quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

NOVA PESQUISA XP/IPESPE TRAZ APROVAÇÃO DO GOVERNO E CENÁRIO ELEITORAL PARA 2022

 08 de fevereiro de 2021 : 23h06 

A nova pesquisa XP/Ipespe é muito ruim para Bolsonaro, embora os números ainda não apontem um cenário propício ao impeachment.  O governo ainda tem 30% de ótimo e bom,  o que representa uma queda expressiva dos 39% que ele chegou a possuir em agosto e setembro.

Entretanto, o que há de mais interessante na pesquisa XP/Ipespe são os cenários de primeiro e segundo turno para as eleições de 2022.

Para o primeiro turno, temos Bolsonaro na liderança, com 28%, seguido de Sergio Moro e Haddad, com 12%, e Ciro, com 11%.

A XP/Ipespe também trouxe sete cenários de segundo turno. Bolsonaro ganha em seis, e perde de Sergio Moro. Mas tirando Moro, o candidato que tem o melhor desempenho é Ciro Gomes, que pontua 37%, empate técnico com os 39% de Bolsonaro (desvantagem de apenas 2 pontos).

Haddad pontua 36% contra 41% de Bolsonaro, uma desvantagem de 5 pontos.

Huck fica 4 pontos atrás de Bolsonaro, pontuando 33%, contra 37% de Bolsonaro.

O governador de São Paulo, João Doria, fica sete pontos atrás de Bolsonaro, com 30%, contra 37% de Bolsonaro.

Há um cenário ainda entre Sergio Moro e Haddad, onde o ex-ministro da Justiça ganha com 14 pontos de diferença (43% X 29%), o que é um péssimo sinal para o PT, em razão de Moro representar – de maneira ainda mais forte que Bolsonaro – o que se convencionou chamar de “antipetismo”.

Abaixo, outros gráficos divulgados pela XP. Eu faço alguns comentários após cada um deles.

O pessimismo da população em relação ao restante do governo Bolsonaro vem crescendo muito.  Isso vai dificultar a vida do presidente. Em meados de junho ou julho, o governo conseguiu conter essa onda de pessimismo através do Auxílio Emergencial de R$ 600 (sendo que dois membros da família podiam receber). Essa cartada não é mais possível, não apenas porque o Auxílio dificilmente voltará a ser de R$ 600, como também provavelmente não terá a mesma extensão. Além disso, já não será novidade.

A aprovação dos governadores é bastante diferente segundo a região. No Nordeste, houve melhora expressiva na aprovação, com as notas de ótimo e bom representante 44%. Ou seja, os governadores do nordeste detêm muito mais aprovação que o presidente Bolsonaro, que tem apenas 30%. As notas ruim e péssimo dos governadores do Nordeste, por sua vez, caiu para 18%.

Os governadores do Sul tem um desempenho ainda melhor, com 50% de ótimo e bom, e apenas 15% de ruim e péssimo.

Já no Sudeste, identifica-se o movimento inverso, o que é um sinal ruim para o governador João Dória. As notas ótimo e bom dos governadores do Sudeste caíram de 32% para 25%, e as de ruim e péssimo subiram de 31% para 32%.

Observe que a população não percebeu melhora expressiva da violência e criminalidade no país: 85% dos entrevistados responderam que esses dois problemas aumentaram muito, ou aumentaram ou permaneceram os mesmos. Um percentual insignificante de 1% disse que “diminuiram muito”, e apenas 12%, que diminuiram.

Outro fator negativo para o governo é o aumento da expectativa de corrupção, que subiu para 48%, o maior nível desde o início do governo. Observe a evolução do gráfico. Ele mostra um processo de erosão constante da imagem do governo Bolsonaro como aquele que iria combater efetivamente a corrupção no país.

Esse é outro gráfico desvastador para o governo. 57% dos entrevistados acham que a economia está no caminho errado.

O gráfico mostra que 58% da população não recebeu auxílio emergencial, ou seja, mesmo que este volte a ser pago (é provável que o seja, embora com valor menor), ainda haverá um largo contingente da população que não o recebe e que, portanto, espera políticas mais efetivas de geração de emprego.

Conforme previsto, o percentual de pessoas dispostas a se vacinar disparou, puxado pelo bom benso, que foi por sua vez despertado pelas imagens na TV das pessoas se vacinando. Segundo a pesquisa, o percentual das pessoas que responderam que “com certeza irão se vacinar” saltou de 69% para 77% em 30 dias.

Nos gráficos sobre a confiança nas instituições, os seguintes fatores chamam a atenção:

  • Os partidos políticos estão na lanterninha do ranking de confiança nas instituições. Segundo a pesquisa, 85% dos entrevistados NÃO confiam nos partidos políticos. São a instituição em que o povo menos confia. Isso é muito ruim para a democracia, e deveria ser motivo de profunda preocupação e reflexão para os dirigentes e estrategistas partidários.
  • A presidência da república também vai mal: 61% dos entrevistados disseram não confiar na presidência. Houve deterioração expressiva nesse índice desde abril de 2019.
  • A Câmara dos Deputados também apresenta números ruins de confiança: 80% disseram NÃO confiar na instituição.
  • As Forças Armadas, por sua vez, figuram em primeiro lugar no ranking, com 62% dos entrevistados dizendo que confiam nelas. Mas os números estão piorando, porque em abril apenas 24% diziam que não confiavam nas Forças Armadas; hoje são 31%.
  • A boa imagem das Forças Armadas também explica porque o governo Bolsonaro tem dado tanto espaço a militares; é uma tentativa, consciente ou inconsciente, de parasitar a confiança popular nessa instituição.

A tabela acima traz os números espontâneos de intenção de voto. Números espontâneos são quando o pesquisador não apresenta nenhum nome, e o entrevistado tem que responder, espontaneamente, qual seu candidato preferido.

O presidente Bolsonaro tem uma presença desproporcional, com 21% das intenções espontâneas de voto. Todos os outros candidatos são “anões”, inclusive o ex-presidente Lula, que aparece com apenas 5% das intenções espontâneas. Empatados tecnicamente com Lula, temos Haddad e Ciro, com 3 pontos, Sergio Moro, com 3 pontos. Boulos, Doria e Huck tem 1 ponto. Os outros candidatos não pontuaram.

No histórico da pesquisa estimulada, temos o seguinte quadro: a pontuação máxima de Bolsonaro foi de 30%, em setembro. Hoje tem 28%.

Moro já chegou a ter 18% em abril; hoje tem 12%.

O nome de Lula foi usado na pesquisa de janeiro a maio de 2020; em sua última aparição, o ex-presidente tinha 17%.

A partir de junho, a XP/Ipespe passa a usar o nome de Haddad, que agora aparece com 12% das intenções de voto, depois de chegar a 15% em setembro.

Ciro Gomes chegou a 12% em novembro e dezembro de 2019, depois caiu para 8% em algumas ocasiões, como em abril e novembro de 2020. Agora tem 11%.

Na tabela estratificada com avaliação do governo Bolsonaro, o que mais me chamou a atenção foi os 56% de ruim/péssimo de Bolsonaro nas periferias das grandes cidades.

MIGUEL DO ROSÁRIO

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

https://www.campograndenews.com.br/cidades/capital/garras-lacra-3-bancas-mas-4-grupos-ja-exploram-o-jogo-do-bicho-na-capital

Garras lacra 3 bancas, mas 4 grupos já exploram o jogo do bicho na Capital

Após prisão de quadrilha que comandava o esquema, grupos do RJ, BA, MG e SP tentam comandar negócio ilegal em Mato Grosso do Sul

Por Mirian Machado e Angela Kempfer | 10/02/2021 16:58

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Banca fechada nesta quarta-feira no Bairro Caiçara em Campo Grande (Divulgação)

Ao menos quatro novos grupos, organizados no Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e Minas Gerais, disputam a exploração do jogo do bicho em Campo Grande. Hoje, três bancas do esquema foram fechadas, na tentativa de colher informações para identificar os responsáveis pelo esquema que tem no histórico crimes como lavagem de dinheiro e assassinatos.

 

 

Os grupos ficaram fortes em Mato Grosso do Sul depois de prisões da operação Omertà, deflagrada em setembro de 2019, contra organização criminosa cuja chefia é atribuída ao empresário Jamil Name e ao filho dele, Jamil Name Filho.

 

Nesta quarta feira, após denúncia, o Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros) lacrou uma banca do jogo na Rua dos Arquitetos, no Bairro Caiçara e outras duas, na Moreninhas e na Vila Anahy. Três pessoas chegaram a ser encaminhadas à delegacia onde foram ouvidas e liberadas.

 

As investigações apontavam que, após a prisão dos Names, que até outubro do ano passado um grupo do Rio de Janeiro tentava comandar o jogo do bicho em ao menos duas cidades de MS, Aquidauana e São Gabriel do Oeste. Mas em pouco tempo, outras organizações passaram a explorar o jogo, inclusive, em Campo Grande.

 

Na cabeça estaria, inclusive, ex-candidato a cargo político que entrou como "sócio" de grupo da Bahia..

 

Modernizado, ao contrário dos clássicos talões, hoje os apontadores usam maquininhas para registrar as apostas, o que garante mobilidade maior dos contraventores.

 

A Operação Omertà começou há pouco mais de ano e já enquadrou cerca de 50 pessoas em crimes que vão de formação de milícia armada a tráfico de armas e assassinados.

 O jogo do bicho é contravenção penal segundo a lei brasileira. Denúncias sobre o funcionamento podem ser feitas no telefone 3357-9500, no Garras.

 *Matéria editada às 19h45 para correção de informação - CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS

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