária, os profissionais de saúde vêm alertando há alguns dias para a disseminação da cepa”, relata a reportagem.
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Prefeitos pedem ajuda à ALMG em diálogo com governo Zema por
verba para a saúde
Principais cidades de Minas querem que governo estadual
quite pelo menos metade da dívida que tem com os municípios para que ações de
enfrentamento à pandemia não sejam prejudicadas
Por PEDRO AUGUSTO FIGUEIREDO
16/04/21 - 13h56
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Daniel Sucupira
Daniel Sucupira concedeu entrevista coletiva na manhã desta
sexta-feira (16) na Assembleia Legislativa
Foto: Reprodução/TV ALMG
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Um dos líderes do Movimento 100+, o prefeito de Teófilo
Otoni, Daniel Sucupira (PT), pediu que a Assembleia Legislativa de Minas Gerais
(ALMG) ajude as prefeituras mineiras no diálogo com o governo de Romeu Zema
(Novo).
Ele se reuniu nesta sexta-feira (16) com deputados
estaduais, com o procurador geral do Ministério Público de Minas Gerais, Jarbas
Soares, e também tem reunião marcada com o prefeito de Belo Horizonte,
Alexandre Kalil (PSD).
O Movimento 100+ reúne as prefeituras com sede macro em
saúde e com mais de 100 mil habitantes em Minas Gerais, como Belo Horizonte,
Contagem, Juiz de Fora, Ubá, Ipatinga e Passos, entre outras cidades. Os
municípios que fazem parte do movimento represetam cerca de 45% da população do
Estado.
A principal reivindicação é que o governo Zema pague pelo
menos metade da dívida com os municípios na área da saúde. O débito total
chegaria a mais de R$ 3 bilhões.
Os prefeitos do movimento também cobram do Estado ações mais
efetivas para garantir o kit intubação e outros insumos hospitalares. Há ainda
queixas em relação à falta de diálogo do governo estadual com as prefeituras,
ponto em que Sucupira pediu intermediação dos parlamentares.
“A melhor forma que a Assembleia pode nos ajudar é buscando
o diálogo com o governo estadual. A proposta do Movimento 100+ é
suprapartidária, é buscar o diálogo, a conversa. A realidade de Minas Gerais
hoje é que não percebemos e não temos canais de conversa, de um diálogo claro
na condução da pandemia”, disse o prefeito de Teófilo Otoni.
Ele também destacou que quem aprova o orçamento do Executivo
é o Legislativo estadual, ou seja, indicou que os deputados podem remanejar
recursos do Executivo para que a dívida seja quitada.
Questionado sobre se a verba poderia vir do acordo com a
Vale, Daniel Sucupira acenou positivamente, mas disse que as opções ainda estão
sendo discutidas.
“Essa dívida não é do governador Romeu Zema, não é do
governador Fernando Pimentel, não é do ex-governador Anastasia, essa dívida é
do Estado de Minas Gerais. E o Estado deve assumir essa responsabilidade de
cobrir essa medida e fazer o pagamento para que os municípios tenham condição
de nesse momento tão difícil continuar trabalhando em prol do povo nesta
pandemia que assolou a vida de todos nós”, acrescentou.
Ele relatou que a verba enviada pelo governo federal no
início da pandemia acabou e que as prefeituras estão tendo que usar recursos
próprios no custeio das ações de enfrentamento à pandemia, mas que o dinheiro
também está perto do fim.
Daniel Sucupira também afirmou que há um desabastecimento de
insumos hospitalares nas cidades que integram o Movimento 100+, que por serem
referências em suas regiões, acabam recebendo pacientes de outras cidades.
“É necessário que o repasse desses insumos seja feito de
forma urgente. Já tem pessoas morrendo em Minas Gerais por não terem os
insumos, já tem pacientes entubados que estão acordando com uma situação de
saúde realmente preocupante”, declarou.
Outro ponto cobrado pelo movimento é o recebimento de mais
vacinas, que têm chegado à conta-gotas nos municípios mineiros, na avaliação do
prefeito de Teófilo Otoni.
Sucupira criticou a decisão de Zema de enviar mais vacinas
para as cidades que estiverem vacinando mais rápido seus cidadãos.
“Nós não estamos aqui pra fazer leilão na cidade que vacina
mais ou que vacina menos ou receber quantidade de vacina por conta disso. O que
nós precisamos é que as vacinas cheguem em quantidade e com a celeridade que nós
precisamos para imunizar o povo mineiro”, declarou.
Zema anuncia compra de kits intubação
Em resposta às demandas dos prefeitos, o governador Romeu
Zema (Novo) anunciou na noite de quinta-feira (15) que o governo conseguiu
comprar kits intubação, que devem chegar até este final de semana.
O anúncio foi feito ao lado do presidente da Associação
Mineira dos Municípios e prefeito de Moema, Julvan Lacerda (MDB), e da
presidente da Associação dos Municípios da Região Metropolitana (Granbel), Ilce
Rocha (PSDB). O governador não se reuniu com os prefeitos do Movimento 100+.
“Quero deixar claro que estamos fazendo tudo que é possível.
Em relação à questão mais crítica, que é o kit intubação, o Estado já conseguiu
adquirir. Os kits estão chegando até este final de semana, para que possamos
atender essa necessidade urgente dos hospitais”, afirmou o governador.
Zema disse também que vai levar ao governo federal a demanda
de recursos extras para a saúde dos municípios. Ele não mencionou diretamente a
dívida do Estado com as prefeituras, mas deixou claro que, na visão dele, o
governo de Minas não tem condições de quitar o débito neste momento.
“Precisamos que as saúdes dos municípios tenham uma verba
suplementar, porque os municípios e os estados não conseguem arcar com todas
essas despesas”, disse.
Prefeitos do interior vieram pessoalmente a Belo Horizonte
Uma comitiva com 13 prefeitos do Movimento 100+ veio à Belo
Horizonte para articular apoio à iniciativa pessoalmente. A lista completa de
quem esteve na capital não foi divulgada. Na reunião com o Ministério Público
de Minas Gerais (MPMG), apenas 10 mandatários municipais puderam participar em
razão das medidas sanitárias adotadas pela instituição.
Uma das prefeitas que estiveram na Assembleia Legislativa de
Minas Gerais foi a de Juiz de Fora, Margarida Salomão (PT). Em reunião com o
presidente do Legislativo estadual, o deputado Agostinho Patrus (PV), ela
reforçou as demandas das cidades que são polos regionais, que acabam
concentrando as demandas de atendimento de saúde de suas regiões.
“Por essa razão nós queremos que o governo do estado de
Minas nos trate como merecemos, com transferência de recursos para a saúde, com
uma definição clara de cronograma de passagem de vacinas para os municípios.
Nós não podemos continuar na insegurança de quando as vacinas vão chegar,
quantas vão chegar. Não há esquema de logística que resista à uma imprecisão
dessas", declarou.
Ela também clamou por uma ação conjunta do governo estadual
com os municípios para atender os problemas sociais enfrentados nas cidades,
mencionando ações de doações de cestas básicas para as populações mais
vulneráveis. “Nossa prioridade é defender as vidas e, para isso, é preciso uma
ação concertada das prefeituras com o governo de Minas Gerais", disse
Margarida Salomão.
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