NYT, Clarín, Guardian: a repercussão internacional da anulação
das acusações contra Lula
Veículos como The New York Times, The Guardian, BBC, Clarín
e La Nación deram destaque ao fato de que Lula passa a ser elegível em 2022
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Tempo de leitura: 4 min
Luiz Inacio Lula da Silva, eleição 2022, presidente,
partido, trabalhadores
Lula: condenações contra o ex-presidente foram anuladas hoje
por decisão do ministro Edson Fachin (Adriano Machado/Reuters)
Para além do Brasil, jornais em todo o mundo repercutiram a
decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, de anular as
acusações contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em boa parte das
publicações, os veículos internacionais ressaltaram o fato de que o
ex-presidente brasileiro, que liderou o país entre 2003 e 2010, voltou a ser
elegível nas eleições presidenciais de 2022.
Deram destaque ao caso veículos como The New York Times, The
Guardian, BBC, Al Jazeera e veículos sul-americanos, como os argentinos Clarín
e La Nación, boa parte por meio de seus jornalistas correspondentes no Brasil.
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O jornal americano The New York Times foi o único entre os
grandes veículos nos EUA a destacar o caso Lula em sua página principal na
internet.
A reportagem, escrita pelos correspondentes no Rio de
Janeiro, relembra que o ex-juiz Sergio Moro, responsável pela condenação, se
tornou ministro da Justiça do presidente Jair Bolsonaro, com quem terminaria se
desentendendo em abril do ano passado.
O texto do NYT também aponta que "durante a tumultuada presidência do senhor Bolsonaro, os partidos de oposição falharam em convergir em torno de um político que pudesse desafiá-lo no ano que vem".
Reportagem do The New York Times sobre Lula: jornal americano reforçou o fato de que Lula pode concorrer em 2022 (NYT/Reprodução)
Reportagem do The New York Times sobre Lula: jornal americano reforçou o fato de que Lula pode concorrer em 2022 (NYT/Reprodução)
O britânico The Guardian citou cientistas políticos
brasileiros para afirmar que a decisão de Fachin foi vista como "uma
bomba" no cenário político brasileiro. "A decisão [...] significa que
é quase certa que Lula desafie o atual presidente do Brasil, Jair
Bolsonaro", diz o jornal. Citando o analista político brasileiro Thomas
Traumann, o Guardian aponta que "a eleição começa hoje".
Já o também britânico Financial Times, uma das principais
publicações de economia e negócios do mundo, aponta que tanto Lula quanto
Bolsonaro "mantêm um bloco forte de apoiadores" e que os demais
eleitores serão decisivos na eleição.
A publicação também citou a mais recente pesquisa do Ipec,
em que Lula aparece liderando em intenções de voto para a próxima eleição.
Pelos números do Ipec, 50% dos entrevistados escolheriam com certeza ou
poderiam escolher Lula em 2022, ante 38% que disseram o mesmo sobre Bolsonaro.
Financial Times: "Juiz brasileiro anula condenações por corrupção de Lula da Silva" (FT/Reprodução)
O site da rede de televisão Al Jazeera, do Catar, traz os
comentários de Monica Yanakiew, jornalista brasileira e americana
correspondente do veículo no Brasil, lembrando que a decisão de Fachin não
significa que Lula foi considerado inocente das acusações.
A reportagem explica que Fachin considerou que a vara de
Justiça de Curitiba, onde tramitaram os processos contra o ex-presidente, não
tem competência para julgar o caso.
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A página principal do veículo também relembrou outras reportagens recentes sobre Lula, como a liberação do ex-presidente da prisão, em novembro de 2019.
Reportagem sobre Lula na Al Jazeera: "Juiz abre portas para Lula da Silva concorrer no Brasil em 2022" (Al Jazeera/Reprodução)
Os dois principais jornais da Argentina, o Clarín e o La
Nación, deram amplo destaque às notícias sobre Lula. A Argentina é o terceiro
maior parceiro comercial do Brasil.
O Clarín destacou a notícia de que o presidente Alberto
Fernández ligou para Lula na noite desta segunda-feira e falou sobre o conteúdo
da conversa entre os dois políticos. O jornal destacou em sua página principal
uma foto de Fernández há dois anos fazendo um "L" com as mãos para
pedir a libertação de Lula da prisão.
"Enquanto isso, uma visita do presidente Jair Bolsonaro
é aguardada em Buenos Aires em 26 de março", escreveu o Clarín, lembrando
a visita de Bolsonaro à Argentina para reunião do Mercosul.
Clarín: "A relação com o Brasil: Alberto Fernández falou com Lula da Silva após a anulação da acusação judicial: o que foi dito" (Clarín/Reprodução)
Já o La Nación, outro tradicional jornal argentino, também
ressaltou a reação do mercado financeiro. O jornal aponta que o Ibovespa,
principal índice acionário brasileiro, encerrou a segunda-feira em queda de
quase 4%, e que o real brasileiro caiu mais de 1% frente ao dólar.
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O ex-ministro da Saúde do governo Bolsonaro participou do podcast semanal EXAME Política e falou sobre o futuro político do país e da pandemia de covid-19.
https://exame.com/mundo/a-repercussao-internacional-da-anulacao-das-acusacoes-contra-lula/
Jair Bolsonaro e Lula
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) supera o atual ocupante do cargo, Jair Bolsonaro (sem partido), em potencial de voto para a eleição de 2022, aponta pesquisa de opinião que mede o capital político de dez possíveis candidatos.
No levantamento, divulgado pelo jornal O Estado de S. Paulo e realizado pelo Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria), 50% dos entrevistados disseram que votariam com certeza ou poderiam votar em Lula se ele se candidatasse novamente à Presidência, e 44% afirmaram que não o escolheriam de jeito nenhum.
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Bolsonaro aparece com 12 pontos porcentuais a menos no potencial de voto (38%), e 12 a mais na rejeição (56%).
Lula está impedido pela Lei da Ficha Limpa de concorrer em 2022, pois tem condenações penais proferidas por órgão colegiado. Embora seus advogados tentem anular as sentenças que envolvem imóveis em Guarujá e Atibaia, o líder petista já negou publicamente a intenção de se candidatar novamente à Presidência.
Diferentemente das pesquisas de intenção de voto, a de potencial busca medir o piso e o teto de aceitação de cada um dos possíveis candidatos.
Na pesquisa de potencial, em vez de apresentar uma lista de candidatos e pedir ao entrevistado que aponte seu preferido, o instituto cita o nome de cada possível concorrente e pergunta se o eleitor votaria nele com certeza, se poderia votar, se não votaria de jeito nenhum ou se não o conhece suficientemente para responder. A soma das duas primeiras respostas – “votaria com certeza” e “poderia votar” – é o potencial de votos.
Atrás de Lula e Bolsonaro no ranking de potencial de voto, estão Sérgio Moro (31%), Luciano Huck (28%), Fernando Haddad (27%), Ciro Gomes (25%), Marina Silva (21%), Luiz Henrique Mandetta (15%), João Doria (15%) e Guilherme Boulos (10%).
Com exceção de Moro, cuja taxa de rejeição é de 50%, os demais nomes citados na pesquisa foram descartados como opção de voto pela maioria do eleitorado. Empatados tecnicamente com os 56% de Bolsonaro no quesito “não votaria de jeito nenhum”, estão Marina (59%), Huck (57%), Doria (57%), Ciro (53%) e Haddad (52%).
A pesquisa do Ipec também mostra em quais segmentos do eleitorado os candidatos têm mais apoio. Bolsonaro encontra mais simpatizantes entre evangélicos (53% de potencial de voto), moradores da região Sul (46%) e na faixa de renda entre dois e cinco salários mínimos (45%).
O Ipec ouviu 2.002 pessoas em 143 municípios do País. O levantamento foi realizado entre os dias 19 e 23 de fevereiro e a margem de erro é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos.
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