Jacques Gosch
Divulgação
O mártir João Burnier, assassinado em Ribeirão Cascalheira, em 1976
Omártir João Burnier, assassinado em Ribeirão Cascalheira (a 890 km de Cuiabá) em 1976, foi homenageado pela delegação de Mato Grosso presente no Sínodo da Amazônia, que acontece no Vaticano, até 27 de outubro. O Papa Francisco convocou cardeais e bispos do mundo todo para discutir o cuidado com a natureza.
“Ribeirão Bonito, cruz do Padre João, Alta Cascalheira, gente do sertão, o suor e o sangue, fecundando o chão”, diz trecho da canção entoada pelos religiosos.
Jesuíta, João Burnier foi morto no dia 11 de outubro de 1976 por policiais em Ribeirão Cascalheira, na época chamada de Ribeirão Bonito. O padre estava visitando a cadeia junto a outros padres e o bispo Dom Pedro Casaldáliga, quando foi baleado ao interceder em favor de duas mulheres presas que estavam sendo torturadas.
Segundo relato histório de Dom Pedro Casaldáliga, as mulheres eram ameaçadas com um caititu bravo que poderia despedaçá-las. O assassino foi o soldado Ezy Ramalho Feitosa, que lhe deu um soco, uma coronhada e um tiro. Seu corpo permanece sepultado no seminário menor, Jesus o Bom Pastor, em Diamantino.
Com 33 anos de atraso, o Governo Federal admitiu, no início de dezembro de 2009, através do trabalho da Comissão da Verdade, que o assassinato do Padre Burnier foi provocado pela ditadura militar. O reconhecimento oficial da culpa do Estado na morte repara um erro histórico e abre caminho para a indenização dos familiares de Burnier, já considerado mártir pela Igreja Católica.
Durante o Sínodo da Amazônia, o Papa Francisco também vai canonizar a Irmã Dulce. A baiana, que se dedicou a obras de caridade em Salvador, morreu em 1992, aos 77 anos, e será a 37ª santa brasileira - a primeira nascida no Brasil.
Comitiva
A comitiva de bispos de Mato Grosso é liderada pelo Bispo da Diocese de Sinop, Dom Canísio Klaus, presidente da Regional Oeste 2. Os demais integrantes são Dom Juventino Kestering (Diocese de RondonópolisGuiratinga), Dom Derek John Christopher Byrne (Diocese de Primavera do LesteParanatinga), Dom Neri José Tondello (Diocese de Juína), Dom Vital Chitolina (Diocese de Diamantino), Dom Jacy Diniz Rocha (Diocese de São Luiz de Cáceres), Dom Protogenes José Luft (Diocese de Barra do Garças) e Dom Milton Antônio dos Santos (Arquidiocese de Cuiabá). Outros religiosos do Estado acompanham os bispos.
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