quinta-feira, 8 de abril de 2021

Lista de empresários que ovacionaram Bolsonaro em jantar teve devedores, sonegadores e exploradores de mão de obra

Lista de empresários que ovacionaram Bolsonaro em jantar teve devedores, sonegadores e exploradores de mão de obra

Entre os bilionários convidados do presidente, que relataram à imprensa que o otimismo tomou conta do encontro. alguns acumulam processos, denúncias e dívidas gigantescas com a União

 

Por Redação RBA

Publicado 08/04/2021 - 18h07

 

Alan Santos/PR 

 

São Paulo – Para tentar reverter a erosão de sua imagem perante a elite do empresariado brasileiro, o presidente Jair Bolsonaro decidiu participar de um jantar com empresários na quarta-feira (7), em São Paulo. Ao lado de ministros como Paulo Guedes (Economia) e Marcelo Queiroga (Saúde), o presidente discutiu a política de vacinação do governo contra o coronavírus. O jantar aconteceu na mansão de Washington Cinel, dono da empresa de segurança Gocil, regado a champanhe francês Veuve Clicquot. A casa fica no Jardim América, bairro nobre da capital paulista.

seta-imagem-animada-0182

Bolsonaro é “tóxico” para empresários e próximo jantar pode ser menor, diz Thomas Traumann. Para ...
9 de abr. de 2021 · Vídeo enviado por MyNews


Convidados ouvidos pela imprensa na saída do local relataram que Bolsonaro foi ovacionado pelos empresários e que o otimismo tomou conta do evento. O presidente criticou governadores e chegou a usar o termo “vagabundos”. Um dos seus alvos foi o tucano João Doria, governador de São Paulo.

  

Bolsonaro e empresários ‘parecem não se importar’ com 341 mil mortos, diz Lula

Alguns dos convivas do ex-capitão apoiaram sua candidatura em 2018. Caso de Rubens Ometto, da Cosan, que foi o principal doador individual de Bolsonaro naquelas eleições. Mas não só. Subsidiárias Cosan já foram condenadas por desmatamento e trabalho escravo. O empresário responde a uma ação proposta pelo Ministério Público Federal (MPF) de reparação ao povo Xavante por violações de direitos humanos. Uma de suas principais empresas, a Raízen Energia, deve à União R$ 433 milhões em impostos e tributos

 seta-imagem-animada-0182

EM JANTAR COM EMPRESÁRIOSBOLSONARO PROMETE ACELERAR VACINAÇÃO. 203 views203 ...
8 de abr. de 2021 · Vídeo enviado por Rádio Bandeirantes


Outro que esteve presente foi André Esteves, dono do BTG Pactual, banco em que foi sócio do ministro da Economia, Paulo Guedes. Ele chegou a passar 23 dias preso, sob suspeita de tentar obstruir investigações da Operação Lava Jato. O banco tem faturado alto com Guedes ministro. Em julho do ano passado, o então líder do PT na Câmara, Enio Verri (PR), protocolou requerimento de informações para que Guedes esclarecesse detalhes da venda de uma carteira de créditos do Banco do Brasil a um fundo administrado pelo BTG Pactual. Foi a primeira vez que o Banco do Brasil fez uma transação dessa natureza com uma empresa fora do seu conglomerado. O impacto financeiro da operação ao banco público foi calculado em R$ 371 milhões. O caso ainda não foi esclarecido.

  seta-imagem-animada-0182

Bolsonaro xinga Doria em jantar com empresários ...

Durante a reunião com empresários na noite da última quarta-feira (7), o presidente Jair Bolsonaro (sem ...
8 de abr. de 2021

 

Sonegação e exploração

André Saraiva, dono da rede de fast food Habib’s, também estava entre os entusiasmados convidados de Bolsonaro. A empresa é alvo de inúmeras reclamações trabalhistas, já foi investigada por sonegação fiscal e precisou fazer acordos financeiros de até R$ 6,4 milhões com o Ministério Público para evitar processos judiciais.

 

No Brasil de Fato: Quem é Washington Cinel, bilionário ruralista, ex-PM e anfitrião de Bolsonaro

O convescote entre empresários e Bolsonaro teve ainda a presença de Flávio Rocha, dono da rede de roupas Riachuelo. Uma de suas fábricas foi condenada pela Justiça do Trabalho por submeter funcionários a longas jornadas em troca de salários abaixo do mínimo. O processo foi repleto de relatos de abusos físicos e psicológicos cometidos pelos gestores contra os trabalhadores. Rocha já foi foi deputado federal por dois mandatos consecutivos, de 1987 a 1995. Em 1994, foi flagrado no esquema de corrupção conhecido como Escândalo dos Bônus Eleitorais.

 

Confira a lista dos empresários presentes ao jantar com Bolsonaro:

André Esteves – CEO do banco BTG

Alberto Leite – CEO da FS Security, empresa de segurança digital

Alberto Saraiva – Fundador e CEO do Habib’s

Candido Pinheiro – Proprietário e CEO da Hapvida, especializada em planos de saúde

Paulo Skaf – Presidente da Fiesp

Ricardo Faria – Proprietário da produtora de ovos Granja Faria

Ricardo Mello Araújo – Presidente da Ceagesp

Rubens Ometto – CEO da empresa de infraestrutura e energia Cosan

Rubens Menin – Presidente da construtora MRV, proprietário da CNN Brasil e do Banco Inter

Tutinha Carvalho – Proprietário e presidente da rede Jovem Pan

Washington Cinel – Fundador e presidente da companhia de segurança privada Gocil

Carlos Sanchez – CEO da farmacéutica EMS

Claudio Lottenberg – Presidente do conselho do Hospital Albert Einstein e conselheiro da Confederação Israelita do Brasil

David Safra – Proprietário e CEO do Banco Safra

Flavio Rocha – Dono das lojas Riachuelo

Luiz Carlos Trabuco – Presidente do banco Bradesco

João Camargo – Presidente do Grupo Alpha de Comunicação

Jose Isaac Peres – Presidente da Multiplan, uma das maiores empresas de shoppings do país

José Roberto Maciel – CEO do SBT

Com informações da CartaCapital – Redação: Fábio M Michel

 

 

 

TAGS:

btg pactual, empresariado, flávio rocha, governo bolsonaro, habibs, justiça do trabalho, riachuelo, sonegação fiscal

https://www.redebrasilatual.com.br/politica/2021/04/lista-de-empresarios-que-ovacionaram-bolsonaro-em-jantar-teve-devedores-sonegadores-e-exploradores-de-mao-de-obra/


seta-imagem-animada-0182


Brasil tem 15 mil profissionais desempregados após desmonte do Mais Médicos

Médicos divulgam manifesto por reincorporação ao programa e contratação. “Governo genocida vem trucidando essa mão de obra para que as pessoas continuem vulneráveis, precisando de um médico”, denunciam

Por Redação RBA

Programa Mais Médicos levou mais de 18 mil profissionais aos municípios, mas há mais um ano não abre edital de contratação


São Paulo – Em meio à pandemia do novo coronavírus, que já vitimou 233.520 pessoas, o Brasil atravessa a maior crise sanitária do último século com ao menos 15 mil médicos desempregados. Entre eles, 8.316 profissionais que perderam o emprego após os sucessivos desmontes do programa federal Mais Médicos nos governos de Michel Temer e de Jair Bolsonaro.

Sem trabalho, mesmo diante da demanda emergente, os milhares de profissionais divulgam manifesto cobrando a reincorporação de médicos brasileiros ao Mais Médicos e a imediata abertura de edital aos recém formados aptos a aderir ao programa. De acordo com os profissionais, há mais de um ano o governo federal não abre processo de contratação pelo Mais Médicos. O que coloca “em estado de inércia os recém formados no exterior”, que, segundo o documento, também não podem “realizar provas de revalidação de diplomas como prevê nossa constituição desde o ano 2017”.

Criado em 2013, no governo de Dilma Rousseff, o programa Mais Médicos levou mais de 18 mil profissionais para os municípios do interior e periferias das grandes cidades do país. No entanto, a partir de 2016, com o impeachment da ex-presidenta, a iniciativa passou a ser gradativamente desmontada pelo governo Temer. Um ano depois, o número de médicos já era inferior a 16 mil e atendia menos de 3.800 municípios. 

O boicote de Bolsonaro ao Mais Médicos

Sob Bolsonaro, o país ainda perdeu mais de 8 mil médicos cubanos. O programa também passou a ser alvo de ataques do governo, que também vetou o processo de revalidação de diplomas nas universidades privadas, deixando parte da população sem assistência médica. 

De acordo com o especialista em Saúde da Família pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Edson Medeiros, todo esse desmonte está diretamente associado a uma “xenofobia desnecessária”, assim como a uma “questão de reserva de mercado”, que leva em conta os interesses de associações médicas. Segundo ele, o Conselho Federal de Medicina (CFM) se empenha hoje, juridicamente, para impedir que as universidades federais façam o processo de revalidação.

Graduado pela Escola Latina Americana de Medicina de Cuba e ex-participante do Mais Médicos, Medeiros observa que, sem o programa, quem mais perde é a própria população. Ele lembra que os quase 9 mil profissionais desempregados que atuaram no Mais Médicos se especializaram nas universidades federais do país em Saúde da Família e já estão certificados. Mas, mesmo assim, não conseguem atuar. 

Enquanto faltam médicos

“O governo queima cérebros e pessoas que poderiam estar transformando nesse momento a vida de muitos brasileiros que têm a necessidade de um médico”, critica, em entrevista à jornalista Maria Teresa Cruz, do Jornal Brasil Atual. “O que acontece é que esse governo atual, genocida, vem trucidando essa mão de obra para que as pessoas continuem vulneráveis, precisando de um médico.” 

No manifesto, os profissionais também advertem sobre a falta de contingente médico em meio à pandemia. No ano passado, até veterinários foram cadastrados pelo Ministério da Saúde para reforçar a linha de enfrentamento à covid-19. Quando, de acordo com o documento, são os médicos da família que poderiam prestar o atendimento. Principalmente para acompanhar as pessoas com doenças crônicas e evitar o agravamento desses quadros. 

“O médico não estando ali, não tem receita, não tem controle. Então a equipe fica sem assistência para saber o que fazer com esse paciente que fica desabrigado. E aí vão existir as complicações da sua própria doença e também a gravidade que a covid leva caso a pessoa esteja com a diabete e pressão descontroladas. É necessário uma vigilância constante. Por isso o maior contingente de médicos e equipes é importante nesse momento, para evitar mais mortes de pessoas que já têm comorbidades”, alerta Medeiros. 



LEIA TAMBÉM

ÚLTIMAS NOTÍCIAS


Manifesto

Com o manifesto, os 15 mil médicos esperam denunciar às autoridades responsáveis o descaso com a situação. O documento também pode ser assinado por usuários do Sistema Único de Saúde, que sofrem com a falta de profissionais de saúde. “Esse reconhecimento que o governo federal, o CFM e as universidades federais têm que ter é para com a população. Não é nem para nós, médicos. Porque temos a capacidade de nos reconstruir, ir para outro país trabalhar, mas queremos atender o nosso país”, conclui o médico da família. 

Confira a entrevista

Redação: Clara Assunção

Nenhum comentário:

Postar um comentário