No dia 25 de março de 1911, cerca de 600 operários e operárias de uma fábrica de roupas de Nova York, nos Estados Unidos, estavam trabalhando, em pleno sábado à tarde, quando começou um incêndio no prédio.
Vítimas do incêndio na Triangle. Imagem: Franklin Delano Roosevelt Library.
O fogo na Triangle colocou a nu as péssimas condições de trabalho das costureiras e costureiros, em sua maioria mulheres e meninas imigrantes – russas, italianas, alemãs e húngaras–, que mal falavam o inglês. Havia até mesmo crianças de 12 anos de idade. Movidos pelo pânico com o fogo que se alastrava, os jovens tentaram escapar do edifício de qualquer maneira, mas as saídas de incêndio estavam trancadas por fora.
143 trabalhadores morreram, 14 homens e 129 mulheres. 49 não resistiram às queimaduras ou foram sufocados pela fumaça, 36 morreram no poço do elevador e 58 por pular do edifício. Dias depois, milhares de pessoas iriam acompanhar o funeral das vítimas ao longo da Quinta Avenida, em Nova York. Apesar dos indícios de que o incêndio fora criminoso, a Justiça absolveu os proprietários da fábrica.
Cada vez que você der uma flor para uma mulher no Dia Internacional da Mulher, lembre-se das meninas e mulheres da Triangle e de como eram as condições de trabalho no mundo antes que o socialismo as expusesse e protestasse contra elas. Cada vez que você receber uma flor no Dia Internacional da Mulher, aspire seu aroma, lembre de quantas mulheres até hoje são vítimas da exploração no trabalho, do assédio moral e dos baixos salários e reflita que, enquanto ainda for preciso um dia da mulher, este continuará a ser um dia de luta.
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Cynara Meneses é jornalista com passagens pelo principais veículos da imprensa. Mantém e edita o blog Socialista Morena onde este texto foi publicado originalmente.
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